Mercúrio Subversivo

 

11 de janeiro, por Sebastião Pinheiro

Pode uma pessoa fazer o que o presidente do Brasil faz com o SARSCov2 (COVID-19), sem ser levado ao um tribunal? - Numa sociedade séria é evidente que nunca poderia.

1. Ignorar uma situação por influência de outro governante (Donald Trump) é um crime de responsabilidade.

2. Importar um produto sem respaldo técnico-científico das estruturas governamentais é crime de lesa humanidade.

3. Provocar e Incitar a População e a Sociedade contra as normas sanitárias nacionais (prevista no Código Penal, Internacional e multilaterais é tentativa de genocídio.

4. Tem responsabilidade direta e indireta pelas mais de 230 mil mortes e 10 milhões com possíveis sequelas pela SARS Cov-2 (COVID-19). Em caso de delírio do primeiro presidente, o que deve o povo fazer?

5. Não temos a dimensão da repercussão das ações e sandices feitas pelo presidente. Vamos a uma análise: Houve um atentado no jardim com herbicida ultratóxico e de venda controlado por lei. O amigo da Rede Social fala em “subverter”, mas pelos cinco itens acima não é possível “subverter” o que é “anormal”. O correto é tomar uma atitude normal para corrigir a anormalidade e apenas uma ação cidadã é o normal, pois a lei rege a todos com igual conteúdo e poder.

Em 1987, os governos industriais começaram a montar suas redes de serviços de certificação de alimentos orgânicos para extrair "mais Valia" do valor dos mesmos e dominar as cadeias daqueles que não produziam por meio deles, roubando dos camponeses e de seus governos títeres (advertimos repetidamente que muitas ONGs de ativistas alienados e militantes fanáticos recebiam dinheiro de indulgência dos cidadãos desses países para preparar as "cadeias orgânicas" que hoje exploram o mundo com alta rentabilidade). Nessas situações também não é possível ser "subversivo", pois eles estão em suas ações, imorais e antiéticos, mas somente com a cidadania é possível vencê-los sem igualar-se a eles.

Por isso fomos ao estado do ACRE, na distante Amazônia, para instalar um sistema oficial de certificação de alimentos, na representação do Ministério da Agricultura, como um laboratório social para estudar a situação e aprender com ela algo impossível em nossa realidade no sul do Brasil. Antecipar o inimigo no cenário de disputa é a melhor práxis, sem que ninguém perceba. Isso não é subversão, isso é estratégia e tática vitoriosa. Conseguimos, e a coisa mais linda funcionou por 3 anos e até mesmo as autoridades do Ministério da Agricultura em Brasília nunca souberam. Eles estavam subversivos ou incompetentes.

Lá conheci um funcionário público do Rio de Janeiro que solicitou sua transferência, pois tinha dois filhos que queria ver atletas de alto rendimento na natação, o que era difícil em sua cidade devido à grande competitividade, já que teriam chances mínimas. No Acre certamente estariam entre os primeiros, e nas competições nacionais teriam mais experiência em participar adquirindo experiência nacional e até internacional pela presença próxima da Bolívia, Peru, Equador e Colômbia. Mas o pai pobre se deparou com um problema, os filhos começaram a apresentar rendimentos menores dos que tinha no Rio de Janeiro.

O pai fez o checape e descobriu que os filhos tinham alto teor de mercúrio primeiro no sangue e depois no cabelo, em análises feitas nos EE.UU. Foi assim que o conheci e ele questionava de onde vinha aquele metilmercúrio, porque no Acre não havia gambusinos (garimpeiros). Porém, naquela época da ditadura ao longo do rio Mãe de Deus, que no Brasil é chamado de Rio Madeira, haviam mais de 3.000 balsas de extração de areia com ouro para a alegria da ditadura, Rondônia crescia de 16 a 18% ao ano… O mercúrio era comercializado não em quilos, mas em toneladas em todo o Bioma Amazônico, que o frenesi ufanista ignorava e subversivamente ocultava. Um bom uso do termo: subversão.

O mercúrio é transformado em metilmercúrio na cadeia viva nos rios e torna-se mil vezes mais neurotóxico, acumulando-se até mil vezes em peixes, crustáceos e moluscos, base da cadeia alimentar dos nativos.

Recentemente, um vídeo sobre a contaminação dos índios do Povo Munduruku (com licença, Weintraub) mostravam um alto índice de danos neurológicos ao longo dos rios Juruena e Tapajós... O estudo da dinâmica da contaminação por mercúrio na época apontava para a queima do mesmo com o maçarico pelo gambusino e sua evaporação indo para a atmosfera e nas nuvens e chuvas ia do leste no Tapajós em direção ao Purús, Juruá, o mesmo que o Madeira indo em direção ao Acre com a chuva.

Há um estudo da MacGill University em Quebec, Canadá, sobre a liberação de Mercúrio por incêndios florestais e transporte por precipitação. É tão importante que foi traduzido para o mandarim pelo governo chinês e está na web em ambas as versões.

Essa preocupação é mundial, mas passa em branco, da mesma forma que a mutação "P1" do SARSCov-2 (Covid-19) só foi descoberta graças aos japoneses. Isso é subversão, realmente.

Agora um governador de Roraima aprova o uso legal do mercúrio pelos gambusinos oficializados por ele.

É importante e de utilidade pública para a população saber que o mercúrio é usado na Amazônia para retirar ouro coloidal que se "dissolve" na água, de onde sem esse mecanismo é difícil extraí-lo de forma rudimentar e que polui o atmosfera, água, humanos. O governador sabe que o rendimento em ouro aumenta menos de 0,1% e os prejuízos custam ao Sistema Único de Saúde valores estratosféricos.

O governador não foi alertado pela Ordem dos Ministros Evangélicos de Roraima, que deveria se preocupar com a saúde dos cidadãos, uma vez que a contaminação pelo metilmercúrio reduz muito a arrecadação do dízimo religioso. Portanto, o ato do governador é totalmente subversivo, para dizer o mínimo. Infelizmente há muitos que não sabem o que significa. Carpe Diem