20 de março
Por Sebastião Pinheiro
A Machi (mapuche) esperou que Lisarb terminasse de lavar a louça do café da manhã, sentou-se à mesa de reunião, enxugou as mãos Estalando os dedos e disse: Há frutas nativas, muito apreciadas: Uvaia, Bacupari e Feijoa, seus sucos e kombucha estão identificadas. La Machi, surpreendida: - Uvaia é a única que não conheço, posso vê-la. Lisarb ofereceu-lhe uma. Ela, fascinada, observava e sentia a fruta: é tão suave como a cereja, mas mais perfumada que o Damasco e este amarelo é portentoso.
O Xamã Ashaninka, provocando Spooky: - Por acaso você não tem um “Pequi (Caryocar brasiliense, fotos) roído”? O ancião quilombola (afrodescendentes cimarrones na selva abrigados por indígenas), da Ilha Saracura, perto de Santarém, abriu um sorriso e gritou: - Égua, estamos todos abandonados como os cabanos de Agelim, Vinagre e Malcher. La Machi não entendeu e Spooky traduziu: É o mesmo que o "Inché", mapudungun. Ela riu.
Lisarb, sereno, deu início a reunião: - Uvaia foi o suco amarelo que bebíamos; a esverdeada era a Feijoa e a nata era o Bacupari, e apontou para as arvorezinhas carregadas no quintal e complementou: Nas noites os morcegos fazem a festa. Acenou, e a Machi tocou o cultrún e cantou, não era um canto, era bem mais, era um Hino ou oração de abertura, invocação ao sagrado para uma boa reunião. Spooky com seu kristoff de ponta cônica (charuto indonésio de cheiro forte), cheirou-o passando por baixo do nariz, enquanto mordiscava preparando a ponta.
Senhora, senhores, agradeço a presença e os sacrifícios para superar a pandemia, mas esse encontro é essencial, pois se destampa o pote, e as leituras encobertas mostram resultados de genocídio e devemos ver o que é possível usar em energia para evitar a catástrofe que segue a arma como uma tempestade perfeita. Lisarb expirou tenso.
Spooky com o kristoff ainda não aceso, solicitou permissão: - Nada é casual e tudo está programado, com múltiplas etapas dentro de computadores de alta complexidade. Vivemos um cenário de Guerra Psicossocial, preparada não por Estados beligerantes, mas por grupos financeiros e empresas do Complexo Industrial Militar, apêndice de uma corporação mundial que secretamente controlam sociedades por meio dos governos desde as cruzadas. Eles aplicam seus programas camuflados como ideologia/religião, mas que não é ideologia, nem religião, mas disfarçam para desviar suas verdadeiras intenções, que serão notáveis quando já forem irreversíveis. São mil anos de tensões ao máximo sob o controle da ciência e geração de tecnologias para tal. A versão atual é peculiar para o brasileiro de índole de buscador de ouro e diamantes, que não tem ligação com territórios, mas com o produto de seu trabalho.
Tolera tudo, porque em seu novo Xanadú terá o paraíso. O C.I.M usa da psicanálise dos Nazis, aplicadas nos Gulags de "reeducação" como instrumentos de dominação mental. Provocam reações drásticas, intimidatórias, que exigem reações e obtêm poder ou resposta de todos em qualquer nível analítico. O que continuam fazendo é o mesmo da ditadura de usar o dinheiro público para beneficiar corporações do Council on Foreign Relations na construção de infraestrutura para eles (foto). Antes eram pelo emprego, agora são pelos serviços. Isso não tem nada a ver com ideologia ou religião. É apenas corrupção e incompetência.
A polarização está muito bem artificializada e os organizados são levados a aceitar que eles têm uma razão ideológica de raízes desumanas, identificada como fascista.
Podemos dar três exemplos: O primeiro em 1940, o dilema soviético em decodificar antecipadamente o significado da invasão russa, dois anos antes de "Stalingrado": submeter-se ou enfrentar a máquina de Hitler (A dissidência alemã do C.I.M.) ou ver todos os soviéticos derrotados serem transformados em bucha de canhão contra o C.I.M. "aliado" branco e cristão que também seriam derrotados. Para Stálin, não havia escolha. O resultado é isso, mas a história do vitorioso C.I.M não o registra assim, porém, a guerra para os russos tem o nome de “guerra patriótica”, e ninguém sabe ou pior, todos sabem e fingem ignorar. Vemos no “payazo” no picadeiro, mas ninguém sabe quem é o “mestre de cerimônias” nesse circo Brasil. Vemos seu nariz amarelo de um "pequi roído", mais do que lacaniano no real, simbólico e imaginário.
