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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Tupãmbaé




23.X.2019
Por Sebastião Pinheiro,
Porto Alegre, RS, Brasil.  

O “Tupãmbaé” encontrou um vórtice de energia em Viamão no Novo Lar e abriu uma janela; escutei um cochicho dizendo que o nome correto era “worm hole”, por estar subterrâneo ao poder. Uma miríade de seres fantásticos, todos magos trouxeram suas mágicas e esperanças para harmonizar o tempo e espaço com energia amorosa e feliz.

Sintonizados com Francisco, com nossos pretos velhos e com esperança nas espiguinhas Yaco e Mayo de Sonora, como abelhinhas para salvar a humanidade.

O sonho de encontrar a fonte da eterna juventude fica próxima ao lembrar o passado e ficamos felizes, risonhos com todas as situações superadas. Sinal que o bem foi feito para muitos. Sem pestanejar afirmo que a função ultrassocial dá aos camponeses agroecológicos esse privilégio único e não pode haver melhor terapia. 

Obviamente que isso exige harmonia entre alteridade, humildade e coragem, desde já que todo egoísta é amargo, mesquinho e covarde.

Quando me perguntam sobre a agricultura ecológica hoje, de forma sarcástica respondo que sinto muita falta do tempo em que éramos chamados de loucos e coisa pior, pois havia mais autenticidade e menos oportunismo.

Não faz muito tempo e o mesmo pessoal umbilicalmente ligado ao servilismo autoritário passou a nos tratar como excêntricos ou exóticos, na tentativa de degradar nosso status, embora eles estivessem perdendo rapidamente territórios, pelo que necessitavam desviar as atenções de suas derrotas.

O outro momento interessante foi quando substituíram a excentricidade exótica pela condescendência dos sorrisos, tapinhas nas costas e adulações e passamos a ser tolerados, pois lá fora havia um mercado que crescia dia a dia e cada vez mais a olhos vistos, todos voltados para nós. O nicho de mercado com maior preço para estimular a exportação a baixo preço, compensada com ganancias gigantescas pela venda de serviços de certificação, corruptos e desnecessários. Eles perderam novamente com a Auto Certificação Camponesa, além da criação do mercado interno através de feiras livres nas ruas e não boutiques. 

O interessante é que entre os antigos detratores emergiam, muitos recém-convertidos, uma parte por despertarem sua consciência, mas outros nada mais que oportunistas buscando pegar a janelinha no Viamão lotado. Eles afirmavam ser agroecológicos desde criancinha e traziam nomes de autores franceses, californianos, quando não erudição sobre uma agricultura exotérica e mística, que não existe, pois é pura ciência ou ciência pura.

Recentemente um professor universitário de alto calibre um dos grandes lutadores pela “Reforma Agrária”, ao aposentar-se escreveu um artigo para ganhar um emprego público, espinafrando as ONGs com quem trabalhava com agricultura orgânica. Ele afirmou que conseguiu a soma de 1 milhão de dólares para uma entidade, que não conseguiu em dez anos transformar sequer uma propriedade em agroecológica na região.

Desconhecendo o “triangulo da agricultura” na Educação pensada pela General Education Board do Grupo Rockefeller a partir de 1906 “Ensino, Pesquisa e Extensão” aplicada em todo o mundo com o nome de Educação para a Agricultura Moderna, mas com sua extensão proibida nos EUA em 1914 pelo Congresso, mas aplicada em todo o mundo no interesse do Grupo Rockefeller. Ela na época do autoritarismo militar de transformação da agricultura em braço financeiro do capital internacional recebeu o nome de Revolução Verde, para contrapor a Revolução Vermelha que passou a alimentar mais de um bilhão de chineses miseráveis há mais de um século.

A drenagem da riqueza dos países agrícolas foi feita em nome do progresso, ciência e humanidade na natureza, sociedade e economia.

Em sua última fase a Revolução Verde em nome da Sustentabilidade recebeu o nome de Agronegócios e se preparou para destruir o núcleo do triângulo do biopoder camponês: “Território, Questão Agrária e Modelo Agrícola”. Para poder se fazer agricultura fora dos cânones do Grupo Rockefeller neste planeta é necessário ter mais que um dos três lados daquele triangulo. Os mexicanos conquistaram o território, mas não conseguiram os outros dois e apenas resistiram ao ímpeto do vizinho norte-americano, devido a presença de comunidades indígenas de tradição cultural comunitária, sem o que seriam apenas uma caricatura igual aos argentinos, brasileiros e demais latino-americanos. 

Hoje, os agronegócios das corporações desejam o “upgrade” ou ascensão de uma elite para consumir a biotecnologia de alta inversão de serviços e tecnologias.  

