Aos jovens da agroecologia: Texto Debate.
Cabe
aqui citar Ammann, e as contradições do Desenvolvimento de Comunidade no
meio rural que “penetrou no Brasil em decorrência de movimentos provocados por
organizações internacionais e de uma política nacional – ambos interessados na expansão
do sistema capitalista e na modernização do meio rural – sendo a bandeira da
educação de adultos desfraldada como grande estratégia para tais propósitos”.
Nos anos 50, a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER) “escamoteia, assim, a
questão rural, deslocando-a para o nível dos indivíduos e da comunidade local,
ao invés de abordá-la no contexto estrutural societário, onde residem as
verdadeiras raízes da problemática. Deixa propositadamente intocável o problema
da exploração da força de trabalho agrícola, fato plenamente explicável, pois,
na qualidade de instrumento do Estado, comprometido como ideologia da classe
fundamental dominante, cabe à CNER a tarefa de preservar as estruturas e
favorecer a consolidação do capitalismo no Brasil, pela via da modernização do
meio rural”.
Nos
anos 70, o choque desta realidade química e traições autoritária do “Pacote da
Revolução Verde” culminaria na visão de futuro de figuras importantes como José
Lutzenberger, Ana Maria Primavesi, Sebastião Pinheiro, Pinheiro
Machado, Baltazar, Jairo Restrepo, entre outros profissionais
que após o último encontro de Agricultura Ecológica realizado no Mato Grosso em
1986, em que se ouvia pela primeira vez o neologismo “Agroecologia”, como um
eco de uma nova ordem que se repetia vinda dos interesses do Departamento de Estado
dos EE.UU., esses profissionais tomam seu destino na América Latina e Mundo sem perder o tino da luta. Hoje
são a luz e base fértil e segura de saber-fazer, referências científicas, sociais e populares para os jovens rurais e urbanos para a
consciência do Biopoder Camponês em todo Brasil. Aqui se insere a
Agroecologia Camponesa.
Jovens Guarani Kaiowá |
por Sebastião Pinheiro e Oliver Blanco - Juquira Candiru Satyagraha
Para
quem já é ancião e teima não entrar nas estatísticas dos grupos de risco da
pandemia, esse negócios de “orgânicos” versus “agroecologia” soa mais como
conversa para boi dormir, então, um pouco de poesia indígena camponesa
O ahuehuete1
já ancião de Nezahualcoyoltl, quase sem água durante um longo tempo
e invisível para os mais poderosos está rejuvenescendo com o orvalho das novas
noites e manhãs, aproveitando seu Sol...
E se assim continua,
teremos sementes germinando, plantinhas crescendo e novas árvores povoando a
paisagem e restaurando espíritos…
A sugestão será muito
estranha para a grande maioria, que ignora que o gambá se torna imune ao veneno
da serpente por ela ser sua dieta faz muitíssimos séculos, não pela habilidade
em caçá-la e comê-la, mas criar resistência a seu veneno.
Sete linhas que não
são poesia, metáforas, analogia, sinédoque, metonímia ou outra figura de linguagem,
mas a cristalina realidade dos que vivem na periferia da sociedade moderna.
Agricultura
é um substantivo feminino de origem latina composto por “agir, agri + cultura”
que irradia uma luz tão intensa quanto o poder que emana advindo da ultrassociabilidade
da divisão de classes pelo trabalho. Nela o camponês está encarregado de
alimentar à humanidade. Se um intelectual pode se debruçar nas elucubrações de
suas abstrações, ou um religioso ou militar no usufruto da mesma plus valia,
criando um modelo paralelo que solapa a vital importância daquela ação nobre
de classe (ultrassocial), há algo errado e infame nessa sociedade.
Aonde
um casal de agricultores levado à vergonha, recomenda a seus filhos que estudem
e se envergonhem deles, como se sua classe produtora de alimentos não fosse
excelsa. Assim, muitos migram por um “salário de fome”, e dilapidam seu
verniz identitário camponês. Infeliz aquele que na Universidade é induzido a
crer que seu saber-fazer conduz à rebelião ou a liberdade.
