“Quando os Europeus vieram para
a África nós tínhamos nossas terras
e eles suas bíblias Hoje nós temos
suas bíblias e eles têm nossas terras”
Dedan Kimathi, dirigente da rebelião Mau Mau
14 de outubro
Lisarb estava muito sereno, o que permitia perceber uma imediata erupção vulcânica. Spooky sabia de seu autocontrole, e também, de suas válvulas diante de um absurdo. Chegou quieto e perguntou com voz cuidadosa: - Não te importas se eu acendo um Kristoff?
A resposta foi seca, sem ser rude: - Vais necessitar, pois esse é um dos mais fortes que conheço.
- Si piacere, canta il imbroglio.
Lisarb, pausadamente começou: Como vês o que o Sinistro Garantista do Supremo fez soltando o maior atacadista do narcotráfico e diretor de uma Organização empresarial no estilo da Camorra. Quem está por trás e para quê.
Spooky deu mais uma fumada, aquele vulcão é sagrado, pois ali nasceu a humanidade. Sobre o ministro que tinha um assessor cuja esposa é ligada ao escritório do advogado do Dealer. - Como você, eu imediatamente pensei, pode ser jogada da inteligência militar para fazer o que a vedete Winters com seus 300 caramurus não conseguiu, pobre menina, mas creio que foi mais que vaidade do novo decano, tentando tumultuar a assunção do novo presidente ou o que muitos estão com vergonha de falar e que o Witzel disse com candura idiota, para defender-se: Eu não vendo sentenças. Ele faz de conta que não sabe que, onde há empresários que contratam milícias, tudo existe e de nada se duvida. Isso é a cidade maravilhosa… hoje, e já não é de agora. - Mas afinal esse é o teu problema?
Lisarb sorriu, e respondeu: - Não, é só a introdução, mas seria difícil um camarada que coloca 4 toneladas de pó na Europa, onde bancos foram acusados de lavar um trilhão de dólares mais da metade de Dealers atacadistas, não há poderoso que não ignore tudo, ainda mais depois do iate do cunhado do Menem e dos 29 kg na Espanha…
- Crês que juiz Moro ressuscitou? Spooky riu: - Eu também pensei nisso, afinal os do Norte não improvisam nada e não vão por suas fichas no mesmo pangaré, pois a pior coisa é um idiota cumprir uma ordem. O tempo que se leva para consertar todas as besteiras e limpar a imagem é absurdo.
Lisarb, surpreendendo disse: - Bom então podemos entrar no tema. - É impossível entender na Fundação Zumbi um negro de coração e mente ariana, mesmo como canastrão interpretando o tipo.
Spooky, entendeu o porquê da introdução tensa, era chamariz para um tema muito mais complexo, maldito energúmeno pensou, ainda bem que eu não entrei, sacudindo a cinza do charuto no cinzeiro.
Senhorial, recomendou: É uma estratégia rara, se tu conheces a história de Calabar em Pernambuco com os holandeses ou da Malinche no Império Asteca com os espanhóis, ambos cruzaram o Rubicão e não há retorno, nem vida.
Lisarb confessou foi por isso que usei a tensão e o diversionismo do Ministro & o Traficante. Eles viram que minorias segregadas ganharam autoestima e sua organização hoje, não é de fanáticos há mais consciência e não foi feita pelo governo anterior, mas pela rebeldia de militantes com o pé no chão, que fizeram o que não era o que interessava. O que interessava era aparelhar. Isso os empresários e os militares bloquearam com o tampão Temer. Mas tornar inconsciente gente que comeu três vezes seguidas é impossível voltar ao passado, pois ele desapareceu… A elite branca e senhorial morreu, sem saber que está morto-vivo.
Spooky assentiu, e alertou: - Sim mais cuidado que o que está sendo feito em cada setor é o mesmo que ocorre com a Fundação Zumbi em quatro anos é fácil reverter, mas em oito bem mais difícil…
Lisarb pensativo, respondeu, esse não é o problema. Eles estão desesperados com as iniciativas sociais na pandemia e há um choque abissal entre os consciente e os alienados, por isso que a Figura de Calabar me veio à mente, pois Calabar é uma luva de pelica muito fina, tão branca que o presidente da Fundação pensa que é sua pele.
Calabar foi o maior porto de comércio de escravos sobre o Oceano Atlântico na foz do rio Níger na Nigéria nos Séculos XVI e XVII e a Ilha de Bioko se chamava Fernando Pó, era um entreposto negreiro. Pior, é que aos nativos capturados se imobilizava dando para comer a fava de Calabar embarcados ficavam de cinco a quinze dias sem se mover pelo efeito do alcaloide (Fisiostigmina) intoxicante e nem eram amarrados.
O que me preocupa não é a opinião do presidente da F. Zumbi, mas o fato dele não conhecer os três Calabares.
Spooky sarcástico como umas mandingas agregou: - Agora entendo e defino: - Ele maquiado pelo devaneio confunde Calabares com Malabares. Valeu, valeu mesmo, vou, pois terminei o charuto. Como era mesmo o nome das Pula-Pula? - Povo Massai que cria gado para tomar o sangue e não comem carne. Elas fizeram a revolução Mau Mau… pois carregavam as armas desmontadas dentro do próprio corpo.
Dali como uma erupção do Ol Dunyo Lengai se espalhou a liberdade para toda a África, em resposta ao “acidente aéreo” com a morte do Secretário Geral da ONU Dag Hammarskyöld, mas o avião estava todo metralhado ao ser encontrado.
O nosso vulcão está roncando e toda a elite nacional está desesperada, pois não encontra um motivo… e quando encontra ela fica mascarada pela corrupção, que significa este exemplo não se esconde, dia a dia mais se entende e aprende a ler a realidade.
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- http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/mapeamento-cultural/alagoanos-ilustres/calabar
- https://www.bbc.com/news/magazine-14913456
- https://www.comambiental.com.ar/p/agroecologia-para-concretizar-outro.html
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