Não conseguimos compreender o significado da resposta de Stálin ao enviado de Pio XII a Moscou, ao dizer a Stálin que Sua Santidade estava preocupada com o futuro dos cristãos na Alemanha. A resposta pouco ortodoxa de Stálin foi recebida e propagada como grosseria militar por muitos militantes ignorantes do circo. "- E quantas divisões de infantaria, tanques, canhões e navios de guerra tem Vossa Santidade." Ele optou por sacrificar 30 milhões de civis soviéticos, o que também foi um exemplo para a dissidência do C.I.M japonês de não avançar na Sibéria, pois teriam o mesmo tratamento. Decisões que ficaram ocultadas pela propaganda comercial disfarçada de ideológica, pela fé comercial, ou a ignorância cultural muito bem explorada ao longo da história da humanidade. Os militares da ditadura brasileira executaram incompetentemente e congelaram intelectualmente no tempo e no espaço em 1984.
O segundo exemplo é mais recente, os norte-americanos vão comprar todos os documentos franceses na Indochina, pois sabiam que a derrota na Coréia era uma ameaça para o Japão e sua colônia de Filipinas em pouco tempo para perder a terceira maior economia do mundo e, em seguida, a Austrália e toda a Ásia. O “Stalingrado” norte-americano nota-se mais mercantil, o Vietnã, que sacrificou 1,2 milhão de pessoas pela vitória, repetindo os russos. Não se permite a leitura, que a vitória é Ouro e a morte é Humana ou Social. A gananciosa agressão tinha por trás da única opção imperial de vencer. Não havia outra alternativa. O pior é que no meio daquela guerra uma pandemia vegetal no milho (helmintosporiose) fez eles perderem três safras e enviar 500 mil jovens para a guerra por uma derrota certa com 50 mil mortos, mas um lucro gigantesco para o C.I.M. pago para todos os países ocidentais, com incentivo à Guerra Fria, colocando em risco toda a Europa, principalmente a energia dos árabes e da Venezuela. Ninguém no miserável mundo sabe o que significa Biafra, a não ser o apelido de uma cantora brasileira. A história tem o mesmo tratamento de Stalingrado e Vietnã, já que ambos foram vítimas do Complexo Industrial Militar e com esforço humano os derrotaram.
O terceiro exemplo é mais sério, é a destruição da democracia na América Latina. No Chile, uma das nações mais estáveis e cultas do continente americano, o que se fez, acreditamos que foi a instalação de uma ditadura como a de Franco ou Salazar, mas todos sabemos, que não foi isso, foi a incorporação dos militares ao C.I.M. vencedor, pois todos eram da dissidência alemã por serem caricaturas e pouco doutrinados e mais fanáticos. A história registra a barbárie, quando o que se fez era tão absurdo que a barbárie conhecida não é nada. Em todo subcontinente as nações foram destruídas culturalmente por meio da intervenção econômica em suas principais matérias-primas subsidiadas artificialmente (cobre-ouro) e agricultura para poder consolidar o modelo do Complexo Industrial Militar que é único no mundo hoje.
Ele, o C.I.M não tem ideologia, nem religião, apenas metas e objetivos financeiros. Seu braço industrial são os agronegócios, novo nome para a agricultura, não mais ultrassocial que não precisa de ditaduras ou regimes militares em servidão. Ele não pode deixar terras mecanizáveis fora de sua tutela em nenhum dos continentes e ainda existem populações tradicionais que não se adaptam a essa realidade e poderá haver sérias reações indígenas. Não pode haver consciência sobre a Amazônia, já que o "território" é internacional desde que os nazis estiveram lá para fazer o filme "O Roubo das Sementes de Borracha no Inferno Verde", em 1938, menos ainda do que as seringueiras plantadas por Henry Ford em Fordlândia e Belterra fizeram, eram parte deste mesmo processo da Palma africana, soja, gado, milho, galinhas e porcos que hoje ameaçam o clima do planeta, mas o C.I.M. vai se preocupar com isso quando for hegemônica e não existir dissidentes (Foto) . No entanto, há uma poderosa dissidência e chinesa.
