29 de junho
Por Sebastião Pinheiro
A Cooperativa Coolméia foi
criada por pacifistas, crentes e visionários; por isso, criou na rua sua feira livre
(tianguis) para vender mais barato e não para vender para ricos. Essa
contradição deve ser explicada, já que a ditadura mundial na Europa buscava que
os ricos comessem orgânicos, mas sem a capacidade de produzi-los. No entanto,
no Brasil todas as técnicas desenvolvidas em órgãos públicos, universidades e
institutos de pesquisa foram com tecnologias industriais e bancárias, nunca com
as alternativas camponesas saudáveis. Ali, na cooperativa, então passamos a
desenvolvê-las e nos tornamos pioneiros no mundo em tais tecnologias, e nossos
maiores inimigos foram a ditadura e os militantes de partidos que desejavam
conquistar o governo. Receituário Agronômico, Biofertilizantes, Farinhas de Rochas,
Sementes Camponesas, Microorganismos, Legislação contra o liberalismo dos Agrotóxicos
cromatografia de Pfeiffer, Biochar, Metagenômica e Metaproteômica de Camponeses,
Terra Preta de Indígenas, Bombeiros Agroecológicos e outras foram respostas
organizada de cidadania.
O mais avançado foi como
entender a Matéria Orgânica em função das mínimas informações que se possuía.
Transformamos isso em uma mandala, o M6 (M a sexta).
M6 é algo estratégico
para o resgate ancestral camponês. No Brasil, há uma tradição mínima no
conhecimento da química e começamos a ensinar o manejo (gerenciamento) da
matéria orgânica por meio da química. No Brasil, o fogo ainda é um instrumento
tecnológico “oficial de benefício humano” (social) sobre a terra, pois a
valoriza crematísticamente, e o agronegócio o utiliza, razão pela qual elegeu
o atual governo.
Todas as formas de carbono
através do fogo combinam-se com Oxigênio e queima gerando calor, gases de monóxido
e dióxido de Carbono e partículas nocivas do Efeito Estufa e outras partículas
piores.
Todo o carbono queima, mas
queima mais facilmente quando produzido pelo Sol por conter mais energia, mesmo
quando está fossilizado, contudo sem ser substituído pelo Silício, como nas
árvores petrificadas, que portanto não é possível queimar. Da mesma maneira que
o Oxigênio queima o Carbono, os microorganismos também descobriram como queimar
sem gerar calor em tantas etapas, mas com a conservação de energia com o mesmo
valor final termodinâmico da matéria. O que varia é o tempo necessário para o
processo total e este é o segredo do manejo da matéria orgânica no solo, que
não é ensinado nas escolas agrícolas ocidentais de agricultura, agronomia.
Posto isto, podemos explicar o
que é o M6. Vamos começar com (M)inerais, já que eles são a primeira
fonte de energia para os seres vivos, e passados 4,6 bilhões de anos de vida no
planeta, ainda não existe um ser que dispensa minerais ("o sal", do
poeta Cassiodorus, IV a.C. “alguns precisam de ouro, mas todos precisam de
sal”). Eles vão entrar nas células e participar no
metabolismo por sua energia, onde cada mineral tem uma ou mais funções
específicas, mas também podem ter funções secundárias ou terciárias em
substituição a outras quando ausentes.
O segundo é (M)atéria Orgânica
constituinte de todos os corpos vivos que ao transformar-se em matéria morta dos
corpos ou parte dos corpos e conter uma quantidade de energia final e acumular-se
e que seguem um lento processo de degradação.
O terceiro é (M)icrorganismo
que desenvolveram mecanismos especializados para aproveitar essa energia e essa
capacidade de absorver ou metabolizar energia é o mais importante dos seres
vivos para a evolução da vida, que existe no resíduo final, anterior na escala
evolutiva. [Não há espaço para a digressão insinuante, nessa análise
simplista em tempos de pandemia, pois vemos a partícula de RNA que parasita o
carbono de outro ser vivo e se quer tem vida].
[Terá ela algo a ver com o príon, uma má embalagem de proteína que criou a
extinção dos canibais Curú, o scrapie, a doença da vaca louca ou sua
variante humana Cruzfeldt-Jakob?].
Os seres vivos metabolizam o
carbono produzido direta ou indiretamente produzido pelo Sol na natureza e esse
podemos considerar o quarto, o (M)agnetismo do Sol, um grande
responsável pela síntese ou incorporação do Carbono mineral originário do
metabolismo dos seres vivos primitivos transformados em cadeias de polímeros
através da fotossíntese que servirá como alimento para os animais direta e
indiretamente para os vegetais, através de sua degradação como matéria orgânica
pela intervenção microbiana ou não. Essa etapa, em um certo ponto da vida do
planeta, durante 60 milhões de anos, criará um período na era geológica do Paleozoico,
denominado de Carbonífero, devido à grande produção e fixação de Carbono e
produção de Oxigênio na atmosfera que possibilitou uma mudança na vida no
planeta.
Isso possibilitou a
necessidade do penúltimo (M)anejo da Matéria Orgânica, de alguns poucos
que conseguem praticar agricultura e são denominados de ultrassociais (cupins,
formigas cortadeiras e abelhas melíferas), denominados em entomologia de eusociais
por divisão do trabalho. Os humanos fazem parte dos primeiro por também fazer
agricultura, no entanto, apenas ele não tem uma relação única de Endo-simbiogênese
nutricional ao realizá-la, uma vez que cupins e formigas cortadeiras criam e
cultivam fungos para, por meio de suas ações, elaborar mais facilmente ou com
melhor qualidade e quantidade seu único e exclusivo alimento para todos, exceto
para as rainhas, que são alimentadas de maneira diferenciada. No humano,
desenvolveu-se uma maior diversidade, que no Ocidente vem em degradação
acelerada nos últimos tempos e transformou-se em uma atividade não mais social,
mas industrial na sociedade moderna com uma visão mercantil elitista da
qualidade dos alimentos. Ao último devemos discutir essa (M)ística espiritual dos
alimentos, um fator na evolução da vida. Nela, a Agroecologia possibilita que os
camponeses humanos restabeleçam em plenitude o valor ultrassocial dos alimentos
de qualidade mais além da simbiogênese dos três insetos mencionados, onde
atinge o nível sagrado para todos na máxima integração trimúrti: criação, conservação
e renovação da energia no alimento.
Você não vai acreditar, mas os
maias, os incas e os astecas estavam muito mais avançados nisso do que nós.
A produção Industrial em
escala planetária sem qualidade versus produção artesanal com qualidade
artesanal "à medida", como arte em que não existem dois produtos
iguais, como são as coisas vivas e na natureza.
Os maiores impactos negativo socioeconômicos
e ambientais do agronegócio, que impõem subsídios e especulações versus
respostas ultrassociais sobre equilíbrio e harmonia da mais alta qualidade no
Biopoder Camponês, mesmo com o “encantamento prematuro” da Cooperativa
Coolméia.
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Compartilhando
o convite para Live que ocorrerá amanha, dia 30 às 19 horas, via YouTube, enquanto programação da 7° Jornada Universitária em Defesa da
Reforma Agrária em Santa Catarina. Com o tema "Reforma Agrária no século XXI: Regimes Alimentares e Biopoder Camponês."
e na sequência... 20 horas no: