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¿Qué importa que el materialismo spenceriano nos tuviese condenados, si hoy resulta que podemos juzgarnos como una especie de reserva de la Humanidad, como una promesa de un futuro que sobrepujara a todo tiempo anterior?
(VASCONCELOS, 2010: 32)
Estar com a Roberta e a Isabel Cristina, duas “agricolinas” e acompanhado pela historiadora-professora Isabel do Matutar de Osório, é um privilégio de provocar inveja. Três mulheres, três maiorias que são transformadas em minorias por uma sociedade no mínimo estranha…
Roberta e Cristina foram alunas de escolas técnicas de agricultura com rasgo muito masculinizado, enfrentando no CADOP, Cachoeirinha e ETA em Viamão, ambientes de segregação e de constrangimentos, mas souberam superá-lo. Situação que a Isabel sentiu na Universidade brasileira que sempre foi branca, elitista e constrangedora para os pobres. Todas as três sabem que venceram por capacidade e consciência de classe e hoje são lideranças com projeção em ambientes, movimentos e academias elitistas, contudo, ainda demasiado misóginas.
O que me leva aos termos NATIVO e ADVENTÍCIO (explico que adventício, antônimo de crioulo, ou seja, o que vem de fora), mas ambos em seu espaço original eram nativos, entretanto, não se entende isso para os que vieram contra vontade, pois o nativo africano é na África um indígena com estruturas sociais antigas como o Império do Mali, do Zimbábue ou Núbia, anterior à civilização Egípcia. É uma diversidade cultural gigantesca, e hoje, estão, em uma sociedade onde a lei protege o poderoso e pune o débil, na linguagem de Emiliano Zapata, ainda mais para aquele que é forçado a abdicar de sua cultura além de ter tolhida sua liberdade.
Pelo que todos somos nativos, povos (etnias), com culturas e valores civilizatórios, pois os adventícios, são nativos de outras sociedades que foram desgarrados e transportados contra sua vontade, no caso dos africanos escravizados e os migrantes premidos pelas perseguições variadas. É interessante que para as três, a “grosso modo”, podemos dizer que o tempo passou de forma e velocidades bem diferentes.
Meu primeiro exemplo provocativo para vocês é: O Serviço de Proteção ao Índio – SPI – criado em 20 de julho pelo Decreto 8.072 de 1910 tinha outro nome que desconhecemos: “Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPILTN). Mudou este nome em 1918 pelo poder da palavra trabalhador na Europa e no Mundo, e ficou apenas SPI, tendo por objetivo prestar assistência a todos/as os/as índios/índias do território nacional. O projeto do SPI instituía a assistência leiga, procurando afastar a Igreja Católica da catequese indígena, seguindo a diretriz republicana de separação Igreja-Estado. A ideia de transitoriedade do índio orientava esse projeto: a política indigenista adotada iria civilizá-lo, transformaria o índio num trabalhador nacional. Para isso, seriam empregados métodos e técnicas educacionais controlando esse processo, baseado em mecanismos de nacionalização dos povos indígenas. Qual a influência de Fillipo Marinetti e seu Manifesto Futurista (Modernista) ou da General Education Board do Grupo Rockefeller, que queria transformar os escravos recém libertos em produtores de “plus valia” para o grupo Rockefeller sem aspiração de cidadania e foi proibido pela lei Smith-Lever em 1914 e entre nós se transformou na Extensão Rural com cursos de Doutorado nas Universidades?
[“Com Marinetti desaparece um violento, porque a violência era sua musa. Começou em 1909 com a publicação de um Manifesto futurista num jornal de Paris, manifesto em que exaltava os mitos da guerra e da violência. Inimigo da democracia, belicoso e belicista, exaltou depois a guerra num esquisito poemeto chamado ‘Zang Tumb Tumb’, uma descrição fônica da guerra na África do colonialismo italiano. E sua fé colonialista levou-o a exaltar a façanha italiana na Líbia. Escreveu, entre outros, um manifesto repugnante: Guerra, a única higiene do mundo. As fotografias nos mostram um homem em poses arrogantes, os bigodes de arame e a casaca de acadêmico cheia de medalhas. O fascismo italiano conferiu-lhe muitas medalhas, porque Marinetti foi um feroz partidário do fascismo. Com ele desaparece um personagem pífio, um aguerrido...” – ‘Necrológios’, citado no livro Afirma Pereira, Antonio Tabucchi]
Os regulamentos e regimentos do SPI estiveram voltados para o controle dos processos econômicos envolvendo os índios, estabelecendo uma tipologia para disciplinar as atividades a serem desenvolvidas nas áreas de aldeias. Era uma classificação que definia o modo de proceder e as intervenções a serem adotadas, disciplinando a expansão da cidadania.