Clima que é tema (objeto) de venda de serviços desde 1963 na ONG governamental WWF, do remanescente vivo conhecido como Império Britânico. Ela fez o primeiro programa de Zoneamento Ecológico Econômico em Rondônia em plena ditadura em 1986 na Amazônia, como um laboratório sócio-ideológico para o futuro. Eles temiam o que aconteceria aos heróis David e Nelson Rockefeller quando a maior mina de ouro do mundo em Sierra Pelada, onde mais de 1 milhão de toneladas de Ouro e Paládio foram extraídas, foi invadida por 150 mil pessoas e eles mal conseguiram trocar o ouro por papel-moeda que provocava inflação descontrolada. O Complexo Industrial Militar não pode permitir isso com o agronegócios e o preço do petróleo do Pré Sal, ou do Lítio da Bolívia, Argentina, México. Os governos estavam na OMC ameaçando e fazendo isso e financiando outros países na “competição desigual”.
Toda a lavagem no picadeiro do payazo “pequi roído”, coloque o nome que desejar, está dentro do roteiro do C.I.M. local e será cumprido por suas recepcionistas ou adidos nacionais. Ingênuos acreditam pertencer a ele e querem impor o medo. É diferente da Fundação Bill e Melinda Gates na Aliança pela Revolução Verde na África de Kofi Annan e Agnes Kabibata, com o ambiente (climas) de festa, ao final da Conferência de Berlim de 1883/4 que repartiu a África para a Europa cumpriu seu papel e o massacre entre Tutsis e Hutus em Ruanda e Burundi é o resultado daquilo, mas quem hoje sabe e correlaciona aquilo a isso.
É engraçado, em Porto Alegre eles se irritam com gente fazendo barulho com carros em frente a hospitais cheios de SARS Cov-2 e mais de 350 mortes/dia. No Burundi/Ruanda, no entanto, muitas freiras católicas foram julgadas na Bélgica e na França por matar dezenas de crianças, mulheres e idosos com machados e facões, para impedi-los de entrar em conventos. Não houve denúncias das armas psíquicas usadas ali para o comportamento. Haverá agora, no picadeiro?
O machí pediu licença para tocar e disse: Eles sabem que os povos indígenas da Amazônia e do mundo sabem que Salvador Allende fez a Reforma Agrária e devolveu o território aos Mapuches e isso significava aqueles que a dinastia Meiji fez no Japão em 1853, para consolidar a identidade cultural. Território é tudo o ultrassocial para se fazer agricultura.
O xamã Ashaninka, constrangido disse baixinho: Nós que éramos tratados despectivamente por “Campas” de um momento para outro estávamos na novela da Red Globo como atores e seus caros atores como figurantes, mas quem tem uma identidade cultural que brota do território percebe as coisas facilmente. Isso não acontece com os consumidores, que só existem quando consomem, sejam civis, religiosos ou militares... Essa é a fronteira hoje em dia, consumir ou não existir de Descartes. Esse é o problema lacaniano que eles querem esconder. Por Ñhanderhú, eles são incompetentes, a religião emerge do território.
O velho quilombola ergueu a voz: Éramos jovens quando vieram dizendo aos nossos avós que iam transformar o rio Amazonas em um grande lago. Minha avó pegou uma vasilha e a colocou na chuva que começava. Em três minutos estava cheia. Pediu ao vovô para trazer o tambor Diesel de 200 litros vazio e em 30 minutos ele estava cheio. Não falamos, mas todos os chiquilines começaram a rir, porque não tinham ido à escola deles, mas haviam estudado com os indígenas, que respiramos a água no ar e somos ela, para ver e perceber e o que é roubado de sementes, território e religião através do consumo de felicidade e alegria ou vícios e fantasias.
Spooky pediu permissão e acendeu seu kristoff fedorento de ponta cônica: Os melhores soldados na Amazônia (BIS) são os indígenas. Lisarb não se preocupou com uma lágrima involuntária, perguntou em voz baixa: Uvaia, Bocupari ou Feijoa, vamos para as árvores, como na “Serra Pelada”, que alguém disse que deveria se chamar “Ayuricaba” (em guarani significa de todos coisas feitas em conjunto para cada um.).
O Xamã, sorrindo: Ha, ha, Se é Ayuricaba, não será Stalingrado, Vietnã ou Chile, pois o consumismo é individual e não uma identidade cultural que é coletiva e emerge do território. Assim como a corrupção não é cultura, é vício. O pequi não está só roído, foi descascado por sua incompetência na escola e na academia, está nu.
A fumaça do tabaco abre a mente, mas isso não interessava a John Rolf, nem ao império britânico, por isso os chineses superaram o Ópio e, agora, vêm com sua versão do C.I.M. (exemplo, stand chinês na Feira do Agronegócios Agrishow, em Ribeirão Preto, SP...)
Todos simultaneamente e sob a regência de Flores Magón, gritaram entre risos: Inché, Marichweu, Carpe Diem.