07 de setembro
Por Sebastião Pinheiro
Na primeira semana de setembro, comemora-se no Brasil a semana da pátria (7 é o feriado), mas neste ano difícil devido ao vírus global, me partiu o coração ver duas meninas que foram baleadas quando tinham 11 e 12 anos. Vestidas com uniformes de guerrilha após a morte, criando algo comum na Colômbia dos "falsos positivos". Na rede digital (F), uma fotomontagem cretina do rosto de uma menina com mãos masculinas desproporcionais segurando uma arma automática militar. Fazer isso onde o “Acosta Ñu” é comemorado em 16 de agosto é feio. Ficou pior quando se descobriu que as meninas eram de nacionalidade argentina e moravam lá...
No Brasil, Sua Incilência o presidente, para desmoralizar a cidadania visita o Estado de São Paulo sem máscara, mas durante todo o tempo em Brasília ele a usou, já que seu interesse é estar infringindo a lei e aglomerando em sua volta (foto) . Numa campanha publicitária oficial, surge uma voz feminina recomendando que não fosse exigida a vacinação, pois uma vacina leva 14 anos para se desenvolver... (se diz farmacêutica)... e recebi o apoio presidencial na propaganda de desmoralização. É sempre bom registrar isso, pois conhecemos a história a partir da visão (heroica) do poder. O revisionismo buscava (exagerado) contrapor-se a erguer sua ascensão. Jamais devemos perdoar a ambos por suas faltas indutivas, tanto na causa quanto nos efeitos sobre a autoridade de nossas cidadanias.
O que mudou da "Operação Condor" para agora? - Como dizia um velho exilado na Espanha: “Nada, só o diâmetro das árvores do Parque Palermo”. Parece ser verdade, pois a desmoralização é total, o que exerce o poder se auto desmoraliza para desmoralizar os que ainda tem a cidadania, mas isso é um valor em vias de extinção, substituído pelo consumismo e alienação, que continua na pandemia ainda mais notável pela completa insanidade no comportamento individual e social. E isso tem um motivo: O estado nacional não existe mais. O sociólogo mexicano J. E. Madrid escreveu sobre o estado híbrido do século 21, mas a velocidade dos acontecimentos já o eliminou, são as poucas agrocorporações do complexo militar industrial que determinam a lei e a ordem no continente e no mundo. Os EE.UU. têm meia centena de bases militares na América Latina, com a função agora de proteger o agrocorporativismo dos grãos contra a insurgência da desigualdade e da miséria provocada no mundo que vê a cobrança de refugiados pela mesma ação da Unilever, Bill Gates na África e na Ásia, o mesmo aqui, apenas território virtual do agrocorporativismo.
Na semana pátria lembro-me do secretário de cultura que vestiu e maquiou-se de Goebbels, interpretou o discurso nazista com rito e ordem solenes.
Atendo aos pedidos com a versão completa de “Entropia del Agro~corporativismo versus a Sintropia Camponesa Indígena da Agroecologia”. No jornal general Vo Nguen Giap (foto) disse hoje que é preciso lutar contra o novo colonialismo das corporações...
A entropia do agro-corporativismo versus a sintropia da agroecologia indígena-camponesa.
O AGRO-CORPORATIVISMO (mal apelidado de agronegócios) busca reações diretas de causa e efeito na agricultura, obtidas diretamente por meio de insumos industriais. Os fertilizantes e agrotóxicos são seus casos mais típicos, mas não os únicos. Os produtos de consumo, por meio de propagandas, publicidades e políticas subsidiadas disfarçadas de tendências, avanços tecnológicos ou científicos, evitam as relações de causa e efeito ou o esgotamento e destruição do equilíbrio e harmonia energética.
