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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

terça-feira, 27 de junho de 2017

Território caipira



O que faz a agricultura orgânica ser diferente da agricultura convencional tóxica é a aproximação entre quem produz e quem consome o alimento, e não os métodos e técnicas aplicadas especificamente na produção.
É o envolvimento comunitário autoconsciente da importância das relações éticas existentes no que é valor social, e no que é preço, que acaba orientando as práticas em cada unidade produtiva no que tange a limitação e o potencial do solo, da água, da economia local e das externalidades ambientais.
            É a consciência da importância da terra, do referencial agrícola tradicional e da existência histórica de um território caipira feliz onde a comercialização dos alimentos era justa e mais solidária entre os munícipes, sem a mentira "moderna" dos agrotóxicos, adubos químicos solúveis, mecanização desnecessária, e o monopólio das sementes paridas da bruxaria genética. Para confirmar isso, basta uma conversa com uma anciã ou ancião de sua cidade (81 milhões de brasileiros - 37% da população - vivem no campo ou em cidade de até 50 mil habitantes em que a dinâmica local gira em torno do rural – estudos da professora Tânia Bacelar).
Sem esquecer que todos os agricultores/as tem uma história tradicional de adaptação para cada "nova" técnica que ser quer introduzir ou promover em sua roça, os trabalhos aqui apresentados vem deste resgate e regeneração cultural dentro de uma perspectiva histórica na América Latina de continuar a evolução saudável no campo, mas agora, não mais em função da miopia política em tentar adaptar-se à nova Ordem e matriz tecnológica com gambiarras e remendos reducionistas como se a biotecnologia fosse apenas ‘inteligência’ da grande indústria multinacional, e seus negócios com a matriz anterior na periferia do mundo onde risco e benefícios é disfarce mercantil no “bal masque” da ciência. 
 O queijo, o vinho, a pamonha de milho crioulo, por exemplo, são produtos da roça e possui biotecnologia secular e muita existência cultura e, resistiu! São insubstituíveis. Causos, cantorias, mutirões, festão de viola (quermesses e juninas) e nossas lembranças e intimidade com o alimento e seu compartilhamento na ceia, sabores e saberes, é Cultura e não mais podemos permitir que nos enganem pela a mídia que protege o marketing do Agro é Pop! Em um Espiral de Ilusões sem fim...
“A manipulação psicossocial recente foi construída pela indústria de alimentos de forma diabólica estimulando uma discussão sobre as sementes e alimentos transgênicos, unicamente dicotômica e polarizada. Não se deve, nem pode priorizar importância aos “genes de interesse” nas sementes e alimentos transgênicos, pois o prioritário é entender que não existe duas coalhadas iguais em uma cidade, nem em uma região, estado, país, continente, planeta ou sistema solar, pois não existem dois leites iguais, dois micróbios iguais, vacas iguais, pastos iguais, solos iguais, propriedades iguais.  Logo a discussão deveria ser sobre o proteoma e não sobre o genoma que é induzido e discutido. A propriedade única e exclusiva o camponês a tem, logo isso é importante. Quando separamos alguns ovos em uma colmeia, sauveiro, cupinzeiro ou anfíbios e répteis e alteramos a temperatura ou alimentação, sem que se mude um gene há a mudança de sexo e de comportamento (operária x rainhas).  O que importa para a agricultura, vida e saúde é a unicidade unívoca do camponês e sua terra. Este é o estamento do BIOPODER CAMPONÊS. ”   
Portanto, temos a nítida noção dos impactos da 'agricultura moderna' (revolução verde, indústria de alimentos, etc.) para com a nossa sociedade e comunidade. O conhecimento existe, e o importante é saber em que contexto o aplicaremos: libertar e evoluirmos para uma sociedade que garanta os recursos às próximas gerações ou apenas visar a ganância, o individualismo, e o ‘tudo são negócios’, o que nos contradiz culturalmente e não condiz com a paz em nosso interior... Acredito que, o que é negativo ao meio ambiente e a saúde humana: mitigamos, eliminamos, dizemos não ao consumo. O que é positivo: multiplicamos, compartilhamos e informamos de tudo a todos e todas... Ainda há tempo para um outro mundo possível e necessário, e é agora!
Hoje, mais do que nunca, procuramos entender que pessoas saudáveis vem de alimentos saudáveis, equilibrados e que florescem de plantas saudáveis em que provém de um solo vivo (nosso segundo coração) e por fim manejados pelo agricultor, agricultora conscientes no biopoder camponês.
            A emancipação do campesino camponês, deverá ser obra do próprio campesinato, consciente do seu biopoder camponês. Então, que os respeitamos e os façamos agora o sujeito e não mais o objeto da história, para que se garanta a segurança alimentar do campo e cidade. Disse o poeta, ‘Amar o Brasil é fazer do Sertão a capital’.
A emancipação econômica (técnica e de produção) orienta-se pela liberdade econômica como base para todas as liberdades; no uso das ferramentas democráticas e da conquista de certos direitos "políticos"; políticas publicas autóctones, o respeito empírico científico, a dialética da agroecologia dialógica e, no respeito histórico às tradições e manifestações culturais para o resgate e regeneração do referencial de nossa agricultura Latina, re-existentes nas comunidades rurais, cantadas e impulsionada pelos movimentos urbanos de jovens envolvidos com a Agroecologia.
“Acreditamos piamente que os camponeses têm a condição de construir seu solo metaproteômico único, mesmo sem conhecer as comunidades e populações que o habitam, em um salto quântico impedindo que o não-saber do consumismo o distancie do BIOPODER ULTRASSOCIAL que dele emana e irradia. ” 
            É com toda gratidão que nos reuniremos neste final de outono e início de inverno na Fazenda São José (Orgânicos da Barra), no município de Neves Paulista – SP para eternizar nossas amizades e lutas por uma agricultura simples e de resgate do nosso Território Caipira.
            Agradecemos ao IBILCE/UNESP, campos de São José do Rio Preto representado pelo Prof. Dr. Fábio Fernandes Villela (Sociólogo) e a Engenheira Agrônoma Juliana Roldão pela organização deste curso de extensão presencial.
.           Nessa pegada forte concluo, que o nosso inimigo cavalga em máquinas obsoletas, sedentas por lucros, transmitindo doenças e ao mesmo tempo a cura imediatista de um sistema incurável e instável, 'aculturais'...; economicamente irregular e desprovido de respeito Constitucional. São alienados apocalípticos em nossa mãe Terra; visionários maldosos; mandatários da Guerra e não da paz e união entre os povos; do bate cabeça humano inconscientes ao invés da harmonia social consciente. 
Seremos então, a propriocepção em defesa do real desenvolvimento interno e emancipador do território brasileiro e Latino Americano. AgriCultura, nossa luta!

