28 de janeiro 2019
por Sebastião Pinheiro
Há coisas que é
preciso dizer ao Brasil e não ao coração. O país está contrito em meio à
polarização (externamente) induzida e conduzida do “bem” contra o “mal” e vice
versa, afinal é o quinto acidente no país em menos de 15 anos, três no mesmo
ecossistema. Saibam que esse era um tema florestal, quando não existiam engenheiros
ambientais. Ele é muito difícil quando os rejeitos de mineração (taillings
minning ore) estão em áreas áridas, pois a melhor de todas as medidas são a
re-vegetação florestal, que pelo clima fica bem mais complicada em zonas áridas
e semi-áridas, típicas de países mineiros.
A maioria das
separações de ganga usam água, o reaproveitamento da mesma é usado para a
atividade de plantio florestal, inviabilizado e encarecido sem ela. Em Broken
Hill, na Nova Gales do Sul, na Austrália há uma montanha belíssima feita e
urbanizada pela competência humana, pois lá há mais duas coisas fundamentais
Estado e Sociedade (Governo).
Os maiores
desastres internacionais foram nos EUA na Virgínia do Oeste, em Buffalo Creek
Flod vitimou 125 trabalhadores, em fevereiro de 1972 quando o inspetor federal
declarou que a barragem era segura 4 dias antes de seu colapso. Já no desastre
ambiental de Ok Tedi na Nova Guiné contaminou a bacia pesqueira, mas não
significou 10% do crime impune em Mariana na maior bacia pesqueira do país no Espírito
Santo/Rio de Janeiro.
Quem trabalha com
solo e agricultura camponesa deve ter ficado intrigado com a coloração escura
quase negra da massa de alude de lama que deslizava no leito do Córrego do
Feijão, quando assistia a exaustiva e “doutrinadora” apresentação jornalística
da TV brasileira de muito sensacionalismo e pouca informação. É constrangedor
ver professores, cientistas, especialistas não afeitos entrevistas, serem
obrigados a responder coisas descabidas quando não “enche linguiça” ou idiotices.
Intrigou-me a cor
negra da lama dos rejeitos e o que pode indicar? A riqueza de Enxofre na forma
de sulfetos (FeS e Fe2S)? Quanto de Carbono da redução há no perfil do rejeito
na barragem e como ele se comporta na presença do Enxofre em suas diversas combinações
com Oxigênio em sua microbiologia? Tem participação na instabilidade no perfil
da barragem (sobrelevada à montante)?
O peso da nova
carga atua sobre o ambiente oxidante o transforma em redutor, principalmente
quando há carência de chuvas, com menor lavado e drenagem dos gases
sulfídricos? Isso tem importância?
Em geoquímica de
rejeitos de Ferro (pirita) em área úmida como a Mata Atlântica (Brumadinho é o
carinho da mineirice), talvez seja um lugar muito especial para o estudo e
desenvolvimento de uma microbiologia especial que permitiu ao mundo dominar a
metagenômica.
A wiki diz:
"O efluente dos rejeitos da mineração de minerais sulfídicos tem sido
descrito como "o maior passivo ambiental da indústria de mineração".
Estes rejeitos contêm grandes quantidades de pirita (FeS2) e sulfeto de ferro
(II) (FeS), que são rejeitados dos minérios de cobre e níquel, bem como carvão.
Embora inofensivos no subsolo, esses minerais são reativos ao ar na presença de
microrganismos, levando à drenagem ácida de minas".
Qual o perigo do
Yellow Boy (foto), sobre isso jamais a amarela-castanha, quase marrom TV
brasileira vai tratar. Ela quer outra coisa e isso tem muito cretino
alimentando na polarização política entre o bem e o mal. Ela semeia o medo, o
ódio para ocultar o não recolhimento de impostos e granjear perdão.