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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Vinho com 2,4-D estudos



 01 de janeiro 2019.
por Sebastião Pinheiro 

Tod@s estão dormindo em função das festas da passagem de ano. Minhas comemorações são memórias, nostalgias e ausências, repreenchidas e preenchidas por reflexões, sem nada de efusão, somente estudo. Despertei com os foguetes e não dormi mais. Aproveitei para enriquecer minha última postagem sobre o 2,4-D nas uvas e vinho que não estava com meu rigor e foi feito às pressas.


Lembrei-me de minha colega eng. agr., de nome X, que indignada relatou que na primeira aula de "herbicidologia" o professor (que também estava presente na Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa) os convidou a uma Olimpíada (?) para ver quem caminhava mais ervas daninhas entre os estudantes para a construção de um herbário. E sobre o campo, depois iam aplicar um herbicida e observar seus efeitos. Pobres Paulo Freire, Piaget, Makarenko e José Vasconcelos...


Posteriormente relatando essa pedagogia a estudantes em Mossoró, no Semiárido do Brasil, encontrei um estudante afrodescendente de nome Z, que em particular, me disse que ao chegar com seu igual herbário em casa, sua avó, muito contente o afagou e pediu uma explicação sobre o que ele fazia. Horrorizada, ela passou a identificar suas "ervas daninhas" como plantas medicinais, sem deixar nenhuma sem função no herbário. E surpreso me disse que até o "coquillo" que em guarani tem o nome de tiririca (Cyperus rotundus) apontou-o como um repositor hormonal. Riamos muito. O encontrei em Brasília como quadro político do governo, muito feliz, ele me disse: tu me recordastes que tudo que eu aprendi levei ao filtro do conhecimento da minha avó e isso me salvou, porque eu ia abandonar o curso, pois não aguentava mais a fantasia que ensinavam.

A estudante X, eu contei como tive minha primeira aula sobre hormônios no segundo ano (terceiro semestre) no Instituto de Fisiologia Vegetal. Todos os alunos haviam estudado na aula teórica durante 12 horas as auxinas (hormônios vegetais). No laboratório, saímos a visitar os campos e as "ervas daninhas", onde tivemos que mostrar conhecimento de botânica em morfologia, sistemática e a classificação de Raunkier suficientemente complicada (foto). Retornamos ao laboratório e cada um ganhou oito espigas de milho que tivemos que debulhar com as mãos e moemos os grãos em uma máquina manual. Moer milho em pedra (Zea mays indurata), argentino, descascar e usar moinho manual é tortura.




Todos pesaram sua farinha e receberam 250 ml de acetona, para extrair os hormônios (auxinas) presentes na semente de milho. Essa solução evaporou o solvente, emulgada e aplicada sobre áreas destinada a cada aluno que durante dez dias foi deixou em observação conforme a classificação de Raunkier para os diferentes resultados diferentes conforme as plantas.


Na aula de apresentação dos dados entraram dois convidados, um jovem e um ancião, esse muito alegre falou de seu trabalho com enzimas os biofosfatos e as vias da síntese do amido que ele estava estudando, falou muito De Robertis, DolofeuMarenzi e Bernando Houssay. Todos mais que blindado assustados e eu com muito medo. Não houve uma pergunta. Ele se desculpou e saiu. O jovem enérgico continuou com a aula com vinhedo espinhoso (Prosopis ruscifolia, no Chaco e usava ​​ herbicidas e rapidamente contou a história dos herbicidas que se utilizava para o controle do vinhedo. E como o Methil Chlo Phenoxy Acetico (MCPA) inglês criado para matar a fome germânica e levar a fome na segunda guerra mundial e devido Luftwaffe contra a Imperial Indústria Química havia sido levada para os Estados Unidos, e entregue a Dow Chemicals e transformado por desmetilação com conseguinte cloração em 2,4-D e 2,4,5-T que quase foi utilizado no Japão no final da Segunda Guerra Mundial com os Códigos LN8 e LN12 (e a partir do ano anterior, 1966 transformados em os seis agente coloridos da Guerra do Vietnã. Um colega perguntou por que não utilizam aviões para aplicar. A resposta foi enérgica e política, primeiro pelo trabalho para o peão Chaqueño. Segundo, porque o vento leva isso tão longe e não queremos ter remorso no futuro. E com a característica agressividade argentina arrematou, o Prof. Leloir, que falou no início, mostrou a vocês as enzimas, basta uma enzima inibida ou bloqueada para que tudo comesse a morrer, e isso é muito grave. Vocês somente vão a entender isso no quinto ano do curso, mas aproveite agora, porque é aqui que se cozinha o feijão, lá fora os comemos.


Eu contei isso tanto a jovem X quanto ao jarocho Z em momentos diferentes.


No ano seguinte já no final do terceiro ano de agronomia, num dia em que vendia meus jornais nas ruas, veio a portada: "Federico Leloir, bioquímico argentino recebia o Prêmio Nobel pela rota que leva seu nome". Eu lia a matéria, o sarcástico, dizia que seu melhor trabalho não era no laboratório, mas como chef de cozinha, pois era o criador da salsa golf, uma mistura de maionese com catchup...


Nopost de ontem, pelo menos seis agrônom@s opinaram sobre: irresponsabilidade, uso indevido e etc. no 2,4-D, mas a questão é ideológica pela forma como é ensinada. Não aprendemos os riscos e cuidados, nem sequer aprofundamos o que estamos utilizando e isso está crescendo em todo o continente.
 
Eu gosto de jogar perguntando: Quando tenho uma gota com um diâmetro de 9 mícrons e as divido em gotas de 3 mícrons, quantas obtenho? E qual é a relação entre superfície e volume entre a primeira e a dividida em função da radiação ultravioleta, temperatura, pressão atmosférica e UR do ar?


Estive na Amazônia, vi os alunos colocando apelidos nos outros com os nomes do Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos, antigamente chamado de Ciclo de Krebs. Na internet não é um apelido, é um rap, para se aprovar, mas a dúvida permanece, se aprende assim, ou são pneumotécnicos para exame.




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