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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Bombeiros Agroecológicos e Biopoder Camponês

 Aos jovens da agroecologia: Texto Debate.
Jovens Guarani Kaiowá

por Sebastião Pinheiro e Oliver Blanco - Juquira Candiru Satyagraha 

Para quem já é ancião e teima não entrar nas estatísticas dos grupos de risco da pandemia, esse negócios de “orgânicos” versus “agroecologia” soa mais como conversa para boi dormir, então, um pouco de poesia indígena camponesa

  A árvore velha,

Taxodium mucronatum


  O ahuehuete1 já ancião de Nezahualcoyoltl, quase sem água durante um longo tempo e invisível para os mais poderosos está rejuvenescendo com o orvalho das novas noites e manhãs, aproveitando seu Sol...

E se assim continua, teremos sementes germinando, plantinhas crescendo e novas árvores povoando a paisagem e restaurando espíritos…

A sugestão será muito estranha para a grande maioria, que ignora que o gambá se torna imune ao veneno da serpente por ela ser sua dieta faz muitíssimos séculos, não pela habilidade em caçá-la e comê-la, mas criar resistência a seu veneno.

Sete linhas que não são poesia, metáforas, analogia, sinédoque, metonímia ou outra figura de linguagem, mas a cristalina realidade dos que vivem na periferia da sociedade moderna.

Agricultura é um substantivo feminino de origem latina composto por “agir, agri + cultura” que irradia uma luz tão intensa quanto o poder que emana advindo da ultrassociabilidade da divisão de classes pelo trabalho. Nela o camponês está encarregado de alimentar à humanidade. Se um intelectual pode se debruçar nas elucubrações de suas abstrações, ou um religioso ou militar no usufruto da mesma plus valia, criando um modelo paralelo que solapa a vital importância daquela ação nobre de classe (ultrassocial), há algo errado e infame nessa sociedade.

Aonde um casal de agricultores levado à vergonha, recomenda a seus filhos que estudem e se envergonhem deles, como se sua classe produtora de alimentos não fosse excelsa. Assim, muitos migram por um “salário de fome”, e dilapidam seu verniz identitário camponês. Infeliz aquele que na Universidade é induzido a crer que seu saber-fazer conduz à rebelião ou a liberdade.

A grande cientista Jane Goodall há mais ou menos 20 anos disse: “Como podemos ter aceitado o uso de venenos na nossa alimentação”. Muito estranha sua formação de elite, pois 40 anos antes outra cientista da dimensão dela, Rachel Carson denunciou ao mundo os seus algozes, ao saber que estava condenada à morte por câncer… Ela não soube ou quis denunciar os responsáveis, apenas jogou o sofá pela janela com sua obra prima o livro “Primavera Silenciosa”. Quase na mesma época, durante a Guerra Fria, a sociedade industrial do centro, transferiu suas fábricas de agrotóxicos obsoletas para a periferia com o suborno dos ditadores providenciais e modernizou seu parque, aumentando a dependência. Se arrastava uma “ideologia do desenvolvimento que inculcava tão profundamente o crescimento econômico como valor primeiro na sociedade que nesta sociedade se passava em geral a acreditar que este é “o” “seu” “destino” “promissor”, sempre deslocado para o futuro”.

Segundo Miriam Limoeiro Cardoso, que nos traz um exemplo da política, diz: “o espaço do político passa a ser preponderantemente o espaço da política econômica. (...) essa questão valoriza e naturaliza o crescimento econômico de tal forma que faz submergir (recalcar, deixar de lado – aqui também cabe citar a neutralização e a negligência de uma agriCultura camponesa, hoje não mais latente, mas erroneamente utilizada como política de crédito em Agricultura Familiar Industrial...) a reflexão propriamente política sobre a forma de sociedade que se possa desejar e que se possa pretender estabelecer; sobre as desigualdades, os conflitos e as contradições; e sobre como enfrentar e encaminhar questões no plano propriamente político”.

Nossa sugestão é educar e transformar o garimpeiro para que ele tenha uma projeção do futuro mais que coletiva, comunitária, onde a sabedoria dos velhos seja contrastada com o ímpeto dos jovens na harmonia a enfrentar os ventos vindouros (Golóvanov, W. Blake).

