"Há mais uma estrela brilhante no firmamento eterno mais um farol de
orientação para a Juventude e Reforma Agrária."
04 de julho
Por Sebastião Pinheiro
Vimos na semana que passou toda uma pantomima
sobre uma nuvem de gafanhotos nos “Hermanos”, que nem sequer os famosos
“Gafanhotos em Taquara-poca” de Francisco Marins são, pois
tinham mais de 12 centímetros de comprimento classificados como Schistocer cacancellata e esses são tucuras quebracheras Tropacridium collaris. Todo dia há uma torcida nos meios de comunicação para que elas
cheguem e haja o uso de venenos.
É um mundo estranho, não sei por que estranham a
pandemia também razão da Heliobiologia de Alexander Chizhevisky, que propôs que não só as
tormentas geomagnéticas resultantes das manchas solares relacionadas com as
erupções solares afetam o uso elétrico, eletrônico. As epidemias e as
infestações por gafanhotos, senão, também, a vida humana e a atividade mental.
O aumento da ionização negativa na atmosfera aumentou a excitabilidade da massa
humana. Ele publicou o livro “Fatores físicos do processo histórico”,
que estudou desde a fundação de Roma até 1922. Seus superiores o mandaram se
retratar. Diante sua negativa foi condenado a 8 anos preso, e depois, mais 8
anos em reeducação.
Chizhevisky é o pai da Heliobiologia, Aeroionização
na cura e um dos pais da Cosmobiologia. Um asteroide do cinturão
principal (planeta menor) descoberto pelo astrônomo Nikolai Stepanovich
Chernykh em 1978 recebeu o nome “3113 Chizhevsky” em homenagem.
Em 14 de maio de 2002 nós estávamos na Casa de Maria
Higina em Salvador que nos abrigou por havermos perdido um voo para
Floresta do Navio em PE pelo Universidade Solidária da antropóloga Dra.
Ruth Cardoso da USP com 11 alunos da UFRGS, no seu programa de
Extensão, onde trabalhávamos. Perdemos o amigo Lutzenberger, confidente
estratégico, com quem tivemos a oportunidade de colaborar. A notícia nos
agarrou como navegante sem bússola na noite tempestuosa em mar desconhecido.
Em cinco de janeiro deste ano a Luz Suprema da
Agroecologia, a Professora Ana Marie von Primavesi nos deixou
prestes a cumprir seu centenário de nascimento. Sentimos a mesma tristeza. Ele
irritado sempre. Ela sempre meiga e terna, até na forma de falar. Fazem hoje
seis meses e dez dias, e novamente, outro bordunaço na cabeça, chegou a
vez do professor Luiz Carlos Pinheiro Machado se encantar no
dizer de Guimarães Rosa e no dia do seu aniversário. Ele nos
deixa aos 93 anos em meio a essa pandemia estranha, que Alexander Chizhevsky
atribuiu às alterações do Sol.
Lembrei, que um dia ele presidente da Embrapa,
telefonou, “Tão dizendo que há gafanhoto no NE. - Que que tu sabes disso.
- Por favor, professor, me dá duas horas que passo a resposta para o Senhor.
Esquadrinhei todos os rincões do NE onde temos amigos, desde assentados no Vale
do São Francisco aos agrônomos, CPTs, STRs, todos. Ninguém sabia nada de nuvem
de gafanhotos. Telefonei para ele. - Professor é vontade de vender e usar
venenos não há gafanhotos. - Que me sugere? Diga que o Sr. vai
convocar os soldados do Exército para o combate, é assim que funciona na
Argentina e na Venezuela…” Ele riu muito. Nunca mais falaram em gafanhoto
no NE naquela época.
Cinco anos depois, em 91 foi o Lutz quem me avisou
que em São Borja estavam exigindo o combate a uma nuvem de gafanhotos. Fui lá
com o colega Jairo Restrepo, que era ex consultor da OIT e passamos o
tempo todo procurando. Era uma articulação da FAO, um austríaco Rosenegger;
máquinas britânicas; veneno português e doação de dinheiro alemão. Não foi
usada uma gota, apesar das caras feias, pois não havia gafanhotos.
Golovanóv diz em “Todo es Armonía en la
naturaleza” que os insetos formam nuvens por influência del Sol para
recompor através das entomo~proteínas o ciclo do N que é prejudicado pela
estiagem prolongada. Um dia teremos todo o saber que não podermos aprender em
aula com o matrimônio von Primavesi. Por enquanto temos que combater o “White
Power” de Trump inimigo da natureza, dos nativos e populações tradicionais na
América e no Mundo. O Oliver me disse o dia fica mais frio. Sim,
a sensação é igual às anteriores, seguro o Sol é muito invejoso e nos deixa
cada vez mais só enfrentando o poder branco na América Latina e mundo. Sempre
que um professor perdemos, perdemos o rumo e o discernimento pelo impacto e
escuridão. Mas, logo o brilho de sua luz norteia a todos na senda do biopoder
camponês. Há mais uma estrela brilhante no firmamento eterno mais um farol de
orientação para a Juventude e Reforma Agrária.
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