A energia é a melhor forma de medir a eficiência da agricultura por meio da biotermodinâmica. Na era da “Agricultura Moderna” (na chamada periferia da “Revolução Verde”, como instrumento de “desenvolvimento”, mera aculturação imperial dos EE.UU.). Eles acostumaram a dizer que na agricultura moderna 2 pessoas alimentavam 100 pessoas nas cidades e que para isso investiam 10 unidades de energia (u.E.) para obter 1 u.E. de alimento, enquanto na Índia 0,5 u.E. era usado para produzir uma unidade de alimento e era o país mais miserável do mundo, enquanto os Estados Unidos eram os mais ricos.
Naquela época, cada kg de ureia aplicado a um solo no Paquistão produzia 11 kg de arroz; 30 anos depois, no mesmo solo, o mesmo quilo de ureia produzia apenas 3 kg e para obter o nível anterior, foram necessários quase 4 kg de ureia.
O mais grave é que as projeções feitas pela indústria percebiam que mais de 30 anos depois aquele quilo de fertilizante apresentaria o resultado de 300 gramas e era preciso encobrir essa realidade e a agricultura moderna morreu ao mudar seu nome na economia para a sustentabilidade e no marketing para "agronegócio". Bem antes disso, seguindo leituras do matemático e economista Nicholas Georgescu Roegen, pai da bioeconomia (ecológica) junto com Herman Daly, acompanhamos a diminuição da agricultura e a destruição da natureza onde ela é realizada.
No Instituto de Fisiologia Vegetal da UNLP em Buenos Aires, Argentina, ele já estudava "termodinâmica" em sistemas com metabolismo interno dos vegetais, mas não das comunidades de seres vivos.
Existe uma grande diferença entre os seres vivos e as máquinas, pois enquanto os primeiros seguem uma curva de desenvolvimento e crescimento, as máquinas, depois de amolecidas e ajustadas, vão se desgastando gradativamente até seu colapso final. A curva dos seres vivos em suas comunidades apresenta variabilidades no crescimento, plenitude e declínio na velhice e morte de cada indivíduo com variáveis desde a composição genética, nutrição, etnia e muitíssimas características biológicas e ecológicas.
Essa peculiaridade termodinâmica dos seres vivos nos obriga a alterar os nomes usados para o desempenho das máquinas. Em sistemas mecânicos, Entalpia, Energia Livre e Entropia têm definições. Por exemplo, entropia em máquinas é a energia incapaz de fazer "trabalho" (é a água depois da barragem que não produz eletricidade, mas para a nova barragem o mesmo potencial de energia livre se mantém para uso). Isso é praticamente impossível em comunidades de seres vivos, pois a energia que seria transformada em entropia logo depois do final do metabolismo é energia livre para seu reinício em uma estrutura dissipativa em um nível superior (Prigogine) com eficiência muito maior no sistema vivo (ecossistema), como energia livre, mesmo com impactos físicos e químicos em todo o bioma e planeta, porém pode-se dizer que a Entalpia continua a mesma, devido à nossa incapacidade de determiná-la como deveria ser.
É por isso que na Agronomia deixou de ser ensinado o ciclo da matéria orgânica no solo, no ecossistema e na agricultura como um todo, por destruir o dogma da agricultura moderna do Barão von Liebig e os interesses do Complexo Industrial Militar... Faço a correção, devido ao alerta que me fez Dom Manoel Elizeu na “entrevista ao vivo” de ontem. Hoje o ciclo da Matéria Orgânica no solo está de interesse do mesmo complexo de produtos e serviços visando a remediação em Mudanças Climáticas e Relacionadas.