A origem do SPI estava nas redes sociais que ligavam os integrantes do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio (MAIC), Apostolado Positivista no Brasil e Museu Nacional, pois o MAIC previu desde a sua criação a instituição de uma agência de civilização dos índios. As atividades das Comissões de Linhas Telegráficas em Mato Grosso deram notoriedade a Cândido Mariano da Silva Rondon. Ele e outros militares positivistas que integravam redes de relações políticas regionais e nacionais (Bigio, 2003), vinculadas a instituições civis e aparelhos governamentais, sediados na Capital Federal, se envolveram numa polêmica pública relativa à "capacidade ou não de evolução dos povos indígenas".
O povo indígena ficou praticamente abandonado, protegido pela baixa densidade populacional, distanciamento ou intricáveis nas florestas. Em 1964 começou a ser deslocado, exilado para beneficiar a corrupção política nacional que vitimou a todos em todo o território nacional.
Passaram cinquenta e seis anos e a situação exponenciou em seus malefícios, pois agora é política governamental o uso do fogo para limpar a terra destinada a pecuária extensiva e expulsar indígenas: o caso mais notório está no Mato Grosso com os Xavantes. E agora, denunciado pelos indígenas contestando o que foi afirmado pelo primeiro mandatários pífio recentemente nas Nações Unidas.
Tomando a situação indígena como paradigmática podemos reafirmar os danos causados pelo Estado a todas populações nativas, tradicionais, adventícias, e em particular nas questões de gênero e juventude? Roberta e Isabel Cristina, muitos alienados querem a Reforma Agrária nos mesmos moldes do SPI e General Board do Grupo Rockefeller. Gostaria depois que a historiadora professora Isabel do Matutar corrigisse a mim e ampliasse a elas em algum deslize e o público emoldura com sua participação. Quais os caminhos da resistência brasileira, seguindo os indígenas-camponeses de Zapata no “México em Chamas” de José Vasconcelos? Os ouvintes terão sua participação estimulada...
RESUMO DAS QUESTÕES DO PÚBLICO
SEGUNDA TESE
Na Serra da Barriga, vazanteiros e sertanejos do Rio São Francisco, quilombolas, indígenas e amalgamados se fundiram no berço da agricultura e pecuária nacional, mas foram traídos pela Igreja tornando-se vítimas do interesse da Cia. das Índias Ocidentais pelo comércio com os piratas do Caribe, que volta a ser a mesma igreja do SPILTN. Por isso encontramos várias tribos em Pernambuco, na Alagoas e na Bahia com tez africana pela miscigenação. Não são mais adventícios e adquiram sua identidade marginal e idioma e assim, permanecem sem poder ou representação e terão sua sorte selada.
A Igreja agora, terrivelmente evangélica, no aguerrido governo Bolsonaro, que legalmente deveria ser laico, terá um pastor na suprema corte e as escolas do RS já obrigam a ler a Bíblia. Nas questões de gênero o país vota com as nações muçulmanas nas Nações Unidas. Como vocês veem este retrocesso histórico diante do diversionismo histriônico do presidente, seu vice-presidente e ministros através dos meios de comunicação, com a cabeça no SPI de 1910?
Os agronegócios usam o mesmo modelo da Cia das Índias Ocidentais na época de Zumbi consubstanciado às Igrejas Evangélicas com seu braço político em toda latinoamerica, pois todos os indígenas e trabalhadores na floresta são hoje evangélicos.
Isso é parte da supremacia branca minoritária na América Latina nativa, ao passo que é estimulada nas forças armadas e elites locais pelo laboratório psicossocial da inteligência dos EE.UU e Europa para conquistar território impedindo a transcendência da reforma agrária e manipulando a questão agrária e agroecologia, impedindo o BIOPODER CAMPONÊS. A resistência em Angola expulsou a Universal? Que fazer dentro dos Assentamentos entre o Eucalipto do Germano, Yeda, Sartori, e a pressão de expulsão através do dinheiro pelos representantes de Bolsonaro? O que Angola pode nos ensinar para resistirmos na Reforma Agrária, na Agroecologia Camponesa e nas populações tradicionais? Professora, o Freire é pacífico, mas seria necessário um pouco da poesia de Anton Makarenko na “Colônia Gorki” com os pobres segregados e crianças abandonadas?
QUESTÕES TRAZIDA PELO PÚBLICO
TERCEIRA TESE
O agro-corporativismo da FIESP/CNA e forças armadas atuam como “braço armado” no governo brasileiro contra os nativos & pobres através de diversionismos e diverticulites...
No passado muitas tribos foram retiradas de suas terras, como os Xavantes expulsos da terra pelos pecuaristas em 1964, que foram entregues aos latifundiários, com cargos políticos para agradar governadores e militares da ditadura e facilitar a implantação do modelo de Revolução Verde, agora são as agro~corporações com Nabam Garcia presidente da UDR que faz o mesmo.
Com a OMC a fusão das grandes agro~corporações a concentração da terra é uma política pública mundial para impedir a agricultura familiar e os assentamentos de Reforma Agrária. Agora são as terras públicas e a dos índios que incomodam os planos de governo e há a liberação de incêndios com o beneplácito governamental desde antes da pandemia, ignorando ou negando os danos da mudança climática, mas Noam Chomsky diz: ‘Somente os nativos e as populações tradicionais podem salvar o clima do planeta com sua sabedoria’.
Na Reforma Agrária e na Agricultura Familiar, a agroecologia e o bombeiro agroecológico são o primeiro estágio de organização na emergência, depois transformam-se em restauradores dos valores culturais como professor e educa para o BIOPODER ULTRASSOCIAL CAMPONÊS.
Com esses instrumentos de construção de consciência de classe, principalmente para os mais humildes e segregados pela manipulação religiosa, governamental miliciana e dos meios de comunicação a serviço do Império, resistiremos!
Senhoritas, quais são as estratégias e as armas a ser articular para a Reforma Agrária neste país; na Universidade e na Educação?
RESUMO DOS QUESTIONAMENTO DO PÚBLICO
Apanhado de todas conclusões para a conclusão final.
Tião
Intromete-se! Luta segue, e segue.
Todo imperialismo necesita de una filosofía que lo justifique [...]. Los británicos predican la selección natural, con la consecuencia tácita de que el reino del mundo corresponde por derecho natural y divino al dolicocéfalo de las Islas y sus descendientes. [...] Cada raza que se levanta necesita constituir su propia filosofía, el deus ex machina de su éxito. Nosotros nos hemos educado bajo la influencia humillante de una filosofía ideada por nuestros enemigos, si se quiere de una manera sincera, pero con el propósito de exaltar sus propios fines y anular los nuestros. De esta suerte nosotros mismos hemos llegado a creer en la inferioridad del mestizo, en la irredención del indio, en la condenación del negro, en la decadencia irreparable del oriental. La rebelión de las armas no fue seguida de la rebelión de las conciencias. Nos rebelamos contra el poder político de España, y no advertimos que, junto con España, caímos en la dominación económica y moral de la raza que ha sido señora del mundo desde que terminó la grandeza de España [...]; pero ahora que se inicia una nueva fase de la Historia, se hace necesario reconstituir nuestra ideología y organizar conforme a una nueva doctrina étnica toda nuestra vida continental. Comencemos entonces haciendo vida propia y ciencia propia. Si no se liberta primero el espíritu, jamás lograremos redimir la materia.(VASCONCELOS, 2010: 29-30)
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https://www.catarse.me/biopoder_campones_9b14?ref=project_link&fbclid=IwAR2dOfkDT7PbL0w7not3IQ2akBt8UAfFSqutbDGx11biBePuXstFCjkZ4Rk
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