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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sábado, 21 de março de 2020

Laissez-faire





19 de março
Por Sebastião Pinheiro

Sinto nostalgia e não sei se é uma premonição diante da peste. Um amigo me alertou sobre Albert Camus, um estudioso do tema. Bem, é possível que ele estivesse perdendo parte de seu coração "pied noir", mas a liberdade pertence a todos e não a um. Cuidado, as conquistas nunca são pessoais, elas também pertencem a todos no mundo e isto é uma visão política, ideológica e moral...

Todo processo de dominação é agradável em seu início. A coisa mais absurda em 1964 foi o fanatismo acompanhado pelo "laissez-faire" na educação. Era uma época muito estranha quando semianalfabetos citaram Piaget ou Kirpatrick, enquanto era ignorados o "energúmeno" Paulo Freire e o sequestrado e assassinado Anísio Teixeira ambos professores em Harvard...

Eu assisti, como paraninfo em colação de grau em universidade pública com um desenho raro na disposição dos professores e alunos formando. Professores dispostos na lateral ao público e os estudantes na lateral a eles, mas frente ao povo e cada um selecionava uma música de sua satisfação. Individualismo coroando o laissez-faire...

Agora, neste ano, um estudante de Ciências Políticas e Relações Internacionais resolveu ouvir sua música "funk", levantar a toga usando apenas calças femininas e com salto altíssimo requebrar-se indecentemente em total desrespeito ao presídio e ao povo. A escola é pública, no entanto, apenas reservada até muito recentemente para a elite.

A nostalgia vem de outra época, de exames orais com várias reuniões de professores. Após o sorteio das duas bolas, ele passava um quarto de hora na "capela" para ordenar sua apresentação e responder a perguntas, inimagináveis ​​devido à sua complexidade. Era a coroação de seu aprendizado sobre a matéria, depois de todo os trabalhos práticos, teóricos-práticos e seminários. Cada exame poderia levar mais de uma hora.

Não adiantava saber, e sim como explicar o que sabias, diante de todas as barreiras interpostas pela mesa, repito até dez professores. Era um dia solene para a vida...

Lembro-me dessas coisas por causa da pandemia global, onde todos parecem ser artistas, não como excesso da toga, mas também com as máscaras no rosto, como em auditório de programas dominicais na infeliz televisão aberta nacional. (a TV acha que não existe seres inteligentes na terra, pelo menos a TV brasileira, Oliver...)

Na prova oral, você tem alguns segundos para ler a intenção do professor em sua pergunta, sempre com múltiplos sentidos e contesta no primeiro, deixando deixando no gatilho o segundo e o terceiro para a réplica e tréplica. Você tinha um ano para aprender todas suas manhas (truques) e estratégias, e agora eras o toureiro desenvolvendo de forma sistêmica o uso de todos os livros e artigos lidos, mais de oito vezes cada um e com opinião formada. 15 meses e o presidente não aprendeu nada.

Em cada disciplina aprovada, você estaria mais preparado para enfrentar a mais desgraçada pandemia ou tsunami de qualquer curso fora de tua área específica, mesmo diametralmente oposta à tua formação profissional.

A preparação não era para o mercado, pois o trabalho é o óbvio, mas para a Sociedade de maneira integral, onde os valores éticos, morais e cívicos eram basilares, aplicados e defendidos em qualquer ambiente, circunstância ou emergência.
 
Não vi isso e dez ministros de estado estavam presentes e o presidente da república com 15 meses de governo repito. Desculpe, mas senti vergonha. Por tanta inépcia. Hoje vejo que a empresa proprietária do Ibuprofeno veio defender seus negócios o consumindo do produto e o laissez-faire não é um privilégio nacional mas ordem mundial. Já deve ser usado, porque o resultado é menos importante que o negócio feito.

Uma renomada revista científica reúne quatro cientistas que concordam que o vírus não foi manipulado. Sim, seria ingenuidade manipulá-lo grosseiramente do ponto de vista do genótipo, mas fenotipicamente é muito mais difícil comprovar isso e os chineses afirmam que já existiam casos nos EE.UU em junho de 2019 que não foram denunciados. O estranho é que o Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat (Begin-Sadat Center for Strategic Studies) já em outubro denunciou e logo outro instituto indiano o ampliou... O que os chineses fizeram foi algo que agora sabemos. Será que no laissez-faire daqueles que “copiam” ou fazem testes cruzados nos exames, podem entender isso?

Quando os italianos afirmam que aqueles com mais de 80 anos são abandonados à própria sorte, porque não serão tratados, é a realidade do nosso dia a dia... e não é por culpa pessoal, mas por imposição  emergencial.

Quando Christine Lagarde, vitoriosa, diz que os anciãos estão vivendo muito ou que os pastores e seus bispos estão preocupados com o fechamento dos templos de arrecadação. Eu, que assisto todos os dias na TV publica programas de duas horas em cinco canais entre 21:00h e 22:00h e mais pessoas paralíticas andando, entrevados movendo-se e o pastor sem pudor exigindo dinheiro explicitamente para os fiéis ou paroquianos. Penso, respeitosamente, como me obriga a Constituição Nacional e a Agenda 21 das Nações Unidas. Não seria o caso de abrir todos os templos e convocar a todos os contaminados pelo coronavírus para comparecerem aos templos e receber a graça de serem curados por esses pastores, que estão no congresso nacional, ou fora dele como os bispos...


Mesmo condenado à morte pela pandemia, sente-se forte e com poderes para dizer sem medo que a rebelião não é genótipo, é mais do que fenótipo ou epigenética. É espírito e, como tal, é eterno mais além e canalhice que vemos em toda parte na Sociedade.

Quando os usuários souberem isolar o lixo que há nas redes sociais, ela será uma escola de transformação ética e moral, e não o laissez-faire da ignorância, vaidade e cretinismo, mais além da peste. Obrigado Carrel, 1912, Medicina ("O homem este desconhecido" e "Reflexões sobre a conduta da Vida") et Camus, 1957, Literatura, com a Peste e o Primeiro Homem.

Na prova oral, aprende-se que quem sabe não tem medo de nada, nem de ninguém. Carpe diem.




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