A
grande cientista Jane Goodall há mais ou menos 20 anos disse: “Como
podemos ter aceitado o uso de venenos na nossa alimentação”. Muito estranha
sua formação de elite, pois 40 anos antes outra cientista da dimensão dela, Rachel
Carson denunciou ao mundo os seus algozes, ao saber que estava
condenada à morte por câncer… Ela não soube ou quis denunciar os responsáveis,
apenas jogou o sofá pela janela com sua obra prima o livro “Primavera
Silenciosa”. Quase na mesma época, durante a Guerra Fria, a sociedade industrial
do centro, transferiu suas fábricas de agrotóxicos obsoletas para a periferia
com o suborno dos ditadores providenciais e modernizou seu parque, aumentando a
dependência. Se arrastava uma “ideologia do desenvolvimento que inculcava tão
profundamente o crescimento econômico como valor primeiro na sociedade que
nesta sociedade se passava em geral a acreditar que este é “o” “seu” “destino”
“promissor”, sempre deslocado para o futuro”.
Segundo
Miriam Limoeiro Cardoso, que nos traz um exemplo da política, diz: “o
espaço do político passa a ser preponderantemente o espaço da política
econômica. (...) essa questão valoriza e naturaliza o crescimento econômico de
tal forma que faz submergir (recalcar, deixar de lado – aqui também cabe citar
a neutralização e a negligência de uma agriCultura camponesa, hoje não mais latente, mas erroneamente utilizada como política de crédito em Agricultura Familiar Industrial...) a
reflexão propriamente política sobre a forma de sociedade que se possa desejar
e que se possa pretender estabelecer; sobre as desigualdades, os conflitos e as
contradições; e sobre como enfrentar e encaminhar questões no plano
propriamente político”.
Nossa
sugestão é educar e transformar o garimpeiro para que ele tenha uma
projeção do futuro mais que coletiva, comunitária, onde a sabedoria dos velhos
seja contrastada com o ímpeto dos jovens na harmonia a enfrentar os ventos
vindouros (Golóvanov, W. Blake).
A
presença epidêmica e endêmica dos agrotóxicos está na cabeça dos técnicos e
ideologia de seus professores e maestros, mas isso não pode ser trocado por
eles em autofagia ou antropofagia.
Contudo
a “elite periférica”, onanista faz de conta que trata “metabolismo e
autopoiese” de Maturana & Ventura ou Paulo Freire
numa Reforma Agrária, sem território. É por isso que Flores
Magón, Mariátegui e as Ligas Camponesas Nordestinas são
desconhecidas e o documento mais autêntico sobre Questão Agrária tem 130
anos e continua o mais completo, sendo estudado pelos economistas
norte-americanos, como transformá-lo em “buraco negro”, a proteger seu feudo e modelo
de agricultura ou tecnologia dominante.
Safira B. Ammann |
Os
países “insuficientemente desenvolvidos” importam os modelos das áreas
industrializadas, e a própria Comissão da ONU reconhece que eles não lograram
sequer roçar os problemas fundamentais dessas áreas”. [Em 1956 foram treinados
nos EE.UU. 6 técnicos da CNER, em Cursos de 12 meses sobre comunicação e
técnicas audiovisuais. A colaboração da CARE – Cooperativa Americana de
Remessas para o Exterior dos EE.UU, se efetivou pela doação de equipamentos
agrícolas, medicamentos, verbas e roupas. BRASIL.MEC. Revista da Campanha
Nacional de Educação Rural. Rio de Janeiro, 3 (3):34-5].
Pautadas em experiência das Missões do
México, as Missões Rurais de Educação no Brasil, que até se repete hoje em um mesmo apelo social e econômico, em Caravanas Agroecológicas,
com caráter de mobilidade pelo sertão camponês, avançam com “equipes
interdisciplinares constituídas por agrônomos, médicos, assistentes social,
agente de economia doméstica, que percorriam as cidades do interior, reunindo
agricultores (sobretudo proprietários de terra) donas de casa e jovens,
ministrando-lhes ensinamentos sobre higiene, alimentação, técnicas agrícolas,
enfermagem, trabalhos manuais, etc.”
“Nascidas
num momento histórico brasileiro de otimismo pedagógico, as Missões Rurais
partiam da convicção de que na educação de base encontrava-se a solução para o
problema da marginalidade social e para o “atraso cultura” de nossas populações
campesinas”. “Em tal conjuntura entra em cenário a figura de Paulo Freire, que
ensaia os primeiros esboços de seu método pedagógico e suas propostas –
projetadas em nível nacional a partir do II Congresso de 1958 – inspiram-se nos
pensadores europeus, principalmente Piaget, Miritain e Mounier."
