Divulgamos por aqui uma contribuição à teia coletiva de pensamentos e atitudes inteligentes em prol a biodiversidade da Vida em GAIA e aos nossos semelhantes.
Apesar que a resolução já está valendo (perdendo força essa carta de denúncia por parte dos movimentos sociais e campesinato) e, já tristemente acreditar, que os novos transgênicos já devem estar no prato de muitos brasileiros; e apesar de tudo isso ser um grande cartório de corrupção como também entendermos que a CTNBio não possui culhões para bater o pé e ter autonomia frente a Máfia do Complexo Agro Alimentar Industrial & Militar, seguimos firmes em nossa luta contra a ignorância e na esperança que um dia a maioria dos cidadãos saberão, que de fato, são objetos manipulados para consumir experimentos do baile de máscara da ciência crematística. E só assim deixar de consumir sua Comida industrial que tanto envenena, polui, e causa doenças, ao mesmo tempo, que acumula riqueza crematística e poder autoritário... segue o registro aqui neste blog... lembrar que:
“A manipulação
psicossocial recente foi construída pela indústria de alimentos de forma
diabólica estimulando uma discussão sobre as sementes e alimentos transgênicos,
unicamente dicotômica e polarizada. Não se deve, nem pode priorizar importância
aos “genes de interesse” nas sementes e alimentos transgênicos, pois o
prioritário é entender que não existe duas coalhadas iguais em uma cidade, nem
em uma região, estado, país, continente, planeta ou sistema solar, pois não
existem dois leites iguais, dois micróbios iguais, vacas iguais, pastos iguais,
solos iguais, propriedades iguais. Logo
a discussão deveria ser sobre o proteoma
e não sobre o genoma que é induzido e discutido. A propriedade única e
exclusiva o camponês a tem, logo isso é importante. Quando separamos alguns
ovos em uma colmeia, sauveiro, cupinzeiro ou anfíbios e répteis e alteramos a
temperatura ou alimentação, sem que se mude um gene há a mudança de sexo e de
comportamento (operária x rainhas). O
que importa para a agricultura, vida e saúde é a unicidade unívoca do camponês
e sua terra. Este é o estamento do BIOPODER CAMPONÊS.” (Pinheiro, 2016).......................abç. O.Blanco
CTNBio: Novos transgênicos contra o campesinato, a soberania alimentar e a natureza
No
dia 22 de janeiro de 2018 entrou em vigor uma resolução normativa da
CNTBio (Resolução Normativa 16/2018) que decide como considerar uma
série de novas biotecnologias que usam engenharia genética, porém com
formas diferentes dos transgênicos que já conhecemos (como milho e soja
resistentes a agrotóxicos ). Estas novas estratégias para manipular
geneticamente plantas e animais podem ou não inserir novo material
genético nas sementes ou em seus descendentes. Com a nova normativa, a
CNTBio pode decidir que organismos produzidos com essas biotecnologias
não são considerados transgênicos ou OGM (organismos geneticamente
modificados) e, portanto, não necessitam cumprir com a regulamentação de
biossegurança. Também estabelece um canal legal para permitir a
liberação no ambiente dos chamados “condutores genéticos”, uma
tecnologia de alto risco, que propõe extinguir espécies inteiras,
inclusive silvestres.
A nova normativa é muito grave porque:
a)
Abre a porta legal para que sementes, insetos e outros organismos,
e produtos alterados geneticamente com novas biotecnologias não sejam
considerados OGM (organismos geneticamente modificados) e, portanto, a
CNTBio poderia decidir que podem ir para o campo e para os mercados sem
avaliação de biossegurança, sem regulamentação e sem rotulagem.
b)
Especialmente grave e alarmante é que uma dessas formas de novas
biotecnologias são os chamados condutores genéticos ou sistemas de
redirecionamento genético (gene drives, em inglês). São organismos
manipulados geneticamentes para enganar as leis naturais da
hereditariedade, para conseguir que uma característica genética seja
forçosamente herdada, e que poderiam ser usados para extinguir toda uma
espécie, vegetal ou animal. O Brasil é o primeiro país do mundo que
estabeleceu canais legais para a liberação desse tipo de alteração
genética que é extremamente perigosa e que pode ser usada em cultivos, e
para modificar geneticamente plantas e animais silvestres.