Oliver Naves Blanco

O material acima foi elaborado especificamente para os participantes do curso Território Caipira: Saúde no Solo (03 e 04 de junho / 01 e 02 de julho) pelo IBILCE/Unesp, campus de S.J.do Rio Preto - Orgânicos da Barra, Neves Paulista/SP e pode ser baixado aqui:

Turma chic do curso... gratidão!
 Modulo II...
 
              

quarta-feira, 21 de junho de 2017

O pensamento indígena

Foto tirada por Claude Lévi-Strauss em 1935-1936





antropólogo brasileiro

Eduardo Viveiros de Castro


Alguns textos mais, entrevistas, citações... segue.
Viva Zapata! Viva o Índio da América Latina!
A luta segue e segue... 





- 'O que se vê no Brasil hoje é uma ofensiva feroz contra os Índios'. _este link está em "O Globo" mídia Golpista (PiG) que não gosto de compartilhar, porém, boa leitura.._

Modo Capitalista de Produção, Agricultura e Reforma Agrária

Autor: Ariovaldo Umbelino de Oliveira.

prosa com o Ariovaldo Umbelino de Oliveira
 APRESENTAÇÃO
 
Compreender a questão agrária sob o modo capitalista de produção sempre foi tarefa difícil e complicada. Não porque muitos autores não a tenham praticamente esgotada, mas porque os estudos mais trazem discordâncias do que convergência. Por isso, esta temática cria atritos entre os conservadores e os progressistas, entre os socialistas e os comunistas, e entre todos eles e os anarquistas. Não há possibilidade nenhuma de consenso ou mesmo de aproximações. Sempre haverá pressupostos que se interporão abrindo espaço para a polêmica e discussões. Não há como encerrá-la no mundo político, ideológico ou teórico, pois sempre haverá um novo texto para reavivá-la, ou mesmo, o devir da história para (re) ou propô-la.
Assim, este livro nasce deste contexto do embate teórico, político e ideológico que tem movido os estudos sobre a questão agrária. Nasce de uma convicção sobre o papel e o lugar do campesinato na sociedade capitalista contemporânea. Não deriva de imposições apriorísticas da vontade individual do intelectual, mas do diálogo travado na caminhada das salas de aula, das pesquisas de campo, das discussões com os novos personagens da cena política do país, os camponeses em seus espaços de lutas, de estudos e reflexões. Por isso ele é um livro em transformação. Um conjunto de conhecimentos e saberes em transformação. Contém minhas primeiras reflexões, mas também, contém as últimas. 
 
