5
de julho
Por
Sebastião Pinheiro
Um
dos aspectos mais catastróficos previstos antecipadamente foram as adventícias
mutantes resistentes aos herbicidas utilizados nos cultivos transgênicos. Hoje
no mundo são centenas de milhões de hectares infestados em todos os
continentes, com mais de 800 espécies mutantes que proliferam impedindo o
plantio e o cultivo geneticamente modificados RR de soja, milho, algodão, arroz
e colza.
Dois
detalhes são importantes. Em muitos países estas adventícias são qualificadas
como plantas alimentícias não cultivadas (“PANCs”), no México
denominadas de quelites. Essa fitosociedade vegetal é
responsável pela formação, harmonia e equilíbrio na saúde do solo, que se
degrada mais aceleradamente. Por outra parte, a grande maioria delas também são
medicinais e não há estudos sobre a diminuição, incremento ou alteração em seus
efeitos, quando mutantes e quais são os riscos. Este impacto etnológico é grave
na sociedade.
Claro
que isto não preocupa o “agribusiness”, pois a solução adotada é o uso de um
novo herbicida, viológeno de altíssima periculosidade o Paraquat
(Deiquat), que não possui antídoto faz 40 anos, proibido em todo o mundo
civilizado. Com tudo, surgem dezenas de adventícias mutantes resistentes ao
Paraquat e temos um problema elevado ao quadrado em uma área igual a anterior.
No Brasil, por uma questão de custos e ausência de discernimento governamental,
foi adotado o emprego do herbicida 2-4D (e Dicamba) em aplicações aéreas por
seu baixo custo, U$S 20,00/ha. (86) O resultado é a deriva do produto
para as área vizinhas que alcança 50 km de distância conforme o vento
impactando os cultivos sensíveis como as parreiras vinícolas. Isto está
ocorrendo em todas as zonas vinícolas do mundo, com escândalo de resíduo de
2-4D nos vinhos, o que significa contaminação com DIOXINAS E FURANOS CLORADOS.
(87) O
resultado disso é a contaminação encontrada na cerveja na Alemanha com valores
entre cerca a 30 microgramas/Litro de Glyphosate. As análises feitas em cervejas
mexicanas e latino americanas é um pouco mais elevada. (88) Nos
EE.UU. a organização Madres da América fez análises no leite materno
e os resultados indicam valores de 76 microgramas/L até 200 microgramas/L.
(89) Os gráficos da enfermidade ECR, Diabetes, Câncer da Tireoide,
Câncer de Bexiga foram relacionados com o uso das sementes OGM resistentes ao
Glyphosate por cientistas dos EE.UU. Dois deles dizem que em 2032 50% das crianças
ali nascidas serão autistas.
(90)
Sabe-se que o Glifosato inibe a ação do sistema enzimático protetor do
citocromo P450. Quando tomamos o Tylenol, é esta enzima que o decompõe para
atuar no organismo, com sua inibição, o medicamento se torna tóxico e, há pouco
tempo, tivemos um escândalo com os envenenamentos por Tylenol®. (92)
Bem, vimos a contaminação da cerveja e do leite materno e isso foi exacerbado
por uma estratégia da Monsanto de expandir o mercado para seu herbicida,
criando a "dissecações!" de colheitas. A prática consiste em acelerar
a colheita usando o herbicida dissecante. É necessário dizer que a empresa
britânica I.C.I., hoje (AstraZeneca, Syngenta) nas décadas
de 70 e 80 nos EE.UU. (e no México) passaram a organizar a secagem de lavouras
clandestinas de Marihuana (Maconha), com danos à saúde dos usuários, com forte
intervenção governamental e testes obrigatórios de drogas (Ditionato de Sódio a
2%, distribuídos gratuitamente em farmácias e universidades nos EUA) para
evitar a epidemia de envenenamento irreversíveis dos pulmões e morte.
O uso da dissecção com o Glifosato aumenta a contaminação dos alimentos em
até dez mil vezes (cevada, trigo, alfafa, soja, feijão, arroz, milho,
batata, batata-doce, aveia...) com a conivência e cumplicidade dos governos
com o crime organizado das empresas.
(93) O tema
mais complexo em Agrotóxicos são os Disruptores Endócrinos
(Desreguladores), conhecidos desde a Conferência de Weybridge em 1991 pelo
público em geral. Em quantidades muito pequenas, alteram o equilíbrio hormonal
em vários seres vivos, com conseqüências variadas. O mesmo ocorre nos países
centrais, o Estado perdeu espaço frente as corporações empresariais pois os
tratados para a nova Ordem Internacional através da OMC previa o livre
mercado, sem interferência ou proibição do governo. A indústria,
principalmente a Monsanto, que teve vários de seus diretores participando das
discussões em Punta del Este nas reuniões de tomada de decisão sobre
agroquímicos na OMC que tratavam do assunto. Era de grande risco para a
indústria, pois para o teste de um único produto eram necessários 32.000 cobaias,
e outros, porquinho-da-índia, ratos, coelhos, porcos, peixes. Esses custos
para garantir ao consumidor tornaram a questão inviável. Com o advento da
OMC, a questão foi tratada dentro da ideologia industrial dos agroquímicos.
