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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

domingo, 5 de setembro de 2021

Cortou palha e cortou unhas...


16 de julho

Por Tiao

O gentil cacique Pankararu disse, lembro-me de quando eles estiveram lá na Aldeia do Pariconha com o saudoso amigo José Correa, procuravam sementes de algodão mocó e ensinaram como usar a água da mandioca como biofertilizante para fortalecer as plantas e evitar a morte dos peixes. Não acreditávamos, mas a colheita e o sabor da mandioca vão garantir que todos a utilizem hoje. Estamos aqui numa festa em comemoração e sabíamos que estavam perto.

É que o primeiro aluno com formação básica na Escola Indígena Pankararu foi aprovado na seleção para o Doutorado em uma Universidade Nacional da Bahia, a alegria é maior, porque ele não será um técnico e sim levar a nossa cultura para os outros. Doutor em Etnomusicologia. Um estudante indígena dos Pankarara, com apenas 17 anos, foi o primeiro aluno aprovado para o curso de Medicina em outra Universidade Nacional a pouca distância de nós e dos parentes.

Lisarb, sentindo o cheiro do peixe assado, pediu permissão para uma pergunta: - As tribos do nordeste do Brasil têm sangue africano de quem fugiu da escravidão. Isso é muito antigo, desde a Sierra de la Barriga e a Guerra contra a Igreja e os portugueses, como vocês veem. O chefe riu, lembro que quando você esteve aqui ficou surpreso, não quis acreditar. Hoje, quando temos encontros fora da aldeia, são os jovens que agitam os debates e aconselham toda a aldeia. A escola é tudo, nem sabemos como eram nossos ancestrais, exceto os cientistas que vêm fazer pesquisas.

 O astuto cacique disse: - Olha, não vamos comer o tradicional surubí dos Pankararu do Jatobá, nem a tilápia africana criada artificialmente e é o peixe mais pescado no rio São Francisco hoje. Pois é, a gente vai comer a piranha amazônica que os fazendeiros introduziram no rio e aqui ela está gigante, tem quase dois quilos. Em relação à sua pergunta, o africano, o indígena, o branco humilde já entende isso. Sempre entendemos, entretanto estamos comemorando nossas alegrias com festas de todos sem esquecer.

Spooky, esperou o cacique sair e disse, ainda com a cara de granito alisando os dois cigarros que trazia para a rede, depois de comer o peixe: no Brasil durante a ditadura havia desfile militar com índios pendurados em máquinas de tortura (pau de guacamaya) pelas ruas de Minas Gerais, Spooky continuava com sua cara de granito. Agora estar aqui é redenção, sem esquecimento e sem criminosos de anistia, porque o amor é diferente do ódio. Por amor, indígenas e africanos se fundem, mas o crime da Serra da Barriga, ninguém tem o direito de esquecer, para não se repetir.

Lisarb, emendou: muitas vezes você fica triste. Isso aconteceu comigo quando soube da morte de Pericles. Não, ele não é o estrategista de duas Guerras do Peloponeso no século V a.C., na Atenas imperial pela democracia; nem um amigo vítima de SARS Cov-2 (COVID-19). O pior é que Péricles morreu fazendo os outros rirem.

O Pericles a que me refiro é (Pericles Andrade Maranhão), cartunista da revista “O Cruzeiro”, o personagem mais conhecido no Brasil que sabia ver e ler o cotidiano. Morreu contando uma anedota (piada). Na solidão do dia 31 de dezembro na cidade do Rio de Janeiro; abriu os bicos de gás da cozinha e fechou todas as aberturas. Mas sua última anedota não foi editada, apenas fotografada pelas autoridades policiais: - "Por favor, não acenda um cerrillo" (fósforo). Em minha casa não tinha dinheiro para comprar a revista, mas podia lê-la nas cadeiras do barbeiro, quando ia limpar o cabelo cortado, tirar o lixo e outras coisas, como comprar aguardente para eles.

O dia 1º de janeiro de 1962 não era de festa, eu estava com 14 anos e o rádio anunciou: Péricles criou um personagem "o amigo do Jaguar", um personagem satírico e sarcástico. Vi seu renascimento em outro na Argentina, Landrú, que adotou o nome de um condenado francês e mais recentemente no cartunista de La Jornada Helguera, da mesma linha e linha ... (foto)

 Spooky complementou: - Quando se experimenta o inusitado, que leva ao desamparo total, o melhor é uma piada política sarcástica, cortada com fina ironia, rebelde e provocadora.

 Estamos no país transformado em Coliseu Romano ou Maracanã, mas não na arena (quadra), mais acomodados torcendo por animais ou gladiadores. Nada mudou nos últimos milênios.

Gostaria e muito poder abrir a revista e ver a interpretação de Pericles sobre a observação na Nota Conjunta dos comandantes da Aeronáutica, Exército e Marinha sobre o extermínio pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o governo corrupto na pandemia com militares lutando com reverendos e pastores evangélicos por propinas.

 Lisarb emendou: - Imagine que o “reverendo” criou uma “Secretária Nacional” de Ações Humanitárias (talvez emulando o ACNUR da ONU para refugiados), para receber dicas, sobre as vacinas de Astra-Zeneca, Coronavirus para seus pares privados de direitos e cidadãos, vítimas compulsórias do oportunismo burocrático-mercantil fascista.

Isso era o mais comum no período militar. Todas as corporações internacionais criaram ONGs com o nome de Associação Nacional, para enganar como de interesse público e de governo. Uma delas foi os Agrotóxicos que tinha generais em sua direção, os mesmos que as empresas transnacionais no país. Tinha a homônima de Fertilizantes Químicos, igual às políticas públicas da época, pois agora atendia a interesses piratas.

Spooky acenou com a cabeça: - Vi uma parte do Coliseu, fora da arena, coloquei o polegar para baixo para os coronéis e parecia; outros com os polegares para acima para os reverendos.

Imagino Landrú, Helguera ou Pericles com suas falas e griffe sobre o tema gerador.

 O outro tema causa é o estranhamento nervoso e a internação do presidente, porque como dizem os indígenas como eu, “o medo tem uma gradação desde o corte da palha até o corte das unhas”. Isto se faria com os três disputando o Nobel Nietzschiano, já que políticos e ainda menos os déspotas civis, militares, eclesiásticos, e outros podem exigir misericórdia diante de 340 mil mortes por incompetência e má vontade.

 Se não dá para rir, bem, saiba que o agente que ofereceu as vacinas, "oficial" da Davati, na CPI a ajuda emergencial do governo de 100 dólares e estava propondo um negócio de 400 milhões de dólares norteamericano a membros militares e "religiosos", com o participação de um reverendo "Pare de sofrer" dentro do centro do governo. Isso causa mil estranhamentos: - Cortou palha e cortou unhas...

Como dizem por aí: Eles não têm mãe... O cacique gritou vem! a piranha vai acabar...

 

 

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