"

"Harmonizo meus pensamentos para criar com a visão". "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível".

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Reunião Ministerial



23 de maio
Por Lisarb

xamã Ashaninka
O xamã Ashaninka saudou o dia ao receber o questionamento de Spooky: - Que te parece o conteúdo da fita da reunião ministerial de 22 de abril? Lisarb, sem manifestar-se, atento não queria perder uma palavra, sequer as entonações.

Sereno e altivo o sacerdote respondeu em voz suave: - Inexpressiva para a expectativa de uma reunião com 30 pessoas direta ou indiretamente do primeiro escalão do Estado com o cargo de Ministro ou Secretario com esse status.  Quando duas crianças estão brincando podem dizer e fazer tudo, pois o universo é reduzido, mas se houver, somente uma criança mais, a linguagem e comportamento mudam e esse é o princípio mais elementar de Sociedade.  O Eremita, não é um solitário, mas aquele que é todos, principalmente por haver estado sozinho.

A mesa do café da manhã já estava posta e o xamã indiferente continuou: - Desculpem, mas em toda a fita há somente uma palavra, que passará despercebida, fez uma pequena pausa.

Nenhum dos dois entrou na deixa, nem se mexeram, eram capazes de ficar várias horas em um mesma posição, escondidos e verem se aproximar felinos grandes, caititus e até pássaros. O xamã continuou: ou  desapercebida e foi dita por Sua Excia., o Sr. Presidente, agora a pausa foi longa e provocativa.

Simultaneamente ambos amigos assinalaram com a mão dando passagem para o outro com elegância. Spooky usou seu sarcasmo diversionista: - Ele não disse “jaguapeba. Numa gargalhada discreta, Lisarb emendou: - Nem, “jaguara”, que é mais comum no Sul e potencialmente mais pejorativo.

Com um sorriso de olhos o xamã demonstrou satisfação com a sintonia fina: “jaguapoca” é o resumo de mais de trinta pessoas com os destinos de 210 milhões de pessoas e implicações e riscos para mais de 450 milhões.  É a radiografia velada, tão aguardada pelo “médico”, que não serve para confirmar ou refutar o diagnóstico, e tudo volta à estaca zero… não há um governo, nem chefe de poder.

Como não há governo não houve um delito contra a constituição ou contra os direitos expressos do povo. Um juiz de suprema corte de um povo sério e organizado assim sentenciaria.

Spooky, desenrolando o biju da folha de banana, fez um sinal.  - Lembro, no passado do oportunismo criminoso de Auro de Moura Andrade, Senador por São Paulo, presidente do Senado que declarou “Sede Vacante”, um termo litúrgico do direito canônico, em uma sessão do congresso que somente foi anulada 50 anos depois no interregno de vinte e quatro anos de uma ditadura militar comprada e entregue naquele momento.

Houve um silêncio maiúsculo, embora o desjejum já houvesse iniciado e prosseguisse…  O Ashaninka continuou: - Quem pediu a gravação inusitada, foi B, mas a finalidade era seu uso eleitoral para seu público durante a campanha de reeleição e não para a finalidade de uma reunião ministerial em uma crise sanitária mundial. Essa estratégia pode ser lida em outro processo em 1974, onde tudo é gravado dentro do poder dos Estados Unidos e provocou a renúncia do republicano Nixon.

O colegiado da Suprema Corte Nacional, como poder ignorando este fato ou levando em consideração este fato dentro da emergência mundial tem o poder sim, de declarar “ausência de um poder” em legitima defesa da vida frente a pandemia.

Lisarb acenou com o indicador: - Creio que a reunião em 22 de abril, quando já havia uma escalada de mortos e documentos públicos nacionais (ABIN) e internacionais projetando as mil mortes/dia e um total de 20 mil mortos na data da divulgação, leva ao termo má-fé, para continuar no canônico, antes de inépcia injustificável, pois todos ali detinham responsabilidades constitucionais exigentes de medidas prescritas, mas os que se expressaram ignoraram a emergência sanitária na tentativa de governadores e prefeitos. E em “ato de fé”, para não usar um termo violento buscaram agradar vontade estapafúrdia.

Spooky terminou seu terceiro biju e segunda taça de café.  - Há quatro aspectos dignos do teatro do absurdo de A. Boal: As linguagens de Guedes sobre a privatização do Banco do Brasil; a da pastora dos Direitos Humanos sobre a ação dos prefeitos e governadores; a do jovem do Meio Ambiente sobre passar a boiada, literalmente sobre a Amazônia; e a do encarregado pela Educação sobre povos indígenas e outros devem ser analisados como novela ensaiada, e não como atos extemporâneos de fidelidade religiosa. O script foi decorado e as falas tinham o objetivo de um público não-cidadão, indigente e marginalizado.