O princípio da sintropia foi afirmado pela primeira vez pelo matemático italiano Luigi Fantappié e mais tarde foi retomado e continuado com contribuições de vários outros especialistas independentes, incluindo Salvatore Arcidiacono, Leonardo Sinisgalli e Albert Szent-Györgyi. Segundo Ilya Prigogine (Prêmio Nobel de Química de 1977), flutuações aleatórias podem dar origem a formas mais complexas, a partir de grandes distúrbios em um sistema, que podem iniciar grandes mudanças, tornando o sistema muito frágil (aumento da desorganização - entropia) . Então, uma reorganização repentina pode aparecer em uma forma mais complexa (ordem aumentada - sintropia). Os distúrbios em um sistema são a chave para o crescimento da ordem. Essa seria uma forma de explicar, por exemplo, o surgimento de vida nos planetas. As configurações da natureza interagem com o meio ambiente local, consumindo energia dele e devolvendo os subprodutos desse uso de energia. Os sistemas aumentam sua desordem para que possa haver mais organização - a desorganização dos sistemas resulta em uma ordem maior - maior sintropia. A sintropia é considerada uma hipótese científica, ainda não uma teoria. Alguns a consideram uma hipótese já descartada, enquanto outros a defendem como necessária para explicar a existência da vida e do próprio Universo.
O prêmio Nobel Erwin Schrödinger para permitir seus estudos propôs o termo Negentropia ou entropia negativa para uso nos sistemas com metabolismo interno, isso foi trabalhado por Georgescu Roegen e hoje em dia é utilizada a denominação de “Sintropia”, mas como uma observação energética, mas pouco ainda como biotermodinâmica.
Vocês viram em Agroecologia 7.0 e agora em “Biopoder Camponês” que na agricultura, quanto maior a diversidade de indivíduos na comunidade, mas com maior harmonia energética é possível dizer que há maior Sintropia no metabolismo do sistema.
Uma análise do agro-corporativismo (agronegócio) é muito fácil pelo exemplo da uréia acima, que é a entropia, grau de desorganização do sistema, ou seja, mede a organização das partículas no sistema, contrariando o equilíbrio e o desenvolvimento organizacional. Logo, a sintropia é antagônica, um princípio simétrico e oposto ao da entropia física do agro-corporativismo. Enquanto a entropia é a medida da desordem da informação ou a imprevisibilidade, a sintropia é a função que representa o grau de ordem e previsibilidade que existe em um sistema visto com sabedoria ancestral ao longo dos milênios de civilização.
O processo de formação da palavra negentropia é semelhante ao da palavra negócios, que contém a ideia de negação do ócio. Quem tem negócio é quem não quer ficar ocioso, o que mostra a inadequação do termo agronegócios, repetimos.
A teoria da entropia consiste em medir a degradação energética que é produzida em um sistema de acordo com a segunda lei da termodinâmica e o fato de que em qualquer mudança física nem toda a energia que está no sistema inicial e que constitui o corpo é encontrada no sistema e na constituição do corpo final. Na verdade, parte da energia é absorvida no trabalho necessário para o processamento e grande parte é dissipada na forma de calor.
Um exemplo de entropia é a iluminação que proporcionam as lâmpadas incandescentes, em que nem toda a eletricidade (energia) utilizada é convertida em forma de luz (energia útil), mas parte dela é perdida em forma de calor (energia inútil para a iluminação). O princípio da entropia, inicialmente idealizado pelo físico alemão Rudolf Clausius, leva à conclusão de que, em última instância, devida em que há mais geração de energia inútil (na forma de calor) nas obras necessárias aos processos de transformação física, o universo eventualmente dissipará toda a sua energia na forma de calor.
O princípio da sintropia agroecológica camponesa indígena (à qual a entropia está intimamente vinculada, dentro de todos os sistemas do universo, incluindo a cibernética, viva ou não), conserva sua existência apesar da entropia nesse mesmo sistema. É um processo que se opõe à perda de energia e à desorganização por meio de uma injeção de novas energias geradas a partir desse mesmo processo ou de outros, fora do sistema, e muitas vezes de energia inútil neles.
Um exemplo de sintropia é o metabolismo dos organismos vivos em que, para fazer frente ao catabolismo que leva ao consumo e destruição dos tecidos do corpo para viver, é exercido o anabolismo, que reconstitui os tecidos mediante da ingestão de alimentos, ou seja, substâncias extraídas do mundo fora do organismo/sistema.
