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"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Nem tudo que se vê é o real

mas apenas o que nos querem mostrar...


28 de abril 
Por Sebastião Pinheiro

Na primeira plana do New Yorker Times de hoje está a foto de um convalescente em Porto Alegre, Brasil, mas a restauração da saúde nacional inicia com o aceite pelo ministro Celso de Mello, decano no STF, talvez seu “canto de cisne jurídico”, enquanto a deputada “interlocutora palaciana” acusa o ex-juiz, seu padrinho de boda, embora corre o risco de ser enquadrada em falta de decoro, por sua proposta exposta, já que ninguém está acima da lei, nem o presidente da república.

Vendo essa situação lembrei do amigo de aula no terceiro ano do secundário, o Vanderlei, que batia um bolão no futebol, e depois foi levado para o Fluminense, a redenção de um favelado. Através dele, digo de X é que conheci coisas que a escola não ensina e permite entender a situação presidencial através do Vanderlei.

 Em uma tarde, minha tia avisou: - Olha o Vanderlei e a X (o nome respeitado) acompanhados de seus pais, indo para a delegacia. Não era preciso explicar, era um casamento na delegacia entre dois menores de idade nos idos de 1963 no município de São Gonçalo. Algo corriqueiro na favela, a tia matreira sorriu e completou: Ao menos há duas razões além da carne: A cama e futebol, dando a entender algo que eu não via e fiquei sem entender, voltou à tona na interferência da “deputada agente”, pois “nem tudo que você vê é real e verdadeiro”.

O poder é algo muito perigoso. É a terceira vez que lembro disso, pois a segunda vez foi quando li Manuel Antônio de Almeida em seu livro de 1852: “Memórias de um Sargento de Milícias”, em um Brasil em processo de emancipação de Portugal. O livro agitou a capital, agora esperemos que o relatório do ministro nos retorne ao berço esplêndido daquela época, quando a malandragem era uma adaptação culta à falta de Estado com seus aparelhos e infraestruturas, por exemplo, escolas públicas e vida republicana com suas oportunidades para todos.

A renúncia do Jânio Quadros foi inesperada, mas a foto mostra uma razão externa forte. 

No impeachment do Collor a crise era mais impactante, jovem, da Globo, da elite nordestina. Poucos lembram que George Bush (pai), o apelidou de “Indiana Jones”, foto.
 Hoje, a crise maior é a pandemia, que é mais estrela, mesmo quando Trump e seu coroinha teimaram em não a respeitar e as mortes estão programadas para ser superior a milhões de mortos. 

Tanto na poderosa Alemanha, quanto na endividada Argentina as medidas antecipadas mostram seus resultados benéficos, àqueles políticos vaidosos, ao mesmo tempo em que, a quarentena cria um fator de complexidade, pois nem os telefones e as redes não substituem as conversas pessoais, que vão muito além da polarização induzida e manipuladas. Isto obriga uma maior reflexão, que exige mais leitura, estudo e a superficialidade preguiçosa.

São duas ações no STF que ficam reforçadas, mais o libelo do ministro Celso de Mello na presente denúncia pode significar a reescritura daquele romance citado, com a promoção do personagem com duas possibilidades, igual a X, do Vanderlei.

Se você não leu o livro, aproveite a quarentena, pois o livro tem algo do Lazarillo de Thormes da literatura árabe na Andaluzia, embora já na fase adulta, e no Rio de Janeiro de hoje sem o romantismo da malandragem sadia e 30 tiroteios diários, cujas comunidades faveladas geram um PIB maior que o da Bolívia e Paraguai juntos.

A crueldade da “economia e poder paralelo” dentro de um condomínio, onde mora o presidente e o 04 é muito estranho, tem um sargento da PM carioca que tem a filha morando nos EUA paga o aluguel na Av. Lucio Costa no Condomínio Vivendas, que equivale a um ano de soldo. A foto explicita...  Como conseguir isso? Através de crime, contravenção. Muitos ali na mesma situação têm ainda Camaro Chevrolet, e até, Mac Laren.
Collor foi julgado e destituído por um Fiat Elba, e devemos ter orgulho disso. Agora há as duas investigações e as denúncias do ex-ministro da justiça, agravado pelo parecer do MPF no RJ sobre a ingerência do presidente sobre o controle de armas e munições à cargo das forças armadas, que é mais grave, pelo vídeo postado no Youtube por milicianos gritando o nome e apelido do presidente durante seis minutos de um tiroteio com armas ponto 40. Tudo isso acontecendo diante dos desmazelos na pandemia do Corona vírus que cobra a fatura em Manaus e Fortaleza.

Mas o pior, na minha modesta opinião é a presidência ser transformada em covil de poder paralelo de familiares transformando o mandatário em charlatão através da televisão dosando a quantidade de cloroquina, pior que o seu mentor, que recomendou injeções de desinfetantes nos EUA com uma centena de intoxicados, mas eu já estou escolado, nem tudo que se vê é o real, mas apenas o que nos querem mostrar.


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