A presença epidêmica e endêmica dos agrotóxicos está na cabeça dos técnicos e ideologia de seus professores e maestros, mas isso não pode ser trocado por eles em autofagia ou antropofagia.

Contudo a “elite periférica”, onanista faz de conta que trata “metabolismo e autopoiese” de Maturana & Ventura ou Paulo Freire numa Reforma Agrária, sem território. É por isso que Flores Magón, Mariátegui e as Ligas Camponesas Nordestinas são desconhecidas e o documento mais autêntico sobre Questão Agrária tem 130 anos e continua o mais completo, sendo estudado pelos economistas norte-americanos, como transformá-lo em “buraco negro”, a proteger seu feudo e modelo de agricultura ou tecnologia dominante.

Safira B. Ammann
Cabe aqui citar Ammann, e as contradições do Desenvolvimento de Comunidade no meio rural que “penetrou no Brasil em decorrência de movimentos provocados por organizações internacionais e de uma política nacional – ambos interessados na expansão do sistema capitalista e na modernização do meio rural – sendo a bandeira da educação de adultos desfraldada como grande estratégia para tais propósitos”. Nos anos 50, a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER) “escamoteia, assim, a questão rural, deslocando-a para o nível dos indivíduos e da comunidade local, ao invés de abordá-la no contexto estrutural societário, onde residem as verdadeiras raízes da problemática. Deixa propositadamente intocável o problema da exploração da força de trabalho agrícola, fato plenamente explicável, pois, na qualidade de instrumento do Estado, comprometido como ideologia da classe fundamental dominante, cabe à CNER a tarefa de preservar as estruturas e favorecer a consolidação do capitalismo no Brasil, pela via da modernização do meio rural”.

Os países “insuficientemente desenvolvidos” importam os modelos das áreas industrializadas, e a própria Comissão da ONU reconhece que eles não lograram sequer roçar os problemas fundamentais dessas áreas”. [Em 1956 foram treinados nos EE.UU. 6 técnicos da CNER, em Cursos de 12 meses sobre comunicação e técnicas audiovisuais. A colaboração da CARE – Cooperativa Americana de Remessas para o Exterior dos EE.UU, se efetivou pela doação de equipamentos agrícolas, medicamentos, verbas e roupas. BRASIL.MEC. Revista da Campanha Nacional de Educação Rural. Rio de Janeiro, 3 (3):34-5].

  Pautadas em experiência das Missões do México, as Missões Rurais de Educação no Brasil, que até se repete hoje em um mesmo apelo social e econômico, em Caravanas Agroecológicas, com caráter de mobilidade pelo sertão camponês, avançam com “equipes interdisciplinares constituídas por agrônomos, médicos, assistentes social, agente de economia doméstica, que percorriam as cidades do interior, reunindo agricultores (sobretudo proprietários de terra) donas de casa e jovens, ministrando-lhes ensinamentos sobre higiene, alimentação, técnicas agrícolas, enfermagem, trabalhos manuais, etc.”

“Nascidas num momento histórico brasileiro de otimismo pedagógico, as Missões Rurais partiam da convicção de que na educação de base encontrava-se a solução para o problema da marginalidade social e para o “atraso cultura” de nossas populações campesinas”. “Em tal conjuntura entra em cenário a figura de Paulo Freire, que ensaia os primeiros esboços de seu método pedagógico e suas propostas – projetadas em nível nacional a partir do II Congresso de 1958 – inspiram-se nos pensadores europeus, principalmente Piaget, Miritain e Mounier."

  Atualmente o que caducou e o que deve ser conservado em determinado momento, só se adquiri conhecimento, pelas pesquisas com fundamento na realidade. O livro Ideologia do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, de Safira Bezerra Ammann nos recorda toda essa história com detalhes. 

