por Tião Pinheiro, (Juquira Candirú)
Recortei a coluna “Olhar do Colunista” da Zero Hora de 18 de setembro,
domingo. Sua interina J. Colussi afirma que o maior consumidor mundial de
“defensivos agrícolas” (não é culpa dela, mas ordem superior que não permite o
termo legal Lei BR 7802/89 e RS 7.747/82, plasmados nas respectivas
constituições são agrotóxicos), o que contraria interesses e negócios. Aquele
neologismo foi criado a pedido no âmbito do Ministério da Agricultura por seu
funcionário Jalmirez G. Gomes autor do Guia dos Defensivos da Lavoura para
satisfazer as autoridades do Golpe Militar de 1964, editado pelo ministério da
agricultura e que teve distribuição gratuita.
A interina cita um professor e pesquisador da UNICAMP que tergiversa
justificando que seis minúsculos Países Baixos, Japão, Bélgica, França, Grã
Bretanha e Alemanha consomem mais venenos que o BR/Ha. É triste ver essas
noticias e em paralelo se desmoralizar, pois as autoridades da Saúde do próprio
país alertam para os índices de resíduos contaminantes nas verduras, hortaliças,
flores e frutas que, se comparado com os dos países citados ficam de trinta a
cem vezes inferiores aos nossos índices oficiais de governo, pois os quatro
comunitários a partir de 1991 cumprem a Diretiva Comunitária 441 que obriga o
treinamento oficial de Estado para licenciar o aplicador e usuário de venenos
na agricultura, não consumidor; Com permissão, em paráfrase podemos sim dizer
que somos (consumidores). Jimmy Carter começou em 1980 uma campanha cujo
relatório foi traduzido e publicado pelo CNPq e Secretaria de Planejamento (D.
Netto), mas que é desconhecido da quase totalidade dos professores &
universitários nacionais embora tenha sido também distribuída gratuitamente.
Quem conhece o potencial de produção de hortaliças, frutas, flores e verdura dos
países comunitários e Japão teria vergonha de propalar sandices.
Na época da ditadura era comum o lobby da indústria ter um General de
plantão como empregado para intimidar funcionários civis competentes, honestos
ou recalcitrantes pela defesa do estado além daqueles que envergavam cargos
decorativos nos conselhos de administração das grandes empresas.
Hoje o mundo é outro, agora é explícito que, a indústria de agrotóxicos
e fertilizantes são partes integrantes da indústria de alimentos, como pode ser
visto na definição de "food industry" na Wikipédia em inglês.
Com propriedade a Syngenta usou em 2012 a expressão “República Unida da
Soja” (foto). Tomei conhecimento da triste foto de dois líderes mandatários
(revolucionários) sobre uma colheitadeira, embriagados colhendo aquela
commodity e também a expressão de MaToPiBa (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia)
sobre a região onde manda mais a Cargill e Bunge que as autoridades
constituídas. Um porto clandestino foi construído no governo FHC e mantido nos
seguintes, sem qualquer ação de Estado ou Governo.
A OMC substituiu os ditadores e as corporações substituem as nações e
ditam as regras impondo eucalipto/soja/cana e outras commodities em terras de
aptidão de uso I, II, III e IV ou obrigam aos diplomatas nacionais a ir a
outros governos para defender seus interesses como se do Estado Nacional
fossem. A foto é explicita.
Paulo Freire ensina que os antídotos para a ignomínia são Pedagogia de Indignação e Pedagogia da Autonomia. Bom proveito.