18 de outubro
Por Sebastião Pinheiro
Passo meus dias de isolamento entristecido com as postagens que leio na web contra os infelizes e desastrosos do governo brasileiro, onde cada ministro abre a boca externa com uma opinião e a um resta a função de tirar a corrente ou apertar a descarga do banheiro. Mas a oposição entra em seu diapasão e combina com suas respostas, sobressaindo na mediocridade social, ambiental e muitas vezes intelectual.
A responsabilidade é grande e não se pode ser pueril, nem incompetente. É por isso que agora vejo a questão da Argentina questionando o trigo transgênico, OGM.
Pois é, em 2010 de férias no Canadá, quando fui comprar um laptop em Portland (são os mais baratos de todo os EE.UU, pois não tem impostos) soube que em Oregon se aplicava colheitas clandestinas de trigo geneticamente modificado resistente ao Roundup (Ready) e que isso já ocorria nas áreas oficiais de pesquisa no South Agricultural Research Center em Huntley, Montana, desde 1998 e já havia sido denunciado em 2000 e 2003 (Clinton).
A reação da federação dos produtores do Cinturão do Trigo contratou um técnico que fez um estudo com mais de 50 páginas e posteriormente foi assinado um acordo entre Austrália, Canadá, Estados Unidos e Grã-Bretanha para não permitir o seu plantio. Desde que Reagan, em 1988, ofereceu o "sinal verde" no mundo, para as agro-corporações, mantidas por Clinton, que nomeou diretores da Monsanto com status de decidir na Rodada Uruguai ao final para a criação da OMC. Ele já havia sido derrotado em Santiago na Cúpula das Américas, quando pretendia formalizar o Acordo Multilateral de Investimentos.
Nunca mais se falou do trigo GMO, o estranho é que o arroz da AGREVO foi autorizado nos últimos nove dias do governo Brito, dentro do IRGA, em forma de entreguismo e servidão; nos primeiros dias de fevereiro, foi queimado pela CTNBIO, devido ao seu desenho não autorizado, por dois corruptos que analisavam o fluxo gênico, quando a autorização emitida proibia que isso fosse feito.
Agora recebo, novamente, a desinformação de que a Argentina está sendo forçada a autorizar o trigo GMO resistente ao irmão gêmeo do Glyphosate®, o Glyphosinate®. Os técnicos não sabem que a diferença entre eles é única e apenas um átomo de C e dois de Hidrogênio, que uma enzima pode fazer desaparecer no que se denomina alfa-oxidação diferente da beta-oxidação, das leguminosas. O mundo mudou muito e ninguém mais tem livros como Dolofeu Marenzi. Lembro-me da professora, pois ontem no dia do terceiro maior feriado dos argentinos (O Dia da Lealdade) fiquei sabendo da imposição da liberação do trigo OGM, pela AGRARKONSERNEN.
Com licença, mas porque quatro países se reunirão para não permitir. Simples. O primeiro produtor são os Estados Unidos e o segundo a China, que pode usar a imposição como forma de equilibrar sua balança comercial proibindo a importação de OGM por muitos países do mundo e os 4 que detêm o mercado dessa "commodity estatal". Bem, o trigo não está em Chicago como a soja, são acordos raros que passam pela coroa britânica, já que Canadá e Austrália fazem parte dessa riqueza comum. Mas isso é diplomacia e as questões são mais sérias do que usar rédeas e uma língua educada.
No bioma Pampa, o trigo transgênico vai levar aos grãos de pólen e néctar com resíduos de metabólitos de Glyphos(in)ate, que são tratados com enzimas secretadas dentro do esôfago das abelhas para sua conservação durante o transporte. Nos trigos que se por acaso recebam doses de “neonics” (neonicotinoides sintéticos) como Fipronil, Imidaclopride, et caterva, teremos o radical metil-fosfinil (ver o que é “DF” ou “M687”, o famoso binário do Exército dos Estados Unidos, que combinados com resíduos fluorados ou não de neonics, formam coisas que a toxicologia crioula vai ter que encaminhar para Berlim, igualzinho a Skripel e Navaltny, dissidentes tratados com Novichok).
As abelhas do segundo maior produtor de mel no mundo não merecem. O pior é que em Oregon e Montana, na área de teste, várias “gramíneas mutantes” surgiram, conforme relatado na época pelo USDA. O que acontecerá também no bioma pampa. Pergunta e como fica o comércio de carne? Lembro-me de quanto tive que estudar as criações das Juntas Nacionais de Carnes e Grãos... Com humildade camponesa só posso dizer que Facón Grande não merece isso, pela Virgem de Luján.
(www.ausfoodnews.com.au USDA abre investigação sobre o segundo caso de não autorizado...)
Enquanto isso, o céu continua celestial e a liberdade branca como na bandeira.
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