03 de agosto . Por Sebastião Pinheiro
Um domingo ensolarado, de raríssima beleza nos agostos de Porto Alegre, me fez lembrar aquele em 1984 quando nevou na cidade. Ontem parecia que a primavera já estava entre nós a tempos. Os sabiás cantaram as 4:00h AM e alguns ipês se assanhavam com as primeiras flores amarelas e rochas, neste clima cada vez menos compreensível em meio à pandemia em “haute plateau”.
A pandemia me obrigou a abandonar o celular e a TV à cabo para equilibrar a corrida nos preços com o valor da aposentadoria do honesto barnabé, já bastante erosionados nos últimos dez anos.
Situação que me obriga a assistir à TV aberta, o que faço somente para os telejornais, que não são veiculados nos domingos, o que me obriga a ver o “Fantástico” para atualização extra rádios.
Nego-me a assistir os dois canais religiosos, pela má qualidade. O canal mais conservador é esporádico que o assista a não ser determinados programas para a formação de anticorpos de consciência, mas no domingo é duro às 20 horas ligo a TV para o Fantástico único que pode oferecer notícias.
Desde a época da ditadura aprendi a interpretar as TV e isso me obrigava a assistir a todos os jornais para saber o que havia ocorrido, pois a forma de veicular a notícia permitia interpretar e entender o não mostrado ou não verbalizado.
Ontem devo esclarecer que tive um choque com o programa sobre as “fakes news” e o “gabinete de ódio” e as denúncias diretas ao governo federal, que vem em um crescente há mais de 18 meses.
Pareceu-me que ontem alcançaram seu Zenith, jamais abaixo da linha do Equador vi algo igual em ambas costas do Atlântico e Pacífico. A tecedura da reportagem foi de tal nível de conteúdo, detalhes e forma nas abordagens que fiquei estupefato. Lembrei das Tvs estatais francesas na década de 80, na ARD e ZDF alemãs, BBC lá, e igualmente na NHK, que junto a minha esposa adorávamos todos os domingos, aqui.
Confesso que ao terminar a matéria, não consegui ver o resto do programa e retirei-me perplexo para dormir.
Em qualquer país sério, com denúncias daquele calibre os governantes até mesmo de terceiro escalão teriam buscado refúgio em uma embaixada ou uma fronteira de segurança.
Durante o dia de hoje, esperei até agora, e não vi repercussão nas rádios, nem uma palavra sequer sobre a gravidade da situação. É uma situação “inusitada”, insólita. Será que ninguém viu o programa Fantástico o Show da Vida ontem?
O triste é que a Hidroxicloroquina é apresentada aos mandus e igualmente ao povo. A questão é isso seria feito se todos soubessem quem é Ken Fisher um dos principais sponsores da campanha republicana de Trump que obriga que se adquira a quantidade de comprimidos, da empresa onde ele tem participação acionária, pequena, mais tem (Sanofí-Winthrop)?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."