09 de janeiro 2019
por Sebastião Pinheiro
Entre
os múltiplos fatores que tornam uma espécie ultrassocial, destaca-se a
especializada na divisão do trabalho. Esta classe trabalhadora especializada em
produzir a energia do metabolismo e da saúde dos seres vivos, contida nos alimentos
e fora da natureza é o camponês. Assim como há outra classe trabalhadora não
menos importante dedicada à defesa e proteção, que recorre ao
sacrifício
extremo de entregar sua vida em benefício da sociedade. Recomendo o estudo
sobre a vida do Coronel Reidel* do Império Austro-Húngaro de 1864 a 1913 (foto).
Enquanto
os primeiros são substituídos com muita dificuldade, por sua especialidade, os segundos
em emergência (invasões, guerras) incorporam até mesmo os primeiros e/ou toda a
população na luta pela liberdade. Em ambas as situações, o alimento, a saúde e a
liberdade, são fundamentos básicos para os ultrassociais, mas, infelizmente,
entre os humanos, essa ultrassociabilidade ganha um patamar especial e a cada
dia aqueles valores ultrassociais comuns a todas essas espécies nos humanos é
erodida/desvirtuada pela evolução comercial (mercantil). O poeta romano
Cassiodoro resume: "Há homens que não precisam de ouro, mas não há quem não precise de sal".
A
classe social responsável pela defesa e proteção segue rigidamente a hierarquia
e a subordinação, duas palavras antagônicas à classe na ação ultrassocial de
produzir alimentos e saúde, donos da maior autonomia no Universo. Recentemente
um filme Perdido em Marte (The Martian) foto, demonstrou isso em detalhes
subliminares, de modo a não ofender as Academias do Império.
Desde
os primórdios o poder tribal sentia uma certa inveja da autonomia e do respeito
que todos tinham pelos camponeses em sua luta contra a aleatoriedade do clima
sobre a natureza. A oferta de infraestrutura, insumos, capacidade de
transformação industrial e mão-de-obra (escravizada) permitia ao poder sobressair
sobres os camponeses, mas não trouxe segurança e Ramsés sofreu o reverso no
êxodo do Egito.
A
autonomia organizativa do empreendedorismo camponês não se coaduna com a falta
de liberdade dos escravos, é antagônica a ela. Isso não ocorre com a classe de
defesa e proteção, onde a hierarquia e a subordinação à vontade do poder impõem
o sofrimento e a morte quando ordenadas em outros territórios, crenças, raças e
etc.
Ao
longo dos tempos as peculiaridades camponesas em função de seu trabalho com
liberdade e criação de vida muito próxima da natureza moldaram um respeito e
valores. Quando vemos a proteção social que possuem os jovens que optam pela
ação militar ultrassocial, criados e educados para serem elites com uma
educação elegante. Nada comparada à ausência de educação e cultura para os
filhos dos camponeses.
No
entanto, no final do século XIX, na sociedade moderna, a formação (educação) do
filho camponês e do filho do militar, antes diametralmente antagônicas passaram
a ter a mesma abordagem uniformizando suas realidades antagônicas. Isso pela interferência
da General Education Bord do Grupo Rockefeller quando criou suas escolas de
agronomia com formação militar para moldar os camponeses à subordinação e
hierarquia típica dos militares para ambos servirem na lida industrial moderna.
Isto persiste no inconsciente dos educadores na América Latina, mas hoje os
tempos são outros, que quase nada é ultrassocial como no tempo do Coronel
Riedel ou do General Emiliano Z. Salazar. Mas o poder da General Education Bord
destruiu muito da ultrassociabilidade.
O
imperialismo/Império protege seus interesses através de castas do agronegócios
ou militares muito distantes da ultrassociabilidade e agora servindo de guardião. É
por isso que os camponeses ultrassociais (ecológicos, orgânicos ou
agroecológicos) são levados à destruição e extinção pelos interesses do agronegócio
e da agroecologia Rockefeller que tem
suas estruturas ajustadas pelo complexo industrial-militar-financeiro do
império e faz um Carnaval para investir o dinheiro que ganhará obrigando a
construir um muro fronteiriço. Enquanto há camponeses em seu território, a
questão agrária e o modelo de agricultura são as razões para uma revolução
camponesa.
A
evolução das sociedades manteve os camponeses ultrassociais autônomos (livres)
organizados como forma de distribuição de cultura e riqueza através dos tempos
(evolução) em função de seu trabalho com liberdade sobre o território, domínio
sobre a questão agrária e modelo agrícola autóctone. A continuação demonstrará
como a ultrassociabilidade gera a Espiritualidade.
*
Redl,
Alfred, b. Lvív, Ucrânia (então Lemberg), 14 de março de 1864, d. Viena, 25 de
maio de 1913 (suicídio), oficial (coronel do Corpo do Estado Maior). Formação
do Estado-Maior General, 1907 vice-chefe do departamento de registro do
Ministério da Guerra Imperial e Real (serviço de inteligência). Desde 1912,
chefe do Estado Maior do 8º Corpo Imperial e Real em Praga. Foi contratado para
ser um espião russo por pelo menos 10 anos e foi forçado a cometer suicídio.
Depois foi feita uma tentativa de abafar o caso, mas E. E. Kisch levou os fatos
à atenção do público.
Pesquisado:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."