Não há estudos sobre o glifosato e seus impactos na Disrupção Endócrina
nos EE.UU. ou na Alemanha e no Japão pelo poder da Monsanto, e agora da Bayer. (94)
Com os processos judiciais nos últimos dias nos EE.UU., vimos o medo da Bayer
diante de seus mais de 25 mil processos abertos naquele país para oferecer a
quantia de 12 bilhões de dólares para indenizá-los e criar um fundo e
estudá-los. (95) O agronegócio, devido à sua escala, causa um
nível de contaminação que pode ser visto via satélite no Mar de Cortes, na Baja
California, México, que está pessoalmente relacionado ao leite materno e a um
copo de cerveja e 100% da urina de crianças em idade escolar em Jalisco.
(96) Na
pandemia de Covid-19, temos um fator agravante, foi encontrada uma associação
estatisticamente significante de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (EPOC,
sigla em inglês) com COVID-19. Portanto, recomenda-se que os pacientes com
histórico de EPOC adotem medidas restritivas que minimizem sua exposição ao
vírus SARS COV2, pois apresentam risco 5 vezes maior daqueles que não
apresentam EPOC.
O Dr. Anthony Samsel responsabilizou o Glifosato
por causar o EPOC ("O glifosato, um aminoácido sintético e análogo
da glicina, é o biocida mais amplamente usado no planeta. Sua presença em
alimentos para consumo humano e ração é onipresente.") Os estudos
epidemiológicos revelaram uma forte correlação entre o aumento da incidência
nos Estados Unidos de uma grande número de doenças crônicas e o aumento do uso
do herbicida glifosato em culturas de milho, soja e trigo. O glifosato, que
atua como um análogo da glicina, pode ser incorporado por engano nos peptídeos
durante a síntese de proteínas.
Uma pesquisa profunda na literatura de pesquisa tem
revelado uma série de classes de proteínas que dependem de resíduos conservados
de glicina para seu funcionamento adequado. A glicina, o aminoácido mais
pequeno, possui propriedades únicas que apoiam a flexibilidade e a capacidade
de ancorar à membrana plasmática ou ao citoesqueleto. A substituição do
glifosato por glicina conservadas pode explicar facilmente uma ligação com diabetes, obesidade, asma, doença pulmonar obstrutiva
crônica (EPOC), edema pulmonar, insuficiência adrenal, hipotireoidismo, doença
de Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de Parkinson, doenças
de príons, lúpus, doença mitocondrial, linfoma não-Hodgkin, defeitos do tubo
neural, infertilidade, hipertensão, glaucoma, osteoporose, doença hepática
gordurosa e insuficiência renal.
“Os dados de correlação, juntamente com as evidências
biológicas diretas, são um argumento convincente para a ação do glifosato como
um análogo da glicina para explicar grande parte da toxicidade do glifosato. O
glufosinato, um análogo do glutamato, provavelmente exibe um mecanismo de
toxicidade análogo. Existe uma necessidade urgente de encontrar uma maneira
eficaz e econômica de cultivar sem o uso de glifosato e glufosinato como
herbicidas”.
Por
efeito da Pandemia, estamos assistindo
“Lives” sobre a contaminação de alimentos, pessoas e meio ambiente pelo Glyphosate,
mas não vemos uma afirmação dos cientistas especializados sobre o assunto da EPOC
(Chronic
obstructive pulmonary disease -
COPD) cruzada com a Covid19.
Especificamente, trabalhadores agrícolas que sofrem
exposição prolongada ao glifosato têm um risco significativamente maior de
distúrbios respiratórios, incluindo bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica
(COPD). U.S. EPA [Specifically,
agricultural workers who suffer long-term exposure to glyphosate are at
significantly higher risk for respiratory disorders, including bronchitis and
chronic obstructive pulmonary disease (COPD). U.S. EPA]
Seria ingênuo perguntar à OMS, FAO, governo Bolsonaro e
outros governos sobre suas responsabilidades diante desse possível vínculo e
correlação entre o agravante Glifosato da COVID-19? Ou o “Ouro” - DIAGNÓSTICO
ESTRATÉGICO GLOBAL, GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DA COPD 2017… [“Gold” – GLOBAL STRATEGY DIAGNOSIS, MANAGMENT AND
PREVENT OF COPD 2017…]
Por enquanto, Carpe Diem.
***
... segue a violência estrutural aos jovens meros técnicos domesticados. Podemos evitar isso? O Estado é capaz de fazê-lo?
3 comentários:
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