22 de outubro de 2018
por Sebastião Pinheiro
Lisab,
“o pereba” estava muito despreocupado, enquanto polarizavam eleitoralmente
"culpados" e "despeitados", na cidadania consumista global
alienada de seu país prestes a pagar os custos da substituição do senhor
imperial.
Lúcido
como nunca antes, percebi as ações sabendo que somente três pés sustentam o
equilíbrio na agricultura em qualquer latitude e longitude no planeta, Questão
Agrária - Território e Modelo de Produção, que harmonizam estruturas naturais,
sociais e econômicas (sustentabilidade), que geram o PODER, que na maioria das
vezes é subordinado a interesses financeiros, econômicos e sociais, que a manejam
conforme suas prioridades e não dela, a agricultura.
Em
muitos países do Velho Mundo a questão agrária está acomodada pelo
desenvolvimento industrial, mas não resolvida nem como força, nem como poder. E
nos países do novo mundo são raros aqueles que conseguiram resolvê-la, onde há
constantes rebeliões, guerras e revoltas por suas desigualdades. O México fez
sua Reforma Agrária e 72% do território nacional que passou ao controle do povo
e suas estruturas. No entanto, isso não significa poder agrário, nem a
instalação de um modelo harmonioso de agricultura.
Lisarb,
pretensioso como todo inculto buscava saber o que não estudara mas carecia, não
por sua culpa, mas pelas artimanhas da miserável elite de seu continente. Envelhecido
e com cicatrizes pretendia alcançar o sábio grego Aristóteles para perguntar-lhe
sobre o Modelo do Estado Natural para a compreensão e coisas que devem ser
ignoradas por aqueles que pensam pelos acadêmicos subalternos e muitas vezes os
fazem ensinar.
O
México possui culturas milenares e diversas em um território igualmente
diverso, que lhe dota de agriCulturas também milenares e igualmente diversas.
A
agricultura industrial imposta pelos velhos países industrializados no estilo
desenvolvido pelo Barão von Liebig e monopolizado pelo Grupo Financeiro
Rockefeller no mundo com base na "Junta Geral de Educação" (General Education Board) passou a estabelecer gradualmente a transferência de força e
poder das agriCulturas para interesses industriais e outros, através da coerção
impositiva (fiscal) com a drenagem de riquezas, empobrecimento e misérias.
A
única maneira de reverter essa situação é com os camponeses conscientes de sua
força e restauração de seu poder, mas isso passa pela educação primária,
secundária e universitária, com o fortalecimento das diversas formas de agriCulturas
sincronizadas com os camponeses e suas realidades.
Autodidata,
não fiz genuflexão ante a presença sagrada de São Methamidophos (Metamidofós),
sem glória nem aureola, mas com todo o poder do símbolo máximo ® em lugar dos
mesmos. Não sabia se ele teria sido secretamente canonizado por Johannis PavlvsII, pela interseção de Tatcher e Reagan, depois do fulminante desaparecimento do
primeiro em seus delírios mundanos, mas refúgio daqueles que não sabem o que
fazer diante de um dilema campesino e nem sequer conhecem uma interrogação
saudável do problema, que irá transformá-lo em um "bombeiro
agroecológico".
Qual
papel jogava ele (santo), e eles na
contenção da Reforma Agrária Mexicana, nas transformações anteriores à proposta
de agora? Esperto, "o pereba" destilava seu veneno sarcástico. Como,
após 10 anos de revolução total, torna-se impossível aceitar a postergação e o
atraso na distribuição de terras aos camponeses na Reforma Agrária até os idos de
1935. Então, o que aconteceu? O tripé tinha uma pé quebrado, o modelo de
agricultura industrial que buscava destruir todas as formas de agriCulturas
milenares impactando fortemente sobre as etnoculturas.
A
resposta é clara e evidente em duas encíclicas de Leão XIII, "Genus Humans" e a resposta ao livro revolucionário O Capital de Marx,
"Rerum Novarum", de 1891. Não podemos deixar de imaginar a Karl Kautsky nove anos depois discorrendo na Alemanha sobre a Questão Agrária e
imaginemos os jesuítas no México orientando os camponeses a criarem Cooperativas
de Crédito Raiffassen e formar sindicatos de trabalhadores e campesinos. As
"Coisas Novas" e o Gênero Humano com grandes transformações que logo
irá fazer desaparecer cinco Impérios...
Intromissão
é comportamento repreensível, mas a ciência necessita de respostas fora dos
cânones da acadêmica "obediência devida" aos impérios mundanos,
servis ou não, ou no supra mundo com ou sem seus "dados concretos"
induzidos e "esperados".
A
única e incomum (inédita) saída oferecida pelo império aos pobres de espírito e
aculturados é a Wikipedia. Ali encontramos a Guerra Cristera e seus meio milhão
de deslocados ou mortos. "- Qué lo parió", diria Mendieta ou o gaúcho
pampeano diante do inusitado, mais que incomum. Na
Alemanha, Hitler criou um
imposto sobre a religião, para as duas Igrejas e todos fecharam os olhos aos diversos
genocídios.
O
mundo se preparava para um novo choque imperial e as encíclicas de Pio XI
demonstram o risco que "Exacerbar os Ânimos", no México, recém saído
de uma década de conflitos ou os referentes aos novos totalitarismos europeus
(La vostra presenza, Non abbiamo bisogno y Mit brennender Sorge).
Lisarb
percebeu difícil averiguar se havia correlações com terras da Igreja Católica
confiscadas na Revolução e o estancamento da Reforma Agrária de 1917 até 1935. Foi
estudar e então entendeu que não havia possíveis relações daquela Guerra com o
Cristo Rei do tardo-franquismo da Guerra Civil Espanhola e suas conexões
políticas..
Lisarb é ousado, mas não exagerado. No relicário da hagiografia de São Metamidofós
há espaço contrito a concluir que as sementes transgênicas e seus herbicidas Glyphosate
são os mais importantes marcos sobre "A Questão Agrária" e
"Território Campesino" conquistado na Revolução Mexicana para
restaurar através do terceiro pé de equilíbrio, "Modelo de Agricultura do Agribusiness" (Agronegócios) para
a restauração do poder e status anterior à Revolução... Ajudando-o a
decodificar esses meandros camponeses latino-americanos para cessar a devoção ao
São Metamidofós, ou a canonização pretendida de São Glyphosate, e evitar o que
o planejado pelos ricos do velho mundo com sua agricultura de proteção, que usa
canhões para dispersar as nuvens, pois perdem ao chover e baixar as temperaturas
em estufas (quatro graus Celsius) na produção de frutas de altíssimo valor
quando são necessários sete quilos de milho para comprar uma garrafa pet de
Coca-Cola. Esse é o poder do capital sobre o poder da agricultura, para que Trump
mantenha o circo operante e "la nave va", enquanto
"renovarum" o Biopoder Campesino.
Leitura complementar pesquisada: