23 de maio
Por Lisarb
Por Lisarb
xamã Ashaninka |
Sereno e altivo o sacerdote respondeu em voz suave:
- Inexpressiva para a expectativa de uma reunião com 30 pessoas direta ou
indiretamente do primeiro escalão do Estado com o cargo de Ministro ou
Secretario com esse status. Quando duas
crianças estão brincando podem dizer e fazer tudo, pois o universo é reduzido,
mas se houver, somente uma criança mais, a linguagem e comportamento mudam e
esse é o princípio mais elementar de Sociedade.
O Eremita, não é um solitário, mas aquele que é todos, principalmente
por haver estado sozinho.
A mesa do café da manhã já estava posta e o xamã
indiferente continuou: - Desculpem, mas em toda a fita há somente uma palavra,
que passará despercebida, fez uma pequena pausa.
Nenhum dos dois entrou na deixa, nem se mexeram,
eram capazes de ficar várias horas em um mesma posição, escondidos e verem se
aproximar felinos grandes, caititus e até pássaros. O xamã continuou: ou desapercebida e foi dita por Sua Excia., o
Sr. Presidente, agora a pausa foi longa e provocativa.
Simultaneamente ambos amigos assinalaram com a mão
dando passagem para o outro com elegância. Spooky usou seu sarcasmo
diversionista: - Ele não disse “jaguapeba”. Numa gargalhada discreta, Lisarb
emendou: - Nem, “jaguara”, que é mais comum no Sul e potencialmente mais
pejorativo.
Com um sorriso de olhos o xamã demonstrou
satisfação com a sintonia fina: “jaguapoca” é o resumo de mais de trinta
pessoas com os destinos de 210 milhões de pessoas e implicações e riscos para
mais de 450 milhões. É a radiografia
velada, tão aguardada pelo “médico”, que não serve para confirmar ou refutar o
diagnóstico, e tudo volta à estaca zero… não há um governo, nem chefe de poder.
Como não há governo não houve um delito contra a
constituição ou contra os direitos expressos do povo. Um juiz de suprema corte
de um povo sério e organizado assim sentenciaria.
Spooky, desenrolando o biju da folha de banana, fez
um sinal. - Lembro, no passado do
oportunismo criminoso de Auro de Moura Andrade, Senador por São Paulo,
presidente do Senado que declarou “Sede Vacante”, um termo litúrgico do
direito canônico, em uma sessão do congresso que somente foi anulada 50 anos
depois no interregno de vinte e quatro anos de uma ditadura militar comprada e
entregue naquele momento.
Houve um silêncio maiúsculo, embora o desjejum já
houvesse iniciado e prosseguisse… O
Ashaninka continuou: - Quem pediu a gravação inusitada, foi B, mas a
finalidade era seu uso eleitoral para seu público durante a campanha de
reeleição e não para a finalidade de uma reunião ministerial em uma crise
sanitária mundial. Essa estratégia pode ser lida em outro processo em 1974,
onde tudo é gravado dentro do poder dos Estados Unidos e provocou a renúncia do
republicano Nixon.
O colegiado da Suprema Corte Nacional, como poder
ignorando este fato ou levando em consideração este fato dentro da emergência
mundial tem o poder sim, de declarar “ausência de um poder” em legitima defesa
da vida frente a pandemia.
Lisarb acenou com o indicador: - Creio que a
reunião em 22 de abril, quando já havia uma escalada de mortos e documentos
públicos nacionais (ABIN) e internacionais projetando as mil mortes/dia e um
total de 20 mil mortos na data da divulgação, leva ao termo má-fé, para
continuar no canônico, antes de inépcia injustificável, pois todos ali detinham
responsabilidades constitucionais exigentes de medidas prescritas, mas os que
se expressaram ignoraram a emergência sanitária na tentativa de governadores e
prefeitos. E em “ato de fé”, para não usar um termo violento buscaram agradar
vontade estapafúrdia.
Spooky terminou seu terceiro biju e segunda taça de
café. - Há quatro aspectos dignos do
teatro do absurdo de A. Boal: As linguagens de Guedes sobre a privatização do
Banco do Brasil; a da pastora dos Direitos Humanos sobre a ação dos prefeitos e
governadores; a do jovem do Meio Ambiente sobre passar a boiada, literalmente
sobre a Amazônia; e a do encarregado pela Educação sobre povos indígenas e
outros devem ser analisados como novela ensaiada, e não como atos extemporâneos
de fidelidade religiosa. O script foi decorado e as falas tinham o objetivo de
um público não-cidadão, indigente e marginalizado.