Quem se favorece com essa normativa:
As
mais favorecidas são as empresas de agronegócios e as transnacionais de
transgênicos, porque podem invadir campos e mercados com seus novos
produtos manipulados geneticamente sem ter que passar pelos mecanismos
de avaliação e regulamentação ou rotulagem, dessa maneira ganhando tempo
e aumentando os lucros. Podem inclusive enganar os consumidores,
dizendo que seus produtos são “naturais”, como fizeram nos Estados
Unidos com suas substâncias derivadas de micróbios engenheirados com
algunas dessas tecnologias.
Além disso, com a técnica
de CRISPR e de condutores genéticos, empresas como a Monsanto e DuPont,
que já têm a licença para essa tecnologia, esperam poder fazer com que
as plantas invasoras (silvestres) tenham mais suscetibilidade a seus
agrotóxicos. Já existem muitas invasoras que são resistentes ao
glifosato, por exemplo. Com essa tecnologia, esperam poder seguir
vendendo este veneno.
Também esperam poder manipular
novas espécies de sementes e plantas para ampliar seus mercados
transgênicos. Tudo isso às custas da biossegurança e da saúde do meio
ambiente, das pessoas e dos animais.
Impactos potenciais das novas biotecnologias
Os
transgênicos são organismos nos quais se inserem genes que não existiam
naturalmente num determinado organismo vivo, sejam da mesma espécie ou
de outra espécie. As chamadas novas biotecnologias, por exemplo: CRISPR,
técnicas que usam RNA para ativar ou silenciar gens, Mutagênese Sítio
Dirigida e outras, podem manipular o genoma inserindo novos genes ou
não, mas sempre alterando as funções naturais do organismo.
A
CNTBio dá a elas o nome de Técnicas Inovadoras de Melhoramento de
Precisão (TIMP), que englobam as chamadas Novas Tecnologias de
Melhoramento. Não são aplicáveis somente a plantas, são técnicas para
também modificar microorganismos, insetos e animais.
As
empresas também chamam essas técnicas de “edição genômica”, para dar a
impressão de que se trata apenas de uma pequena mudança em um texto,
tentando afastar esses novos OGMs da ampla resistência que camponeses e
consumidores de todo o mundo desenvolveram contra os transgênicos.
Com
essas técnicas de manipulação de genomas pode-se, por exemplo, fazer
plantas que sejam tolerantes a agrotóxicos (igual aos transgênicos
anteriores, mas com outra técnica), ou que ervas invasoras que se
tornaram resistentes voltem a ser afetadas por agrotóxicos (para seguir
vendendo mais agrotóxicos), mudar os períodos de maturação ou floração
(para facilitar a colheita industrial), ou que micróbios e plantas
produzam substâncias que normalmente não produziam, e que são valiosas
para as indústrias.
Afirmam que tais técnicas são mais
precisas que os transgênicos anteriores. No entanto, ainda que as
técnicas possam ser mais precisas quanto ao lugar onde modificam o
genoma, continua existindo uma grande incerteza sobre como essas
mudanças afetam o resto do genoma, o que pode levar a novos efeitos
imprevistos e indesejáveis. Já se sabe que em muitos casos, várias
dessas técnicas têm efeito fora do alvo (off-target) e isso leva a que
as plantas e/ou produtos que se derivem dos organismos manipulados
possam ter efeitos alergênicos e outros, que afetam o crescimento das
plantas e também a saúde humana e animal.
Além disso,
existem outros efeitos dos transgênicos que já conhecemos, tais como
viabilizar o aumento de agrotóxicos, afetar as sementes crioulas e
estarem patenteados por grandes empresas.
