29 de fevereiro
Por Lisarb, o Mapuche
Por Lisarb, o Mapuche
“Re we lelay tati”, é um dito
mapuche que significa “As coisas não são necessariamente o que parecem”, o que eles
mostram são bem mais, o que querem ocultar”... “Inche” ontem fiquei assombrado, tantos quanto muitos, ao assistir o vídeo do
político Ciro Gomes. Não fiquei muito impressionado, porque dois dias
antes havia visto a versão anterior, de igual conteúdo e contundência. Na
segunda vez, tive condições de superar o "ilusionismo" e me
perguntar: em qualquer país do mundo estaria judicializado pelo Ministério
Público por ele não respeitar a cidadania, crianças, idosos e família, mas por
que não aqui? Que pantomima ele representou?
Não é
permitido confundir liberdade de expressão com ofensas, agressões ao telespectador
e ao ouvinte a não respeitar nossas liberdades interiores, "kidü
ngenwen". Sereníssimo digeri seu discurso. Lembro-me de que em sua
primeira campanha presidencial, se apresentou como natural de Pindamonhangaba, do
Estado de São Paulo, quiçá para obter maior penetração no estado por sua elite preconceituoso com nordestinos. Ele foi candidato novamente e ministro de três
governos, não é um neófito na política. Sua "vida" nada mais é do que
uma candidatura oportunista fora do espaço político, legal, como disse o pampeano:
"Em um rio turbulento, é melhor para o pescador".
De tudo o
que ele disse, há algo muito perigoso e impactante: "o governo
organiza escalada de guerra contra a Venezuela"...
Isso me fez
procurar ler o livro de Ziley Mora Penros, Filosofia Mapuche,
para entender dez anos depois a série de televisão Walking Deads, os mortos-vivos
ou zumbis latino-americanos.
Estamos com
um governo Zumbi (alüliwen); militares zumbis (milícias) com
gerenciamento da vida, por não tê-la. A televisão mostrou um governo estadual reunido com um governo federal e amotinados responsáveis por uma escalada de
assassinatos, assaltos e violências contra a sociedade tentando aumentar
salários contra a constituição, na presença de um ministro da justiça, ministro
da Defesa, general interventor militar, que não se dão conta que são
"zumbis", sem poder algum, exercendo uma pantomima, por ser tudo isso
contra a constituição. O zumbi acha que pode tudo.
Os zumbis
não têm vida, não sabem o que significa liberdade. Veja o conceito de liberdade
jurídico romana ou da nobreza medieval, que existe não apenas em Pindamonhangaba, mas em todos os países, que nada tem a ver com a liberdade
interior "kidü ngenwen" da cultura mapuche.
O que Ciro
disse e na reunião apresentada ontem na TV não desperta os cidadãos, pelo
contrário, o entorpece ou pior, transforma-os em zumbis consumistas. Nos
últimos governos da constituição atual, continuou o "laissez faire"
da ditadura. Não houve despertar nas escolas para o "inche" interior
das crianças, que hoje seriam jovens adultos em sua maioria, acompanhadas por
uma juventude sem temor a nenhuma besta honesta/corrupta, democrática/autoritária,
ignorante/competente. A questão não é esta e é muito mais profunda. Veja a
força (nawen) que vimos e vemos no Chile.
O 15 de
março é um dia para despertar, entendam bem, deixar de ser zumbi ou morrer
tentando voltar para casa (roka).
O governo
olhou para o espelho e percebeu que é um vampiro, outro tipo de zumbi, logo
necessita de uma convalidação no Terceira Turno para polarizar mais ainda mais
a sociedade de alienados, deslumbrados e consumistas sem dinheiro ou emprego.
Não permitam
que eles entrem em seus intestinos para extrair sua liberdade. É isso que
ensinas os mapuches. Busque um Machi e seu cultrún.
Eles não
construirão cidades, nem grandes pirâmides ou observatórios astronômicos, mas
ninguém desenvolveu o ser humano com um nível de consciência superior ao deles.
O exemplo da juventude chilena deve ser entendido, compreendido. Lá também há um
governo de Walking Dead (zumbi), que não pode se olhar no espelho, igualzinho aos
políticos oportunistas.
Marichiweu! Cada um que
cai surgem mais dez.
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