José Vasconcelos Sobrinho (1903-1989)
Por enquanto, podemos assegurar que uma Ecologia dentro da agricultura já tinha raízes nacionais e ciência camponesa; a Agroecologia Sertaneja já havia florescido com os professores José Vasconcelos Sobrinho* (vide vídeo no final), José Guimarães Duque, e Freire e os camponeses do sertão. Assim cantou o poeta Vander Lee, “Lembrar do Brasil sem pensar no sertão É como negar o alicerce de uma Construção”

José Guimarães Duque (1903-1978)
Nos anos 70, o choque desta realidade química e traições autoritária do “Pacote da Revolução Verde” culminaria na visão de futuro de figuras importantes como José Lutzenberger, Ana Maria Primavesi, Sebastião Pinheiro, Pinheiro Machado, Baltazar, Jairo Restrepo, entre outros profissionais que após o último encontro de Agricultura Ecológica realizado no Mato Grosso em 1986, em que se ouvia pela primeira vez o neologismo “Agroecologia”, como um eco de uma nova ordem que se repetia vinda dos interesses do Departamento de Estado dos EE.UU., esses profissionais tomam seu destino na América Latina e Mundo sem perder o tino da luta. Hoje são a luz e base fértil e segura de saber-fazer, referências científicas, sociais e populares para os jovens rurais e urbanos para a consciência do Biopoder Camponês em todo Brasil. Aqui se insere a Agroecologia Camponesa.

É em respeito à família camponesa que chora e lastima o exílio de seus filhos, netos e bisnetos é que pensamos o enfrentamento não-partidário, nem alienado, através do “Bombeiro Agroecológico”… Palavras valem bronze, ação vale prata e intenção vale ouro. O sujeito é quem é o objetivo da intenção, mesmo sendo agente passivo na ação, por ser ela pedagógica, reflexiva e amorosa.

O problema imediato da agricultura é o envelhecimento da família e sua pressão pelo capital através do consumismo e propaganda. O marketing hoje está mais próximo dos jovens. Em suas mãos pelo celular, em redes sociais em aplicativos do Instagram e Facebook, passam diariamente transnacionais, e atividades universitárias exibindo suas empresas parceiras, e até instituições como Embrapa que polvilham seus produtos e serviços da biotecnologia com um forte viés mercadológico.

Vejamos o jovem filho da família camponesa que não quer ser expropriado da sabedoria e compromisso ultrassocial de seus ancestrais nesta realidade.

Toda e qualquer análise sobre Agroecologia requer, necessariamente, iniciar pela juventude, uma vez que ela tem valores em comunalidade e convivialidade. Valores exaltados nas sociedades democráticas. Portanto, ONGs e outras associações são usadas para canalizar sua energia e rebeldia.
 Podemos esquematizá-lo em um triângulo (azul) de base na LIBERDADE (no sentido indígena, que pode ser lido em “Filosofia Mapuche”, de Ziley Penrose Mora, de 2001) e em seu lado esquerdo DIREITOS e no lado direito, DEVERES. Os estudantes são a elite cidadã e a segunda leitura é "Cosmos", de Alexander von Humboldt, de 1862 cujo cientista de um país onde não há natureza, mas estuda para todos desde 1455. Ao descobrir a natureza mexicana e colombiana, ele se tornou no melhor naturalista de todos os tempos, devido à educação pública e republicana, com verdades de cada um por todos, porque ele sabia como se conectar à sabedoria camponesa. Imagine com essa escola, sua natureza, a sabedoria antiga, para onde o mundo iria ou como seria.
  Isso me permite entender no triângulo (agora preto), a educação servil nas ditaduras, que institui o autoritarismo e substituí a liberdade pelo "LAISSEZ FAIRE", os direitos pelo "CONSUMISMO" - e deveres pela "ALIENAÇÃO". 

No triângulo agrícola (verde), no entanto, a liberdade é o TERRITÓRIO; direitos à QUESTÃO AGRÁRIA e deveres o MODELO AGRÍCOLA (tecnologia). Sem território, a agricultura não é possível. Existem muito poucos países onde os camponeses têm terra; menos território comunitário integrado à questão agrária e um modelo tecnológico autônomo/soberano, uma vez que a atividade da agricultura é fornecer alimentos e matérias-primas à sociedade, e que essa é uma função ultrassocial, segundo Campbell, baseada na divisão do trabalho e ocorre principalmente no espaço da natureza. Isso merece uma leitura mais aprofundada: o quarto livro é "A Teoria da Natureza", de J.W. von Goethe (1796), e o quinto "Dialética da Natureza", de Friedrich Engels (1883), um livro ainda incompleto, desafiando os jovens.