Devemos lembrar que no inicio da década de 70 usávamos lagartas doentes maceradas para combater as lagartas nos cultivos, como ensinado em todos os livros das primeiras décadas do Século XX (Alemanha, Suécia, França). Fazíamos isso para evitar o uso de agrotóxicos, mas os cientistas dos órgãos oficiais diziam que não era apropriado, pois não sabíamos a concentração de capsídeos ativos, palrando discurso das empresas de agrotóxicos. Contudo os trabalhos feitos por técnicos independentes foram, primeiro apropriados por órgãos oficiais e depois deixados de lado para retornar aos níveis de uso de agrotóxicos que haviam caído muito. Gastaram tanto dinheiro que conseguiram eliminar o uso camponês do Bacullovírus.

Minha vergonha é maior, pois somente 50 anos depois de luta contra os agrotóxicos e seus arrogantes e ignorantes gestores é que descobri estudando bibliografia militar que a forma mais segura e eficiente de eliminar a contaminação de vitimas dos mesmo e de uso desde a Primeira Guerra Mundial é o banho com solução de Hipoclorito de Sódio a 0,5%, a nossa querida agua sanitária. Conheço pelo menos 150 toxicologistas em cinco continentes e jamais antes havia lido algo sobre o uso civil da agua sanitária, que praticamente toda residência tem.

Quantas pessoas poderiam ser salvas ou amenizadas os seus danos.

Vacinamo-nos da perfídia e nos biofertilizantes impedimos eles de alcançar o mesmo êxito. Bem que muitas ONGs tentaram, mas não puderam bloquear o “Super-Magro”, nem os outros e a pesquisa ficava em segundo plano e as universidades ausentes, enquanto os movimentos construíam a tecnologia e organizavam a nova agricultura. 

Hoje, 34 anos depois, vemos a Bayer lançar o “Serenade”, que não chega aos pés do produto artesanal que tem a concentração um milhão de vezes maior e não tem custo financeiro de 200 reais para o agricultor. A pesquisa cretina já começa a bombardear os preparados “on farm”, por não saber dizer caseiros.

Nos divertimos com as sementes agroecológicas de hortaliças, até então as únicas na América Latina e mundo, onde alguns alienados diziam haver já sementes orgânicas do grupo Rodale, sem saber quem são e o que representa aquele grupo dentro do contexto mundial. Sementes agroecológicas produzidas por assentados a partir de 1993, quando nem mesmo o termo era conhecido...


Em micorrizas a estratégia seguiu a rota dos biofertilizantes e sementes. Estou chegando de Tauá e Campo Limpo no Pará, onde camponeses aprenderam a produzir inóculos para biofertilizantes e compostas para não comprar micróbios industriais de má qualidade. Além de muitos já saberem o que é um campo de metagenômica* e sua diferença dos de metaproteômica na casa da família camponesa.

O lindo de tudo isso é que independe de igrejas, governos ou fanatismos outros, tem apenas por base a consigna “Zemlya i Voila” terra e liberdade, organização e a ultrassociabilidade que alimentam metabólica, cultural e espiritualmente a humanidade. O resto é fantasia de incendiários, da ministra da agricultura e Ministro do Meio Ambiente dançando com índios Parecis por eles terem plantados através de corrupção 20 mil hectares de soja, para o grupo Maggi, quando é proibido arrendar ou meiar em terras indígenas; Da Ministra Damares dos Direitos Humanos ao afirmar na Ilha de Marajó que as crianças de lá são estupradas por não usarem calcinhas. De forma pueril estimular empresários a construir uma fábrica de calcinhas lá.

Gente, ser pastor exige um curso de cinco anos de curso superior extremamente complexo passando por todos os campos das ciências de humanidades.
Não é preciso falar sobre a comemoração do “dia do fogo”, ou metalinguagem com proposição de eliminação de indígenas e quilombolas...


Conhecemos a história desde Babilônia ou Egito, mais recente os Diggers em 1640 em Manchester e Rochedale na Inglaterra, como em 1792 em Speehamland, como em 1860 nas Russias Zemlya i Voila, “Terra e Liberdade” é o que falta, pois tecnologia, temos e organização também...



A última foto é de caroço de açaí, feito por camponeses no Pará con Alcifran Viana, biochar hileano para não poluir os rios e terrenos amazônicos. E la nave va. Zapata Vive e la lucha sigue y sigue com ternura e fraternidade camponesa, e principalmente, indígena, quilombola e feminista para salvar as abelhas meliponas e os microrganismos do solo.

*






 o físico tbm avisou ...

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