O xamã retomou a palavra: - O biju está soberbo, mas a folha não é banana, o que é?  Lisarb respondeu: 

- É nativa do RS e o nome é “caeté” (Heliconia velloziana L. Emygdio), traz um perfume mais fino que a terebentina da banana.

- A nós temos lá, somos um dos centros mais importantes de helicônias, por vezes recebemos os biopiratas holandeses e japoneses atrás de novidades.  Essa é o bico de papagaio…  Eu creio que a leitura e análise foi exaustiva, mas há um aspecto que é fundamental e anterior e é um campo complexo.

Quando um jovem indígena se entra na puberdade, começa a ser treinado para suas responsabilidades, pois desconhecemos marginalização, mas praticamos a expulsão do renegado. Este aspecto é muito importante, pois o jovem é preparado para tornar-se um guerreiro envolve a sua geração, o orgulho e estrutura de sua família. Seja naqueles que furam as orelhas, seja naqueles que adotam outros ritos de passagens.

Lisarb olhou para Spooky e sorriu. Spooky não se fez de rogado. Eu estava completamente destruído pelas vicissitudes da vida e me preparei para o rito da formiga tucandeira (foto) em Manacapuru e vesti as luvas por cinco minutos.  Passei dois dias berrando e 4 semanas me recuperando, mas voltei à realidade, graças aos sateré mawé.

- Este ritual que fizestes deveria ser obrigatório para todo guerreiro, é mais que físico, é espiritual e deveria ser obrigatório como tal para todos os militares. Eles são treinados, treinados e não encontram finalidade para seu aprendizado em tempos de paz.  O desequilíbrio aumenta quando a Sociedade Civil é totalmente antagônica à vida militar treinado para o que não acontece e surge os traumas e desvios de conduta.

Ser treinado para ser o defensor ultrassocial da comunidade é a honra do guerreiro, mas quando não há o sacrifício periódico como nos EUA e outros países, isso cria síndromes e fantasias do militar superior ao civil como ensinado nas corporações. Nela a realidade não importa, pois não tiveram a reflexão após o ritual do batismo de fogo, apenas treinamento. Ficando tudo esquecido minutos depois, no relaxamento, lazer, sem reflexão do que verdadeiramente aconteceu. O teatro do absurdo fica mais abominável.

Lisarb, interveio. - Essa é a leitura síntese da fita velada: Um “rito de passagem” doentio ao autoritarismo democrático em deformação para a satisfação de consumidores alienados sem dignidade.

- Por aqui tem algo como a tocandira?  Não, tem as mangangás guaranis (Bombus sp), mas não é um centésimo da dor da tocandira e muito útil para o maracujá. Spooky antes de levantar-se: Foi peremptório: A jogada do Moro vai passar para a história, mas nós ainda não temos elementos para um análise. Os três entreolharam-se e sorriram, apenas com os olhos. 



 "Generais de pijama não podem se sentir no direito de ameaçar a democracia brasileira." Luiza Erundina (PSOL, instagran, 25/05/2020)
PSOL pede investigação e afastamento de Augusto Heleno ao STF após nota... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/22/psol-pede-investigacao-e-afastamento-de-augusto-heleno-ao-stf-apos-nota.htm?cmpid=copiaecola
 PSOL pede investigação e afastamento de Augusto Heleno ao STF após nota...



 Fora Governo. 
Ruptura é a palavra.
A ruptura com o Governo é urgente.
A ruptura com a ordem delineia-se não como uma cruzada revolucionária, maravilhosamente realizada em Cuba, mas com um alastramento consciente popular de uma coesão das Agriculturas Ecológicas, que possui dialética política sistematizada em biopolíticas que sempre buscaram autonomia e soberania junto aos camponeses sujeitos de uma agricultura da paz e única capaz de brecar o estado de pandemia causado pelo Agronecrócios; com resiliência cultural e na convicção de que não há mais lugar para um diálogo político imaturo - com um Estado corrupto, assassino e corruptor do seu futuro, que põe a democracia a deriva e condena a política ao malogro.
Luta segue, e segue .

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"no artigo 5º, inciso IV da Carta da República: 'é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato'."

Rede Soberania

Rede Soberania
Esta Nação é da Multitude brasileira!

Blogueiros/as uni vós!

.

.
.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...