Assobiando no escuro

 19 de janeiro

Por Sebastião Pinheiro

O ambiente era desesperador e cheirava a velas de parafina, todas de cores vermelhas, pretas e amarelas, nas roupas não havia branco, predominavam as mesmas cores.

A campainha antecipou o atabaque. Sua batida abriu a ponta da Quimbanda, lúgubre. O chefe do Terreiro, girava na perna surda (e sozinho), sempre contra os ponteiros do relógio, contra a vida; o silêncio era sepulcral. O grito alarmou a todos: “Um fantasma ronda o Brasil: E não é o fantasma do vírus de pandemia. Todas as forças do velho Brasil se juntaram em uma cruzada santa para intimidar este fantasma, então escolheram nosso Bozolnero”, que cumpre o determinado pelo FMI-OMC com requintes.

 Os oportunistas como governadores, prefeitos, deputados, pastores e chefes de milícias do narcotráfico promovem seus negócios contra a lei, a ordem e as responsabilidades éticas e morais para não permitir esperanças.

O vírus existe e é “guerra leve assimétrica”, devido à mortalidade e valores negativos. Ninguém foi enganado, quiseram se enganar, pois disseram quem era e o que iam fazer e está fazendo, pareça ou não um psicopata.

 Todos aqueles sem fé, após a ressaca, buscam esperança na vacina, sem saber o prazo de sua proteção. Um país que possui o segundo melhor laboratório de Armas Biológicas Nível 4 comprou 300 milhões de vacinas, mas sua população é inferior a 50 milhões. Outro, em guerra permanente em seu território, pagou 30 dólares por cada dose e comprou 4 vezes o que seria necessário para sua população. Ninguém pergunta o porquê, mas eles comemoram a vacina da euforia às mulheres indígenas e negras, como se gênero fosse política pública e cor de pele não existisse, “Pobre Ópera Bufa”.

Vimos a tortura de afogamento no “submarino seco” da DINA, SIDE, SNI (DOI-CODI) sendo aplicada em Manaus na presença de médicos, enfermeiras e familiares, mas não é um crime de responsabilidade do governo, já que aqui não existem Diamantes de Vida, então não há espaço para "Diamantes de Sangue". Isso é um eufemismo para as coroas europeias, onde ninguém abre o Baú do Tesouro.

O diamante fica com quem o possui no final e não tem nada a ver com a morte, o território, as pessoas ou valores mundanos ou infernais, menos ainda com a VIDA. Ele ficou em silêncio e tomou um longo gole de "marafa" no totumo (cabaça, coité). Era a Ordem.

A "Caveira Rosa" banhada em sangue e golpeando compassivamente dois ossos do fêmur auxiliava o atabaque e com uma risada diabólica e um balanço libidinosos passou a controlar o terreiro semi desnudo, seu grito gelou a multidão: O General que administra a Saúde não conseguiu infectar a juventude no ENEM, porque mais da metade não entrou para fazer o exame... Clamou por Bafomé, Satanás e Belzebu para que carregassem o pastor administrador da educação devido à sua incompetência e falta de sincronismo governamental.

O Caveira Exu coberto por uma capa preta e uma cartola na cabeça, parecia mais um conservador britânico fleumático, ou convidado para a mudança de governante na Casa Branca; com sangue nas luvas, olhos retorcidos fitaram com raiva a "Caveira Rosa" e ordenou: Silêncio. - Não saiu como deveria, mas agora é necessária toda energia para espalhar o vírus em sua variante amazônica. Ele já estava em ação há um ano, malditos japoneses que o denunciaram. Veio à tona. Agora precisamos de um novo, porque esse está condenado pela desgraça iluminada da ciência que vai atacar o RBD, a furina, e o RmYN02, não podemos mais contar com Trump, criador, não criatura...

O atabaque calou, o silêncio tornou-se gigantesco e todos os presentes em frenesi passaram a dançar gritando "mito", "mito", "mito". Eram muitos não importava as deserções de Doria, outros oportunistas, porque não havia consciência, e ocupavam os seus espaços. Todos continuam lutando por ouro e diamantes, pois não há ouro ou diamantes de sangue. Existem apenas diamantes e ouro no Brasil para os uniformizados, sotaneados, togados ou arrapados, todos muito crentes clericais.

Spooky continuava sentado impassível, pois tinha sete cruzes riscadas com adaga na cabeça em seu batismo para se tornar invulnerável ao mal, além de sete feridas, resultado da silenciosa cobra cascavel (Lachesys muta) presa para estar protegida na natureza, a queimadura ponta de pólvora, não deixou cicatrizes nas palmas das mãos.

Com o charuto nos lábios, sorriu: - Um fantasma ronda o Brasil, ele havia estudado o manifesto no original. Eles vão exorcizar o energúmeno para pegar os diamantes e o ouro, mas a juventude deu uma vacinada contra o monstro e ninguém percebeu, exceto a "inteligência" que os pariu.

A juventude é como o diamante azul do "Povo Cinta Larga" no rio da Duda (Rio Roosevelt), na Amazônia, que emite mais luz do que recebe. Não é uma crença esotérica, é física, é natural. Retirou-se, assobiando lentamente para não provocar “Em pé ou vítimas da fome, De pé família da Terra… Teve humildade de auto condolências aos 2 milhões de mortos já caídos (+33 idosos em Oslo); esperando entre os que estão no caminho... Assobiando no escuro...

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