Atualmente
o que caducou e o que deve ser conservado em determinado momento, só se adquiri
conhecimento, pelas pesquisas com fundamento na realidade. O livro Ideologia do
Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, de Safira Bezerra Ammann nos recorda
toda essa história com detalhes.
José Vasconcelos Sobrinho (1903-1989) |
Por enquanto, podemos assegurar que uma
Ecologia dentro da agricultura já tinha raízes nacionais e ciência camponesa; a
Agroecologia Sertaneja já havia florescido com os professores José Vasconcelos Sobrinho* (vide vídeo no final), José Guimarães Duque, e Freire e os camponeses do sertão.
Assim cantou o poeta Vander Lee, “Lembrar do Brasil sem pensar no sertão É
como negar o alicerce de uma Construção”
José Guimarães Duque (1903-1978) |
É
em respeito à família camponesa que chora e lastima o exílio de
seus filhos, netos e bisnetos é que pensamos o enfrentamento não-partidário,
nem alienado, através do “Bombeiro Agroecológico”… Palavras valem
bronze, ação vale prata e intenção vale ouro. O sujeito é quem é o objetivo da
intenção, mesmo sendo agente passivo na ação, por ser ela pedagógica, reflexiva
e amorosa.
O
problema imediato da agricultura é o envelhecimento da família e sua pressão
pelo capital através do consumismo e propaganda. O marketing hoje está mais
próximo dos jovens. Em suas mãos pelo celular, em redes sociais em aplicativos
do Instagram e Facebook, passam diariamente transnacionais, e atividades universitárias exibindo suas empresas parceiras, e até
instituições como Embrapa que polvilham seus produtos e serviços da biotecnologia com
um forte viés mercadológico.
Vejamos
o jovem filho da família camponesa que não quer ser expropriado da sabedoria e
compromisso ultrassocial de seus ancestrais nesta realidade.
Toda
e qualquer análise sobre Agroecologia requer, necessariamente, iniciar pela
juventude, uma vez que ela tem valores em comunalidade e convivialidade.
Valores exaltados nas sociedades democráticas. Portanto, ONGs e outras
associações são usadas para canalizar sua energia e rebeldia.
Podemos
esquematizá-lo em um triângulo (azul) de base na LIBERDADE (no sentido
indígena, que pode ser lido em “Filosofia Mapuche”, de Ziley
Penrose Mora, de 2001) e em seu lado esquerdo DIREITOS e no lado
direito, DEVERES. Os estudantes são a elite cidadã e a segunda leitura é
"Cosmos", de Alexander von Humboldt, de 1862 cujo
cientista de um país onde não há natureza, mas estuda para todos desde 1455. Ao
descobrir a natureza mexicana e colombiana, ele se tornou no melhor naturalista
de todos os tempos, devido à educação pública e republicana, com verdades de
cada um por todos, porque ele sabia como se conectar à sabedoria camponesa.
Imagine com essa escola, sua natureza, a sabedoria antiga, para onde o mundo
iria ou como seria.
Isso
me permite entender no triângulo (agora preto), a educação servil nas
ditaduras, que institui o autoritarismo e substituí a liberdade pelo "LAISSEZ
FAIRE", os direitos pelo "CONSUMISMO" - e deveres
pela "ALIENAÇÃO".
No
triângulo agrícola (verde), no entanto, a liberdade é o TERRITÓRIO;
direitos à QUESTÃO AGRÁRIA e deveres o MODELO AGRÍCOLA (tecnologia).
Sem território, a agricultura não é possível. Existem muito poucos países onde
os camponeses têm terra; menos território comunitário integrado à questão
agrária e um modelo tecnológico autônomo/soberano, uma vez que a atividade da
agricultura é fornecer alimentos e matérias-primas à sociedade, e que essa é
uma função ultrassocial, segundo Campbell, baseada na divisão do
trabalho e ocorre principalmente no espaço da natureza. Isso merece uma leitura
mais aprofundada: o quarto livro é "A Teoria da Natureza", de J.W.
von Goethe (1796), e o quinto "Dialética da Natureza",
de Friedrich Engels (1883), um livro ainda incompleto, desafiando
os jovens.
