01 de janeiro 2019.
por Sebastião Pinheiro
Tod@s
estão dormindo em função das festas da passagem de ano. Minhas comemorações são
memórias, nostalgias e ausências, repreenchidas e preenchidas por reflexões,
sem nada de efusão, somente estudo. Despertei com os foguetes e não dormi mais.
Aproveitei para enriquecer minha última postagem sobre o 2,4-D nas uvas e vinho
que não estava com meu rigor e foi feito às pressas.
Lembrei-me
de minha colega eng. agr., de nome X, que indignada relatou que na primeira aula
de "herbicidologia" o professor (que também estava presente na
Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa) os convidou a uma Olimpíada
(?) para ver quem caminhava mais ervas daninhas entre os estudantes para a
construção de um herbário. E sobre o campo, depois iam aplicar um herbicida e
observar seus efeitos. Pobres Paulo
Freire, Piaget, Makarenko e José Vasconcelos...
Posteriormente relatando essa pedagogia a estudantes em Mossoró, no Semiárido do Brasil, encontrei um estudante afrodescendente de nome Z, que em
particular, me disse que ao chegar com seu igual herbário em casa, sua avó,
muito contente o afagou e pediu uma explicação sobre o que ele fazia.
Horrorizada, ela passou a identificar suas "ervas daninhas" como
plantas medicinais, sem deixar nenhuma sem função no herbário. E surpreso me disse
que até o "coquillo" que em guarani tem o nome de tiririca (Cyperus
rotundus) apontou-o como um repositor hormonal. Riamos muito. O encontrei em
Brasília como quadro político do governo, muito feliz, ele me disse: tu me recordastes
que tudo que eu aprendi levei ao filtro do conhecimento da minha avó e isso me
salvou, porque eu ia abandonar o curso, pois não aguentava mais a fantasia que
ensinavam.
A
estudante X, eu contei como tive minha primeira aula sobre hormônios no segundo
ano (terceiro semestre) no Instituto de Fisiologia Vegetal. Todos os alunos haviam
estudado na aula teórica durante 12 horas as auxinas (hormônios vegetais). No
laboratório, saímos a visitar os campos e as "ervas daninhas", onde
tivemos que mostrar conhecimento de botânica em morfologia, sistemática e a
classificação de Raunkier suficientemente complicada (foto). Retornamos ao
laboratório e cada um ganhou oito espigas de milho que tivemos que debulhar com
as mãos e moemos os grãos em uma máquina manual. Moer milho em pedra (Zea mays indurata), argentino, descascar
e usar moinho manual é tortura.
Todos
pesaram sua farinha e receberam 250 ml de acetona, para extrair os hormônios
(auxinas) presentes na semente de milho. Essa solução evaporou o solvente, emulgada
e aplicada sobre áreas destinada a cada aluno que durante dez dias foi deixou
em observação conforme a classificação de Raunkier para os diferentes
resultados diferentes conforme as plantas.
Na
aula de apresentação dos dados entraram dois convidados, um jovem e um ancião,
esse muito alegre falou de seu trabalho com enzimas os biofosfatos e as vias da
síntese do amido que ele estava estudando, falou muito De Robertis, DolofeuMarenzi e Bernando Houssay. Todos mais que blindado assustados e eu com muito
medo. Não houve uma pergunta. Ele se desculpou e saiu. O jovem enérgico
continuou com a aula com vinhedo espinhoso (Prosopis ruscifolia, no Chaco e usava
herbicidas e rapidamente contou a história dos herbicidas que se utilizava
para o controle do vinhedo. E como o Methil Chlo Phenoxy Acetico (MCPA) inglês
criado para matar a fome germânica e levar a fome na segunda guerra mundial e
devido Luftwaffe contra a Imperial Indústria Química havia sido levada para os
Estados Unidos, e entregue a Dow Chemicals e transformado por desmetilação com
conseguinte cloração em 2,4-D e 2,4,5-T que quase foi utilizado no Japão no
final da Segunda Guerra Mundial com os Códigos LN8 e LN12 (e a partir do ano
anterior, 1966 transformados em os seis agente coloridos da Guerra do Vietnã. Um
colega perguntou por que não utilizam aviões para aplicar. A resposta foi
enérgica e política, primeiro pelo trabalho para o peão Chaqueño. Segundo,
porque o vento leva isso tão longe e não queremos ter remorso no futuro. E com
a característica agressividade argentina arrematou, o Prof. Leloir, que falou
no início, mostrou a vocês as enzimas, basta uma enzima inibida ou bloqueada para
que tudo comesse a morrer, e isso é muito grave. Vocês somente vão a entender isso
no quinto ano do curso, mas aproveite agora, porque é aqui que se cozinha o
feijão, lá fora os comemos.
Eu
contei isso tanto a jovem X quanto ao jarocho Z em momentos diferentes.
No
ano seguinte já no final do terceiro ano de agronomia, num dia em que vendia
meus jornais nas ruas, veio a portada: "Federico Leloir, bioquímico
argentino recebia o Prêmio Nobel pela rota que leva seu nome". Eu lia a
matéria, o sarcástico, dizia que seu melhor trabalho não era no laboratório,
mas como chef de cozinha, pois era o criador da salsa golf, uma mistura de maionese com catchup...
Nopost de ontem, pelo menos seis agrônom@s opinaram sobre: irresponsabilidade,
uso indevido e etc. no 2,4-D, mas a questão é ideológica pela forma como é
ensinada. Não aprendemos os riscos e cuidados, nem sequer aprofundamos o que
estamos utilizando e isso está crescendo em todo o continente.
Eu
gosto de jogar perguntando: Quando tenho uma gota com um diâmetro de 9 mícrons
e as divido em gotas de 3 mícrons, quantas obtenho? E qual é a relação entre
superfície e volume entre a primeira e a dividida em função da radiação
ultravioleta, temperatura, pressão atmosférica e UR do ar?
Estive
na Amazônia, vi os alunos colocando apelidos nos outros com os nomes do Ciclo dos
Ácidos Tricarboxílicos, antigamente chamado de Ciclo de Krebs. Na internet não
é um apelido, é um rap, para se aprovar, mas a dúvida permanece, se aprende
assim, ou são pneumotécnicos para exame.
4 comentários:
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