11 de julho
Por Tiao
Ontem às 17h do México (19h de
Porto Alegre) comecei meu encontro com os Bombeiros Agroecológicos do Serviço
Camponês do México para a América Latina, organizados pelos engenheiros
agroecológicos de San Pablo de Yaganiza. As palavras de boas-vindas do
presidente municipal deram início à conferência.
Conheci Oaxaca em 1981, ao
conhecer um arquiteto mexicano na Alemanha. Ele sofreu muito com a ausência da
tortilha oaxaqueña. Acredite em mim, ele chorou no refeitório da universidade e
falou sobre milho, do molcajete e do comal. Com o meu castelhano do Rio de la
Plata, com chouriço, chinchulinas, moela, úbere e costelas não podia imaginar o
amor e as lágrimas pelas tortilhas. Tudo bem, que na Alemanha se comia carne de
gnu e impalas da África e carne de cavalos e burros, os primeiros são uma coisa
maravilhosa, tem gosto de carne de cervos, o último tinha conhecido como
iguaria Mapuche no Chile em 1971, sem entrar nos detalhes.
Em 1998 estive pela primeira vez
em Oaxaca, com pessoas que tem amor a cultura, ao visitar o mercado público, a
cidade, o jardim botânico, participar de uma oficina em San Juan Tabaá,
compreendi a imensa dimensão do antigo amigo arquiteto de Oaxaca, estagiário na
Alemanha, dividida e ocupada. Visitei uma igreja em San Juan Tabaá que ficou
fechada por 400 anos... e tinha pinturas da época colonial, algo que o Louvre
ou o Pardo não têm. Conheci a cozinha comunitária e as grandes panelas com os
tamales e os Tlayudas, então pude entender as lágrimas do arquiteto, lágrimas
de uma ausência cultural gastrosófica, como diria Charles Fourier no
Alvorecer da Revolução Francesa... Um estudante ianque de Berkeley naquele
curso disse algo que marcou tanto quanto as lágrimas do amigo… Eu aqui em 4
semanas aprendo mais do que em Berkeley em 4 semestres... Aos 50 anos de idade eu
começava a aprender algo que a elite brasileira e seus militares aristocráticos
(ou monárquicos maçons) negavam...
Voltei a Oaxaca mais uma vez no
ano seguinte e quando voltei tinha muito trabalho no Fórum Social Mundial. O
agronegócio trouxe piratas holandeses da Bunge e Cargill disfarçados de
ambientalistas para discutir soja no Cerrado. As ONGs ambientalistas viviadas
no Euro Fácil, ofereceram o espaço organizacional para discutir o que viria a
ser depois o MA-TO-PI-BA, com mais de 100 milhões de hectares de terras
públicas ocupadas, deslocando 300 mil camponeses e indígenas que estavam sendo
devastados pelo capital internacional de Hitler para a soja dentro do plano da
Wehrmacht e N.S.A.P.D., copiado de Henry Ford e George Washington Carver desde
1910. Consegui fazer com que os onze membros da mesa reconsiderassem suas
palavras "ingênuas ambientalistas" e removesse o anzol e o
tapa olho dos piratas da Companhia das Índias Modernas e gringos.
Estava tão ojerizado que depois de
falar, percebi que estava sentado ao lado de um índio arrogante em seu huipil
azul claro, mas não azul celeste, mas magento. Era o líder oaxaqueño de Gelatao
A. González. Eu perguntei a ele "você é" mexicano. Ele acenou com a
cabeça e eu emendei: - De Oaxaca? Ele disse: Guelatão.
Empoderado, disse eu, para que todos ouvissem:
Deus fez Oaxaca e o Diabo fez o resto do mundo, para aqueles filhos da palavra
angolana tão utilizada no México...
Ontem durante a apresentação
sobre as maldições do FAENA para a Saúde, para a Economia, para o Clima do
Planeta, começaram a bater panelas e gritarem por todas as janelas de Porto
Alegre, que quase me impediram de falar... Expliquei que a população protestava
contra o genocídio de 532 mil pessoas na pandemia de militares corruptos com
seus políticos adiaram a compra de vacinas para ganhar maiores propinas e
denunciados, agora, ameaçavam a população.
Analfabetos que não conhecem a
diferença entre poder e força, que ouviram um discurso escrito por Goebbels em
português, mal traduzido e no horário nobre oficial do governo, por um ator
governamental do setor cultural. Sim, o Brasil não é para amadores. O
presidente e seus filhos orgulham-se do seu torturador, o assassino Brilhante
Ulstra, integrante do corpo diplomático no exterior, mas quase a totalidade das
perseguições aos cidadãos foram realizadas por psicopatas da polícia civil
treinadas pela CIA e pelo FBI. Eles nem trabalharam, pois quem fazia o trabalho
sujo eram os policiais militares em forma de milícia pelos mesmos treinados. Da
mesma forma que a grande maioria dos militares nas tropas da Selva protegem a
devastação e o agronegócio hoje é composto por jovens indígenas em toda a
Amazônia.
Agora, quando os gringos
contratam os serviços de pistoleiros colombianos para matar um presidente
haitiano. É o “Blackwaters genérico”. O mais engraçado, que faria uma avó com
seus dentes de ouro sorrir discretamente é que eles foram presos por policiais
civis haitianos, simples e criolo. Pobre do Biden, bem que merecia perder o
"n" no sobrenome e colocar o acento circunflexo.
O genocída queria, porque queria
que a Copa América em meio à pandemia para catapultar sua reeleição. Usou o
horário nobre, e creio um incômodo para os Bombeiros Agroecológicos, recebendo
um "ollazo" nacional.
Pois bem, os argentinos vão cantar no
Maracanã: “Ouvi os mortais o grito sagrado: Liberdade, Liberdade, Liberdade ...
e levaram a Taça ... e, claro, enterraram a reeleição do fascista.
Não consegui dormir, rindo, e
decidi sugerir do Chile ao Canadá que organizássemos “ollazo en live” contra o
governo militar de Bolsonaro. Carpe Diem, o pão do morto saiu atrasado...