09
de agosto, feliz dias dos pais....
Por Eric Nepomuceno, comentado e leitura indicada por Sebastião Pinheiro
La Jornada 9 agosto 2020 - DOMINGO, DÍA DE LOS PADRES EN BRASIL -
Jair Bolsonaro já não surpreende a ninguém. Segue com uma mistura de estupidez, ignorância e irresponsabilidade sem remédio, enquanto o Brasil naufraga na pior tragédia sanitária de sua história. E a cada dia que passa se reforça a imagem de que não há quem pare a sua mão.
Ao meio-dia desta sexta-feira soube-se que o número de infectados no país pela Covid-19 chegou a 2 milhões 927 mil 807. O total de óbitos, a 98 mil 844, e a média de novas mortes ficou acima de mil por dia. Na mesma sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde confirmou que pelo segundo dia consecutivo o Brasil teve mais mortes causada pelo vírus em todo o mundo.
A pandemia causa quase uma morte por minuto sem que haja uma ação minimamente coordenada do governo para, pelo menos, tentar qualificar a catástrofe. Do total de pouco mais de 10 bilhões de dólares alardeados pelo Bolsonaro para medidas emergenciais de saúde, menos de um terço chegou a estados e municípios.
À frente do Ministério da Saúde permanece um general troglodita que nada mais faz do que cumprir as ordens estritas de um presidente cada vez mais desequilibrado. E, claro, distribuir encargos e distribuir regalias a homens uniformizados sem qualquer qualificação.
A falta de limites dos citados militares o levou a nomear como representante do Ministério da Saúde no estado de Pernambuco, um dos mais afetados pela pandemia, uma jovem que nas fotos mostra sua boa aparência e nos depoimentos seu total e inépcia irreversível para a posição de tamanha importância que o general lhe deu.
Nesta fase do seu governo, é justo reconhecer que em pelo menos um ponto, o único, Bolsonaro dava sinais de coerência: depois de eleito, foi perguntado que país pretendia construir. A resposta do troglodita: primeiro, você tem que destruir o que eles fizeram nos últimos 30 anos. Ou seja, o que foi feito nos governos de centro-direita Fernando Henrique Cardoso ou de Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos de esquerda.
Entre agosto de 2019, seu primeiro ano como presidente, e julho de 2020, a destruição da floresta amazônica aumentou 34 por cento. Mais de 9 mil quilômetros quadrados de floresta foram devastados.
Detalhe: trata-se de um relatório parcial, que será revisado no final do ano. Historicamente, os relatórios parciais são mais conservadores do que a revisão final.
Além do corte ilegal de árvores, o número de incêndios criminosos também aumentaram, e muito, com a finalidade de abrir espaços para a agricultura igualmente ilegal. Na última quarta-feira, por exemplo, foram detectados mil pontos de queimada na Amazônia. Este é o maior volume dos últimos 15 anos. Nos primeiros sete meses de 2020, apenas 19 por cento do orçamento estabelecido foi alocado para prevenção e combate a incêndios.
Enquanto isso, a aberração que ocupa a presidência do Ministro do Meio Ambiente se reuniu com garimpeiros ilegais que invadem território indígena demarcado de acordo com a legislação. O tema: como impedir que os fiscais ambientais destrua o material de trabalho dos invasores, ou seja, como dar proteção aos que cometem crimes.
A esta altura, a nação brasileira se tornou uma espécie de pária universal. As pressões externas sobre a questão ambiental passaram a ter reflexos internos, como a dos três maiores bancos privados que se uniram para hostilizar a política de destruição levada a cabo, claramente incentivada pelo Ministro do Meio Ambiente diante da inércia do aprendiz do genocídio instalado na cadeira presidencial.
E não é que os donos do capital se preocupem tanto com o ‘meio ambiente’: é que ganham cada vez mais espaço as ameaças de investidores estrangeiros e importadores de produtos agrícolas brasileiros de adotar medidas duras para restringir o Brasil.
O ministro da Economia, um especulador de mercado cuja conquista mais importante em seu estreitíssimo currículo é ser funcionário de Augusto Pinochet no Chile, reflete claramente a política ambiental de Bolsonaro. Em um encontro virtual com empresários e investidores dos Estados Unidos, ele negou a eles o direito de criticar o que está acontecendo na Amazônia: vocês também destruíram suas florestas, não venham agora nos criticar.
Esse é o verdadeiro sucesso de Jair Bolsonaro: cumprir seu anúncio de que destruiria tudo no país.
Pois bem, há outro sucesso, mas de duração imprevisível: até agora, e por mais que sejam reforçadas as indicações claras de alta e forte corrupção do clã presidencial, a extrema direita permanece incólume. O alvo oficial das investigações é o senador Flavio Bolsonaro. Mas não é tudo, a polícia detectou depósitos ilegais na conta de Michelle, a primeira-dama, e as investigações continuam avançando.
Resta saber quanto tempo o presidente mais desastroso da história do Brasil conseguirá desfrutar desse segundo sucesso...
-----------
DENÚNCIA: No site da Medical Press, o Prof. Dr. Willem Mulder, Professor de Medicina de Precisão no Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, quem é um dos autores do artigo científico, destaca a importância desta pesquisa. "Este estudo mostra que não é aconselhável prescrever o medicamento profilaticamente como medida de precaução porque compromete o sistema imunológico não específico. Além disso, ensaios aleatórios controlados com placebo são extremamente importantes para determinar a eficácia do medicamento em pacientes com COVID19."
Opinião: Diante disso, a distribuição compulsória da Cloroquina pelo governo brasileiro aos indígenas é considerada uma forma de favorecer o vírus e a disseminação da pandemia por meio da destruição das defesas orgânicas remanescentes na ação da eugenia fascista.
***
- https://www.jornada.com.mx/2020/08/09/opinion/019a2pol
- https://www.brasil247.com/authors/eric-nepomuceno
- https://www.tue.nl/en/research/researchers/willem-mulder/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."