 O triângulo amarelo dos agronegócios tem por base o CAPITAL, nos direitos a CONCENTRAÇÃO DA TERRA e nos deveres o COMPLEXO INDUSTRIAL MILITAR FINANCEIRO. O sexto e sétimo livros recomendados são "A Grande Transformação", de Karl Polany, e "Império", de Hardt e Negri (2000). Neles, o sistema e a lei de Speemhanland, 1795, é o fim da "terra livre ultrassocial" para a agricultura, uma vez que não há território da Agricultura na Natureza, pois é um espaço conquistado e temporário que, quando não existe na natureza, é frágil e sem resistência, uma vez que precisa restaurar suas condições primitivas da natureza para manter as harmonias de seu equilíbrio.

 O bombeiro agroecológico não é governo, não é burocracia, não é comissário de partido. É o vetor catalítico, em que todos/as se “auto~educam”; nada mais que um trabalhador de classe, a dignificar a família camponesa no território, na questão agrária e modelo tecnológico, que na disputa de discurso recebe o nome de agroecologia, sem no entanto, ignorar o substantivo feminino agricultura. Restaurar a autoestima ou orgulho ultrassocial, sem que seu voto ou escolha em eleições seja condicionada ou cabresteada, pois governo não é poder, menos ainda autonomia ou soberania. Uma frase do movimento zapatista ensina e inspira: mudar o mundo sem precisar tomar poder.

A reconstrução do Biopoder Camponês (Território, Questão Agrária e Modelo Agrícola (Tecnologias) não deve ter em tecnologia o eixo principal (agrônomos, veterinários, florestais, zootécnicos, etc.), mas deve estar nos professores primários e secundários; e na educação ela deve voltar a ensinar pelos jovens aos mais velhos, como no passado, e não pode ser identificada em seu fascínio pela tecnologia, mas pela irmandade, pela comunidade e por sua estética e espiritualidade.

Na Argentina, o órgão máximo de tecnologia rural (INTA) afirma isso. Os agrônomos argentinos não sabem produzir sem insumos (agroquímicos, fertilizantes químicos, crédito e outros). Para quem suas crianças e seus jovens foram educados? Obviamente, a criança européia em qualquer lugar do planeta aprende não apenas a produzir, mas a sobreviver nas condições mais adversas.

No mundo, há um problema sério, que é a ideologia impregnada na tecnologia. Um Eng. Agr. Argentino disse no Facebook: "Se você quiser comer de forma saudável, compre terras, plante e coma". O domesticado não tem idéia da estrutura da propriedade da terra em seu país, onde ele próprio não tem território, aluga-o para produzir o que eles determinam. No Brasil, as colheitas já são comercializadas até 2026 em dólar norte-americano e a dívida do agronegócio com a sociedade brasileira é superior a 200 bilhões de dólares e quem deve a isso são menos de 50 empresas internacionais, que só podem crescer através da expansão de seu território sobre a devastação da natureza dos biomas do mundo.

A agricultura na Argentina, no Brasil e em toda a periferia é composta por gambusinos (garimpeiros) que não importam com o amanhã, muito menos com o dia depois de amanhã. Somente importa o ouro, o diamante ou outra coisa de valor que ele procura.

Saber fazer é diferente de saber o que ser feito. A Universidade não ensina “saber”, apenas fazer ou onde se compra a solução imediata, que cria a dependência e expropria a ultrassociabilidade, pelo que ela continua ensinando que os “venenos” são condição sine qua non para a produtividade no agronegócios.

Não há denúncias sobre os cartões corporativos empresariais distribuídos a professores e cientistas ou o uso das universidades para respaldo de interesses mercantis como se tecnologia ou ciência fosse, pois o agronegócios é tudo.

Não se estuda a apropriação de “Plus Valia Ambiental”, “Climática”, “Econômica” e pior, a destruição da ultrassociabilidade (Territorial, Questão Agrária e Modelo Tecnológico) através do mesmo.