Impactos dos condutores genéticos (gene drives)
É
a primeira vez que se fazem transgênicos para liberar em ambientes
silvestres, visando modificar não apenas espécies cultivadas, mas para
que se reproduzam agressivamente na natureza. É uma forma de engenharia
genética que usa a tecnologia CRISPR-Cas9 para conseguir que as
características genéticos inseridas em um organismo passem
necessariamente para toda a próxima geração, e não somente os 50%
correspondente a cada genitor, como seria normal. Se a manipulação é
para que se produzam somente machos (tentam isso com plantas, mosquitos e
ratos), toda a população – ou inclusive toda a espécie – poderia
extinguir-se rapidamente. Uma certa quantidade de organismos modificados
pode ser lançada em um campo ou ecossistema e gradualmente modificar
todos os que se cruzem com os organismos modificados, até atingir toda a
população.
Por isso, é considerada pelas Nações Unidas,
também como uma arma biológica. O principal financiador para pesquisas
sobre condutores genéticos é o Exército dos Estados Unidos, seguido pela
Fundação Bill e Melinda Gates.
Os que promovem a
tecnologia dizem que é para eliminar pragas, por exemplo o mosquito que
transmite a malária, ou plantas invasoras. No entanto, quem define o que
é daninho ou praga? Para a agricultura industrial e os agronegócios,
tudo o que estiver vivo em um campo, afora o cultivo que eles querem
vender, é daninho. Que consequências teria a eliminação de toda uma
população de um ecossistema que co-evoluiu com ela, ou inclusive a
favoreceu como reação a outros desequilíbrios? O que acontece com outros
organismos que se alimentam dessa espécie? Quem tem o poder para
decidir eliminar toda uma espécie? Ainda que a técnica possa ou não
funcionar – é experimental – poderia causar grandes desequilíbrios. Por
isso, 160 organizações de todo o mundo, incluindo a Via Campesina
Internacional, reivindicaram que o Convênio sobre Diversidade Biológica
aplique uma moratótia a essa tecnologia.¹
Nem mesmo os
Estados Unidos permitiram a liberação de nenhum organismo desse tipo,
porque uma vez que esteja no ambiente, não sabem como pará-lo. Com a
resolução da CNTBio, o Brasil seria o primeiro país que permite liberar
essa perigosa tecnologia. E com uma regulamentação simplificada!
O
Brasil também é o único país no mundo que, graças à CNTBio, permitiu
repetidos experimentos com mosquitos transgênicos. Embora tais
experimentos não tenham nenhuma validação de que sirvam para combater
doenças, isso o faz ser visto como um país onde se poderiam liberar
mosquitos com condutores genéticos, devido à facilidade para conseguir a
aprovação das autoridades.
Mas o principal interesse
comercial nos condutores genéticos vem dos agronegócios, porque
possibilitaria eliminar as espécies de plantas que fossem resistentes a
seus agrotóxicos, ou fazer com que essas ervas voltem a ser suscetíveis
aos agrotóxicos, e assim seguir aumentando seu uso. Já são várias as
transnacionais de transgênicos que têm a licença da tecnologia
CRISPR-Cas9.
As organizações camponesas, os movimentos
sociais, as organizações da sociedade civil e de consumidores rejeitamos
energicamente a normativa 16/2018 da CNTBio que pretende legalizar e
liberar sem regulamentação, avaliação e rotulagem, novos transgênicos
que terão um impacto sobre os/as camponeses, a soberania alimentar, a
saúde e o meio ambiente. Denunciamos e rejeitamos que a CNTBio pretenda
legalizar também a liberação de “condutores genéticos”:
transgênicos
que poderiam ser usados para extinguir espécies, e como armas
biológicas, cujo principal financiador é o Exército dos Estados Unidos e
que não são permitidos em nenhum outro país do mundo, devido à sua alta
periculosidade.