O
triângulo amarelo dos agronegócios tem por base o CAPITAL, nos direitos
a CONCENTRAÇÃO DA TERRA e nos deveres o COMPLEXO INDUSTRIAL MILITAR
FINANCEIRO. O sexto e sétimo livros recomendados são "A Grande
Transformação", de Karl Polany, e "Império",
de Hardt e Negri (2000). Neles, o sistema e a lei de Speemhanland,
1795, é o fim da "terra livre ultrassocial" para a
agricultura, uma vez que não há território da Agricultura na Natureza, pois é
um espaço conquistado e temporário que, quando não existe na natureza, é frágil
e sem resistência, uma vez que precisa restaurar suas condições primitivas da
natureza para manter as harmonias de seu equilíbrio.
O bombeiro
agroecológico não é governo, não é burocracia, não é comissário de partido.
É o vetor catalítico, em que todos/as se “auto~educam”; nada mais que um
trabalhador de classe, a dignificar a família camponesa no território, na
questão agrária e modelo tecnológico, que na disputa de discurso recebe o nome
de agroecologia, sem no entanto, ignorar o substantivo feminino agricultura. Restaurar
a autoestima ou orgulho ultrassocial, sem que seu voto ou escolha em eleições
seja condicionada ou cabresteada, pois governo não é poder, menos ainda autonomia
ou soberania. Uma frase do movimento zapatista
ensina e inspira: mudar o mundo sem precisar tomar poder.
A reconstrução do Biopoder Camponês (Território,
Questão Agrária e Modelo Agrícola (Tecnologias) não deve ter em tecnologia o
eixo principal (agrônomos, veterinários, florestais, zootécnicos, etc.), mas
deve estar nos professores primários e secundários; e na educação ela deve
voltar a ensinar pelos jovens aos mais velhos, como no passado, e não pode ser
identificada em seu fascínio pela tecnologia, mas pela irmandade, pela
comunidade e por sua estética e espiritualidade.
Na Argentina, o órgão máximo de tecnologia rural
(INTA) afirma isso. Os agrônomos argentinos não sabem produzir sem insumos
(agroquímicos, fertilizantes químicos, crédito e outros). Para quem suas
crianças e seus jovens foram educados? Obviamente, a criança européia em
qualquer lugar do planeta aprende não apenas a produzir, mas a sobreviver nas
condições mais adversas.
No mundo, há um problema sério, que é a ideologia
impregnada na tecnologia. Um Eng. Agr. Argentino disse no Facebook: "Se
você quiser comer de forma saudável, compre terras, plante e coma". O domesticado
não tem idéia da estrutura da propriedade da terra em seu país, onde ele
próprio não tem território, aluga-o para produzir o que eles determinam. No
Brasil, as colheitas já são comercializadas até 2026 em dólar norte-americano e
a dívida do agronegócio com a sociedade brasileira é superior a 200 bilhões de
dólares e quem deve a isso são menos de 50 empresas internacionais, que só
podem crescer através da expansão de seu território sobre a devastação da
natureza dos biomas do mundo.
A agricultura na Argentina, no Brasil e em toda a
periferia é composta por gambusinos (garimpeiros) que não importam com o
amanhã, muito menos com o dia depois de amanhã. Somente importa o ouro, o diamante
ou outra coisa de valor que ele procura.
Saber
fazer é diferente de saber o que ser feito. A Universidade não ensina “saber”,
apenas fazer ou onde se compra a solução imediata, que cria a dependência e
expropria a ultrassociabilidade, pelo que ela continua ensinando que os
“venenos” são condição sine qua non para a produtividade no
agronegócios.
Não
há denúncias sobre os cartões corporativos empresariais distribuídos a
professores e cientistas ou o uso das universidades para respaldo de interesses
mercantis como se tecnologia ou ciência fosse, pois o agronegócios é tudo.
Não
se estuda a apropriação de “Plus Valia Ambiental”, “Climática”, “Econômica” e
pior, a destruição da ultrassociabilidade (Territorial, Questão Agrária e
Modelo Tecnológico) através do mesmo.