O xamã retomou a palavra: - O biju está soberbo,
mas a folha não é banana, o que é?
Lisarb respondeu:
- É nativa do RS e o nome é “caeté” (Heliconia velloziana L. Emygdio), traz um perfume mais fino que a terebentina da banana.
- É nativa do RS e o nome é “caeté” (Heliconia velloziana L. Emygdio), traz um perfume mais fino que a terebentina da banana.
- A nós temos lá, somos um dos centros mais
importantes de helicônias, por vezes recebemos os biopiratas holandeses e
japoneses atrás de novidades. Essa é o
bico de papagaio… Eu creio que a leitura
e análise foi exaustiva, mas há um aspecto que é fundamental e anterior e é um
campo complexo.
Quando um jovem indígena se entra na puberdade,
começa a ser treinado para suas responsabilidades, pois desconhecemos marginalização, mas praticamos a expulsão do renegado. Este aspecto é muito importante, pois o
jovem é preparado para tornar-se um guerreiro envolve a sua geração, o orgulho
e estrutura de sua família. Seja
naqueles que furam as orelhas, seja naqueles que adotam outros ritos de
passagens.
Lisarb olhou para Spooky e sorriu. Spooky não se
fez de rogado. Eu estava completamente
destruído pelas vicissitudes da vida e me preparei para o rito da formiga
tucandeira (foto) em Manacapuru e vesti as luvas por cinco minutos. Passei dois dias berrando e 4 semanas me
recuperando, mas voltei à realidade, graças aos sateré mawé.
- Este ritual que fizestes deveria ser obrigatório
para todo guerreiro, é mais que físico, é espiritual e deveria ser obrigatório
como tal para todos os militares. Eles
são treinados, treinados e não encontram finalidade para seu aprendizado em
tempos de paz. O desequilíbrio aumenta
quando a Sociedade Civil é totalmente antagônica à vida militar treinado para o
que não acontece e surge os traumas e desvios de conduta.
Ser treinado para ser o defensor ultrassocial da
comunidade é a honra do guerreiro, mas quando não há o sacrifício periódico
como nos EUA e outros países, isso cria síndromes e fantasias do militar
superior ao civil como ensinado nas corporações. Nela a realidade não importa,
pois não tiveram a reflexão após o ritual do batismo de fogo, apenas
treinamento. Ficando tudo esquecido minutos depois, no relaxamento, lazer, sem
reflexão do que verdadeiramente aconteceu. O teatro do absurdo fica mais
abominável.
Lisarb, interveio. - Essa é a leitura síntese da
fita velada: Um “rito de passagem” doentio ao autoritarismo democrático em
deformação para a satisfação de consumidores alienados sem dignidade.
- Por aqui tem algo como a tocandira? Não, tem as mangangás guaranis (Bombus sp),
mas não é um centésimo da dor da tocandira e muito útil para o maracujá. Spooky
antes de levantar-se: Foi peremptório: A jogada do Moro vai passar para a
história, mas nós ainda não temos elementos para um análise. Os três
entreolharam-se e sorriram, apenas com os olhos.
"Generais de pijama não podem se sentir no direito de ameaçar a democracia brasileira." Luiza Erundina (PSOL, instagran, 25/05/2020)
PSOL pede investigação e
afastamento de Augusto Heleno ao STF após nota... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/22/psol-pede-investigacao-e-afastamento-de-augusto-heleno-ao-stf-apos-nota.htm?cmpid=copiaecola
PSOL pede investigação e afastamento de Augusto Heleno ao STF após nota...
Fora Governo.
Ruptura é a palavra.
A ruptura com o Governo é urgente.
A ruptura com a ordem delineia-se não como uma cruzada revolucionária,
maravilhosamente realizada em Cuba, mas com um alastramento consciente
popular de uma coesão das Agriculturas Ecológicas, que possui dialética
política sistematizada em biopolíticas que sempre buscaram autonomia e
soberania junto aos camponeses sujeitos de uma agricultura da paz e
única capaz de brecar o estado de pandemia causado pelo Agronecrócios;
com resiliência cultural e na convicção de que não há mais lugar para
um diálogo político imaturo - com um Estado corrupto, assassino e
corruptor do seu futuro, que põe a democracia a deriva e condena a
política ao malogro.
Luta segue, e segue .
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