Na AGROECOLOGIA CAMPONESA INDÍGENA, as seitas de reação têm significados opostos devido à sua sintropia, o que significa menores quantidades de insumos e esta é a curva de eficiência dos pós de rocha moída que os microrganismos transformam a cada hora e com o tempo é mais eficiente... É o mesmo com Biochar (químico e biológico inerte) mas espaço físico que é colonizado minuto a minuto).
É este estudo termodinâmico que justifica que os bombeiros agroecológicos dia a dia com suas intervenções técnicas nos sistemas se tornem menos combatentes de incêndios e mais preventivos de problemas até a chegada, finalmente e única como educadores da consciência coletiva (noosfera de Vernadsky )
Um sistema é cibernético quando processa informações e é capaz de ajustar seu próprio funcionamento automaticamente quando processa informações (retroalimentação - feedback) proveniente do interior e do exterior do próprio sistema. Alguns exemplos de sistemas cibernéticos são organismos vivos, máquinas automáticas, instituições etc. A sintropia é um princípio cibernético de organização, de unificação, ao contrário do da entropia, que é o da desorganização, da desintegração. Há entropia (perda, desorganização) e sintropia (ganho, organização) no campo da termodinâmica (energia) e a cibernética (informação).
A entropia é a tendência dos sistemas cibernéticos a desorganizarem, perder energia e informações e se avançar até a autodestruição. Sintropia é a programação de sistemas cibernéticos para se organizar e reorganizar com o fim de manter ou repor energia e informação com o fim de preservar sua configuração e existência, um programa de autoconservação - autopreservação.
Uso do conceito de sintropia em filosofia e religião. Na ausência de conceitos científicos para comprovar racionalmente este fenômeno, os povos antigos deram à sintropia um significado místico e sobrenatural, e a muitas vezes uma qualidade divina e metafísica...
Isto acorre com o Princípio Aiki, que por sinal era o termo japonês para explicar a sinergia (maximização de resultados) gerada nos processos sintrópicos que ocorreram dentro de algumas artes marciais ao longo da história.
Normalmente, em tempos de guerra, os novos avanços científicos e tecnológicos ganham impulso e evoluem a um ritmo assombroso. Porque é precisamente nestes ambientes de caos, destruição e batalhas sangrentas onde, desafiando todas as previsões, surgem as grandes descobertas que catapultam o desenvolvimento humano a novos níveis de conforto, segurança e conhecimento.
Este paradoxo também ocorreu, ocorre e continuará a ocorrer nas artes marciais aprimoradas no contexto militar e esportivo, bem como na natureza, nas relações em constante evolução de predadores X presas e parasitas X hospedeiros. O princípio da sintropia também é usado pela filosofia espiritual para dizer que o ser humano (corpo + mente) não morre entrópico devido à deterioração de seu corpo, mas sim sobrevive à morte como espírito devido à proporção de energia espiritual.
Não sejam ingênuos, porque o agro-corporativismo sabe que a necessidade de insumos está diminuindo, mas passa a exigir artificialmente mais serviços artificiais para manter seus negócios piratas, que os subservientes chamam de tendências.
Havia chegado até aqui, mas tinha um compromisso de se conectar com Manoel Elizeu, Hélder (Carozo) e a colega Raniera online. Em menos de 30 minutos pude atiçar a chama da importância ultrassocial camponesa com os ensinamentos do Mestre e Guia Manoel Elizeu. Quando um camponês ensina sua arte e sabedoria, o mundo se enriquece e a espiritualidade atinge a todos.
Longa Vida Manoel Elizeu, fez-me avivar a memória das noites sem lua em Macururé em 2002 e no Raso de la Catarina e Yaviche, Oaxaca, em 2019 a esperança dos camponeses na espiritualidade da agroecologia camponesa com a sua máxima sintropia contra o agro-corporativismo.. Obrigado Manoel Elizeu, obrigado Hélder e Raniera. Carpe diem.
Ofereço o texto acima ao professor Ernst Goetsch 'criador da agricultura sintrópico'. Luta segue, e segue...
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