Ele nasceu da fusão de meu primeiro livro publicado pela Editora Ática “Modo Capitalista de Produção e Agricultura”, Série Princípios nº 89, 1986, e três conjuntos de textos que escrevi referentes à renda da terra, publicados na revista Orientação do antigo Instituto de Geografia – USP; sobre a reforma agrária inéditos, sendo que apenas um havia sido publicado como verbete no “Dicionário da Terra” da Editora Civilização Brasileira em 2005; e outro conjunto de texto que publiquei sobre a questão agrária brasileira, os movimentos sociais de luta pela terra e a reforma agrária no Brasil. Este último conjunto de textos foi publicado em periódicos, apresentados e congressos, encontros e fóruns acadêmicos e políticos, e dois deles já circulam na Web, como enfrentamento político à farsa dos números da reforma agrária do MDA/INCRA do governo Lula. 
 
Dessa forma, espero que os leitores encontrem nele velhas e novas questões, mas, sobretudo, novos desafios teóricos e políticos para continuar a caminhada. Caminhada de quem apreendeu a caminhar junto, para junto, apreender a caminhar. Pretende ser instrumento de debate teórico e político simultaneamente. Sem medo de correr riscos. Riscos no mundo acadêmico, pois a parte dele publicada como livro pela Ática, sempre foi chamado de “livrinho”. O diminutivo para muitos vinha carregado de carinho e apreço, mas para outros carregava o fel amargo de quem não tem coragem de enfrentar a crítica. Como vocês podem ver, trata-se agora, do “livrinho” que cresceu, e deu frutos. Assim, ele retorna acompanhado dos “filhotes” que ajudou a parir. 
 
Mas, ele traz mais um desafio, romper a barreira imposta pelo “lucro a qualquer custo” das editoras comerciais e universitárias. Não vou negar, que minha experiência com elas não tenha sido contraditória, pois há de “tudo” também neste setor da produção editorial capitalista. Alegrias, frustrações, decepções não faltaram
nestes já mais de 20 anos de intenso convívio. 
 
Por isso, a decisão de caminhar na direção de destinar o conhecimento aos interessados, sem a mediação da exploração capitalista do mercado editorial. Ele vai para a Web, levando o recado e a tentativa de tornar o conhecimento acessível sem a mediação da “compra monetária do livro”. 
 
A esperança nasceu da convicção de que a abordagem e o ensino do capitalismo precisam conter também a sua superação. Espero que ele represente o início de minha libertação das editoras comerciais. Por isso, espero apenas que aqueles que dele fizerem uso lembrem-se apenas de citar a fonte, porque ele também nasceu de muitas outras fontes citadas. 
 
Acredito mesmo, que ele já é parte da luta pela difusão ampla, geral e irrestrita do conhecimento livre e gratuito. 
 
Por fim, queria que ele representasse uma homenagem singela e carinhosa à Dom Tomás Balduíno, semeador e símbolo de esperança e renovação permanente na luta pela terra no Brasil. 
 
São Paulo, no final do ano de 2007.
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
arioliv@usp.br
 
As imagens são do Seminário de Energias Renováveis e o aproveitamento e integração na cadeia de produção agrícola: propriedade e campo, agroindústria, cidade. Realizado na COAPRI - Cooperativa dos Assentados e Produtores Rurais de Itapeva e Itaberá - SP - 2008.
 
 
Mesa: Ana Terra, prosa Ariovaldo

Mesa: Oliver Blanco, prosa Catalã

COAPRI


dinâmica em grupo

prosa Delwek Matheus

Magnólia


Dr.ª Sany, relatando...

Catalão

Cataluña

elas também estão atentas, AS CRIANÇAS

Prosa técnica: Oliver, Utilização do resíduo da prensagem a frio de sementes de Girassol: Torta de girassol, substitui em 42% a soja em ração animal

oficinas
prosa

Oliver e Dudu
Dudu
Sany, Oliver, Ana Terra

Marcião, Oliver (pandeiro), Bel e Bomba, animando o fim do Seminário

Apiaí, presentes

Rede Soberania

Rede Soberania
Esta Nação é da Multitude brasileira!

Blogueiros/as uni vós!

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