O bombeiro resolve, sem ter a teoria no momento, mas sabemos do resultado de sua ação e alegria do camponês que o obriga a sustentar, explicar e ensinar o que fez.  Assim “enterra” o fazer induzido e cria (melhor seria dizer pari) o saber libertário, insurgente e revolucionário, contra tudo e todos das corporações religiosas, nobreza (na atualidade disfarçada de militares), da aquarela das Revoluções Francesa e Russa (pobres Chaianov e Vavílov, Chezivisky e outros).

O bombeiro criou o biofertilizante, não foi o comissário partidário que o desenvolveu, embora tenha tentado apropriar-se do mesmo. As farinhas de rocha foram trazidas para os camponeses, e não para o mercado ou academia heteronômica, com 40 anos de antecedência. Sua obra maior é que não foi entregue de mão beijada para o agronegócios, ao contrário, foi e é sonegada a ele apesar da corrupção e molecagem existente. Idem se passou com as sementes e agora com as sementes invisíveis ou microrganismos, da mesma forma que com a munha de carvão vegetal ou “Biochar”.

Conhecemos algo que é latente na América Latina: a agricultura resistente das comunidades nativas e populações tradicionais. Em certos países ela é tão arraigada e potencialmente tão poderosa, que quatro golpes de Estado já foram instaurados, e um está em andamento bem ao norte, México, pelo que representa de perigo para os interesses nas fundações beneméritas de apropriação de plus valia camponesa.

Desmistificar o poder e redirecioná-lo para o campesinato é a tônica impessoal dos bombeiros, que na pandemia, se transformaram também em “enfermeiros e médicos” emergenciais da agroecologia indígena~camponesa, à campo em Yaviche, Oaxaca e em toda América Latina. Com eles aprendemos a ser jovens rebeldes, que sabem que a luta segue e segue pelo Biopoder Camponês de alimentar a humanidade na evolução ultrassocial da Vida.

Somente a profissão feminina da nutricionista tem meios de retornar a uma dieta saudável, saudável e livre de venenos, diversa e indígena, com valorização da cultura.

É um erro tentar fazer com que a engenheiro perceba sua deformação, pois é uma vítima e não é culpado. No entanto, ela culpa o fazendeiro por envenenar-se com o veneno, mas ambos são instrumentos de políticas financeiras eugênicas.

Curso que capacite as nutricionistas a revelar a todos os danos da agricultura oncológica e do agronegócio é o objetivo. Ser capaz de restaurar a agricultura camponesa e indígena com seus valores é o grande desafio, sem colidir ou contradizer os técnicos e estruturas que possuem instrumentos poderosos para causar insatisfação, propaganda e alienação.

Na sensibilização de mães e famílias para os problemas de má alimentação, obesidade, desnutrição e outros, tendo sua solução no solo e em solos saudáveis, está a senda para a expansão da consciência popular em buscar seus direitos, pressionar o Estado, e pautar a Reforma Agrária como solução equânime na desigualde imperativa, estrutural e inadiável para o alcance da justiça social.

Esses cursos que chegam à maternidade com a alimentação  base da agricultura indígena, com a dieta natural dos avós, será a grande política. Não permitindo porém, que os alimentos na dieta das crianças na escola sejam industriais, mas produzidos em um raio de 30 km de distância máxima.

Isso fortalecerá todos aqueles que já estão fazendo a mudança de alternativas na agricultura sem causar uma solução de continuidade.

Isso forçará os professores a ensinar e educar para uma nova realidade política, sem reagir contra ela distante, orientada por bancos e elites estrangeiras.

Treinar os núcleos para produzir isso, como se fez com a GEA em Guerrero, é mais rápido, mais barato e mais objetivo do que qualquer outro plano burocrático de sucesso nas próximas eleições.

Achamos que isso abre um debate sobre: ​​se vale a pena ou não, se pode ou não, fazê-lo. Tornar realidade. Como e quando fazê-lo.

***
1 - Taxodium mucronatum, também conhecido como cipreste careca de Montezuma, cipreste de Montezuma ou ahuehuete é uma espécie de Taxodium nativa do México e da Guatemala. Ahuehuete é derivado do nome Nahuatl da árvore, āhuēhuētl, que significa "tambor vertical na água" ou "homem velho da água".

*

 
- http://www.fgduque.org.br/2017/05/02/vida-e-obra-de-guimaraes-duque/

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