O
bombeiro resolve, sem ter a teoria no momento, mas sabemos do resultado de sua
ação e alegria do camponês que o obriga a sustentar, explicar e ensinar o que
fez. Assim “enterra” o fazer induzido e
cria (melhor seria dizer pari) o saber libertário, insurgente e revolucionário,
contra tudo e todos das corporações religiosas, nobreza (na atualidade
disfarçada de militares), da aquarela das Revoluções Francesa e Russa (pobres
Chaianov e Vavílov, Chezivisky e outros).
O
bombeiro criou o biofertilizante, não foi o comissário partidário que o
desenvolveu, embora tenha tentado apropriar-se do mesmo. As farinhas de rocha
foram trazidas para os camponeses, e não para o mercado ou academia
heteronômica, com 40 anos de antecedência. Sua obra maior é que não foi
entregue de mão beijada para o agronegócios, ao contrário, foi e é sonegada a
ele apesar da corrupção e molecagem existente. Idem se passou com as sementes e
agora com as sementes invisíveis ou microrganismos, da mesma forma que com a
munha de carvão vegetal ou “Biochar”.
Conhecemos
algo que é latente na América Latina: a agricultura resistente das comunidades
nativas e populações tradicionais. Em certos países ela é tão arraigada e
potencialmente tão poderosa, que quatro golpes de Estado já foram instaurados,
e um está em andamento bem ao norte, México, pelo que representa de perigo para
os interesses nas fundações beneméritas de apropriação de plus valia camponesa.
Desmistificar
o poder e redirecioná-lo para o campesinato é a tônica impessoal dos bombeiros,
que na pandemia, se transformaram também em “enfermeiros e médicos”
emergenciais da agroecologia indígena~camponesa, à campo em Yaviche, Oaxaca e
em toda América Latina. Com eles aprendemos a ser jovens rebeldes, que sabem
que a luta segue e segue pelo Biopoder Camponês de alimentar a humanidade na
evolução ultrassocial da Vida.
Somente a profissão feminina da nutricionista tem
meios de retornar a uma dieta saudável, saudável e livre de venenos, diversa e
indígena, com valorização da cultura.
É um erro tentar fazer com que a engenheiro perceba
sua deformação, pois é uma vítima e não é culpado. No entanto, ela culpa o
fazendeiro por envenenar-se com o veneno, mas ambos são instrumentos de
políticas financeiras eugênicas.
Curso que capacite as nutricionistas a revelar a
todos os danos da agricultura oncológica e do agronegócio é o objetivo. Ser
capaz de restaurar a agricultura camponesa e indígena com seus valores é o
grande desafio, sem colidir ou contradizer os técnicos e estruturas que possuem
instrumentos poderosos para causar insatisfação, propaganda e alienação.
Na sensibilização de mães e famílias para os
problemas de má alimentação, obesidade, desnutrição e outros, tendo sua solução
no solo e em solos saudáveis, está a senda para a expansão da consciência
popular em buscar seus direitos, pressionar o Estado, e pautar a Reforma
Agrária como solução equânime na desigualde imperativa, estrutural e inadiável
para o alcance da justiça social.
Esses cursos que chegam à maternidade com a
alimentação base da agricultura indígena,
com a dieta natural dos avós, será a grande política. Não permitindo porém, que
os alimentos na dieta das crianças na escola sejam industriais, mas produzidos
em um raio de 30 km de distância máxima.
Isso fortalecerá todos aqueles que já estão fazendo
a mudança de alternativas na agricultura sem causar uma solução de
continuidade.
Isso forçará os professores a ensinar e educar para
uma nova realidade política, sem reagir contra ela distante, orientada por
bancos e elites estrangeiras.
Treinar os núcleos para produzir isso, como se fez
com a GEA em Guerrero, é mais rápido, mais barato e mais objetivo do que
qualquer outro plano burocrático de sucesso nas próximas eleições.
Achamos que isso abre um debate sobre: se vale a
pena ou não, se pode ou não, fazê-lo. Tornar realidade. Como e quando fazê-lo.
***
1 - Taxodium mucronatum, também
conhecido como cipreste careca de Montezuma, cipreste de Montezuma ou ahuehuete
é uma espécie de Taxodium nativa do México e da Guatemala. Ahuehuete é derivado
do nome Nahuatl da árvore, āhuēhuētl, que significa "tambor vertical na
água" ou "homem velho da água".
*
- http://www.fgduque.org.br/2017/05/02/vida-e-obra-de-guimaraes-duque/
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